Chegamos ao centenário de nascimento de Ítalo Calvino, um dos escritores mais célebres da literatura italiana do século XX, que merece ser homenageado e lembrado sempre por sua contribuição valiosa para a literatura mundial.
Quem é Ítalo Calvino
Nascido em Cuba, em 1923, criado na Itália, Calvino tornou-se um dos expoentes do movimento literário conhecido como “Neovanguarda” e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da literatura pós-moderna.
A rica imaginação de Calvino e sua habilidade de entrelaçar elementos da realidade com a fantasia o tornaram conhecido por suas obras únicas e inovadoras. Alguns de seus livros, muito conhecidos aqui no Brasil, são “Le città invisibili” (As cidades invisíveis), “Se una notte d’inverno un viaggiatore” (Se um viajante numa noite de inverno) e “Il barone rampante” (O barão nas árvores), que desafiam as convenções literárias tradicionais. Calvino também desenvolveu textos análiticos e teóricos, como o postumamente publicado “Perché leggere i classici” (Por que ler os clássicos), de onde saiu a frase tão elucidativa quando se deseja avaliar o que constitui um clássico: “Um clássico é o livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”. Para além da ficção, Calvino explorou temas como a natureza da narrativa, a busca pelo significado na existência humana e as complexidades da identidade.
A escrita de Ítalo Calvino transcende fronteiras culturais, tornando-se acessível a leitores de todo o mundo, e admirada pelos maiores pensadores de sua época, como o escritor argentino Jorge Luís Borges. O comprometimento de Calvino com a experimentação e a inovação literária, e ao mesmo tempo com as raízes clássicas da história da literatura, inspirou gerações de escritores e leitores a explorar os limites da criatividade e da linguagem.
Calvino também desempenhou um papel fundamental na divulgação da literatura italiana no cenário internacional, traduzindo suas próprias obras e as de outros escritores italianos. Sua paixão pela literatura e seu desejo de compartilhar a riqueza da tradição literária italiana o tornaram um embaixador cultural em todo o mundo.
Naturalizado italiano, Ítalo Calvino nasceu em Cuba, durante uma viagem dos pais, nascidos em Sanremo e em Sassari, na Sardenha. A mãe lhe deu o nome Ítalo para que ele pudesse se lembrar de sua herança italiana. Assim como a herança italiana que sua mãe buscava guardar em seu nome, encontramos nesse autor também seu próprio legado à literatura mundial, além de toda a contribuição ao desenvolvimento do reconhecimento cultural e linguístico da Itália, que perdura através de suas obras imortais, lidas e estudadas em todo o mundo. Seu impacto na literatura e na cultura transcende o tempo e o espaço, e ele hoje é lembrado com gratidão como um dos grandes escritores do século XX.
E você, já teve a chance de ler alguma das obras desse gênio da literatura?
É claro que recomendamos muito!
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A língua italiana, conhecida por sua beleza e musicalidade, tem raízes profundas no latim, a língua da Roma Antiga. A influência do latim na língua e cultura italianas é tão intrínseca que é impossível compreender plenamente uma sem a outra. Neste artigo, exploraremos um pouco sobre como o latim moldou a língua italiana moderna e deixou uma marca indelével na cultura do país. Ao final, aproveite para assistir a uma live especial que fizemos sobre esse tema, com o Prof. Darius conduzindo uma conversa com o professor de latim Artur Costrino.
Raízes Linguísticas: A Transição do Latim para o Italiano
A história da língua italiana remonta ao período romano, quando o latim vulgar era falado por toda a Península Itálica. Com o colapso do Império Romano, a língua latina evoluiu em diferentes dialetos regionais, que já existiam antes do Império Romano, que eventualmente deram origem ao italiano. No entanto, as bases linguísticas permaneceram largamente latinas.
Um dos aspectos mais notáveis da influência do latim no italiano é a incorporação de palavras latinas na língua cotidiana. Por exemplo, a palavra de saudação italiana comum, “Ciao”, deriva de “schiavo” (escravo) no latim, uma forma informal de se despedir que, antes de evoluir para uma saudação amigável, originou-se como corruptela da palavra latina sclavus como s’ciào. Saudar alguém com “ciao” significava dizer “sou seu escravo”, algo como o que vemos culturalmente presente na expressão de despedida “estou ao seu inteiro dispor”.
Esta saudação foi adotada em italiano para posteriormente ser emprestada ao vocabulário de muitas línguas, como o português, o castelhano e o inglês, significando, todavia, apenas “até logo”.
Palavras do latim na ciência
Uma área onde o latim desempenha um papel crucial é na nomenclatura científica. A língua latina é usada internacionalmente na taxonomia para nomear espécies de plantas e animais. Os nomes binomiais, compostos por um gênero e uma espécie, são em latim. Isso permite que cientistas de diferentes partes do mundo compreendam e comuniquem informações sobre a diversidade biológica de forma eficaz, que possa dialogar com a história pregressa das civilizações atuais, em vez de representar apenas uma cultura e uma língua do tempo presente.
Herança cultural: além da língua
A influência do latim não se limita apenas à língua italiana, mas também se estende à cultura do país. O latim é uma parte integral da herança cultural italiana, principalmente devido ao papel central da Igreja Católica na história italiana.
Além disso, a Itália é o lar de algumas das universidades mais antigas do mundo, como a Universidade de Bolonha, fundada no século XI. Durante a Idade Média e o Renascimento, o latim era a língua usada na academia, e muitas das obras mais importantes da filosofia, ciência e literatura eram escritas nessa língua.
Uma herança viva
Como vimos, a influência do latim na língua e cultura italiana é uma parte essencial da identidade italiana. Ela liga o presente ao passado glorioso da Roma Antiga e da Renascença, recordando constantemente aos italianos a riqueza de sua herança cultural.
Mesmo que o latim não seja mais uma língua falada nas ruas, seus ecos e significados primordiais ressoam nas palavras de hoje em dia, nos idiomas que floresceram do latim, nas ruas, nas tradições e na história da Itália. Tudo isso, torna a língua italiana uma herança viva que continua a inspirar e enriquecer a vida dos italianos e a apreciação do mundo pela cultura única e influente que teve como berço o solo do que foi uma vez o Império Romano. A Itália, com sua fusão harmoniosa de passado e presente, é verdadeiramente um tesouro cultural onde a herança latina ainda é uma parte pulsante da vida cotidiana.
Agora é hora de acompanhar duas lives importantes: uma do Prof. Vinicio, e outra que o Prof. Darius conduziu com o professor de Latim Artur Costrino. Eles exploraram a herança do latim no italiano e conversaram sobre o trajeto histórico dessa língua-mãe do português, do espanhol, do francês e, é claro, do italiano. Também abordaram as relações linguísticas e históricas entre o latim e o italiano. Você ainda descobrirá o que é que Dante Alighieri teve a ver com toda essa história, que promove influências, mesmo hoje em dia, no modo com que falamos italiano!
A música italiana é mundialmente conhecida por grandes sucessos que atravessam gerações, como veremos neste artigo. E aprender italiano com música é um dos benefícios de estudar com a gente aqui na ITALICA. Portanto, hoje vamos somar dois fatores muito importantes para nós: a tradição musical do Festival de Sanremo e tudo o que ofertamos em nosso curso L’italiano Musicale!
O Festival de Sanremo é uma tradição italiana icônica. Desde sua inauguração, em 1951, tornou-se uma vitrine para a música italiana, lançando carreiras, definindo tendências e encapsulando a identidade musical do país. Hoje queremos explorar um pouco dessa história única, cheia de nomes que você certamente conhece!
O Festival de Sanremo foi concebido por Giulio Razzi em 1951, com a intenção de promover a música italiana e atrair turistas para a bela cidade de Sanremo. A primeira vencedora, Nilla Pizzi, estabeleceu a tradição de uma competição que destacaria novos talentos. E os anos 50 foram uma época de otimismo pós-guerra, por isso o festival tornou-se um reflexo dessa energia de renovação e esperança, apresentando uma mistura de melodias românticas e canções vibrantes.
Era das estrelas: anos 60 e 70
Nas décadas seguintes, o Festival de Sanremo viu o surgimento de artistas que se tornariam lendas da música italiana, como Mina, Adriano Celentano, Domenico Modugno e Claudio Villa.
O evento ganhou prestígio internacional e foi um trampolim para artistas que buscavam uma carreira internacional. Os anos 60 e 70 trouxeram uma expansão estilística, incorporando influências do rock e da música popular internacional.
Evolução, desafios e renascimento
Os anos 80 testemunharam uma diversificação ainda maior de estilos, com a entrada de gêneros como o pop italiano e a música melódica. No entanto, a competição enfrentou desafios, incluindo controvérsias e debates sobre sua relevância. Nos anos 90, ele passou por uma renovação, abraçando uma abordagem mais contemporânea e introduzindo elementos visuais e cênicos inovadores. Em 1993, surge Laura Pausini, vencendo o prêmio na categoria Jovem, com a eterna canção “La Solitudine”. No ano seguinte, é a vez de Andrea Bocelli vencer o mesmo prêmio, com “Il mare calmo della sera”.
A virada para o novo milênio trouxe um renascimento para o Festival de Sanremo, com audiências mais jovens e uma maior apreciação internacional. Artistas como Laura Pausini, Eros Ramazzotti e Andrea Bocelli haviam alcançado apelo internacional, ao utilizarem o festival como trampolim para o cenário musical global. A competição expandia-se então para além das fronteiras italianas, atraindo participantes estrangeiros e solidificando sua posição como um evento musical de classe mundial.
Hoje, o Festival de Sanremo continua a desempenhar um papel central na cena musical italiana. Além de apresentar novos talentos, é um evento que celebra a diversidade musical, incorporando uma gama eclética de estilos.
E uma curiosidade: o vencedor tem hoje a honra de representar a Itália no Eurovision Song Contest. O festival transcende portanto seu papel inicial, tornou-se um fenômeno cultural que une gerações em torno da paixão pela música.
Você conhece algum desses nomes? Gosta das músicas desses grandes talentos? No nosso curso L’italiano Musicale, você tem a chance de aprender italiano com sucessos de nomes como esses que citamos, entre outros clássicos.
São 230 vídeos, com 20 músicas gravadas exclusivamente para o curso, em apresentações especiais de cantores convidados. Além disso, você recebe 2 livros de exercícios e tem acesso a um espaço para tirar dúvidas. Detalhe: todos os níveis podem tirar grande proveito deste curso! Para acessar agora mesmo é só clicar aqui!
Aproveite para fazer conosco uma viagem pelas músicas italianas dos anos 60, 70 e 80:
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Acontece todo mês de maio na cidade de Cocullo, na região de Abruzzo: a imagem de um santo é coberta por cobras vivas e carregada pela cidade numa procissão de fiéis e curiosos. Essa é a Festa dei serpari, organizada para celebrar os milagres de um santo que ficou conhecido justamente por curar picadas de serpentes venenosas.
Tradição
Essa tradição é anual e causa arrepios a muitos turistas incrédulos, principalmente aqueles que sofrem de fobia a cobras (ofidiofobia). Na primeira quinta-feira de maio, alguns corajosos moradores e caçadores locais se colocam à disposição para iniciarem o evento: ficam com cobras nas mãos, diante da população na praça principal, à espera da chegada da figura do santo, que é trazida da igreja. Quando então chega a estátua de San Domenico (São Dominique), as cobras são colocadas ao seu redor. Para a segurança geral dos envolvidos, as serpentes usadas neste festival não são venenosas, pois são escolhidas por caçadores locais em regiões próximas. Esses caçadores são conhecidos como “serpari” e usam de suas habilidades de caça para garantir que nenhuma víbora peçonhenta seja selecionada por engano.
A tradição diz que se as cobras se enrolarem na cabeça do santo, esse é um bom presságio para o restante do ano; e que se caírem, pode-se esperar o pior para o ano. Conforme o cortejo passa, a multidão aguarda para tocar a imagem sagrada. E é mesmo uma multidão!
Simbolismo da Festa dei Serpari
De maneira semelhante ao que vimos no artigo sobre a evolução da Befana a partir do ritual pagão de uma deusa romana, estudiosos apontam que a festa de Cocullo também tem um passado longínquo de inspirações que nos levam, como de costume na Itália, aos primórdios do cristianismo – quando as tradições pagãs do Império Romano eram ainda realizadas sem muitas influências da simbologia cristã. Nesse período, o povo Marsi era conhecido pela habilidade de encantar serpentes. E na primavera era oferecido um tributo à antiga deusa pagã Angitia.
Com o advento do cristianismo, a tradição passou a ser ligada a San Domenico, um abade beneditino associado a milagres de cura após ataques de animais selvagens.
E aí, você teria coragem de participar desse festival? Ficaria próximo ao santo?
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No folclore italiano existem figuras bastante peculiares, únicas da cultura do Bel Paese. Vamos conhecer a Befana, uma personagem que poderia se encaixar muito bem nessas comemorações de Halloween ao redor do mundo. Acontece que, na Itália, a Befana aparece em outra data, bem longe de outubro. É em uma noite misteriosa de janeiro, no Dia de Reis, por razões que descobriremos hoje!
O que é Befana?
A Befana é uma bruxa, mas suas ações a aproximam mais do que esperaríamos de um Papa Noel. Essa mistura curiosa foi se espalhando a partir de Roma, para depois se estender como uma tradição italiana até o Ticino, chegando depois a outras regiões de fronteira, como na Suíça, em que o idioma italiano também é falado.
Nessa tradição, a Befana é uma mulher idosa que voa em uma vassoura, visitando as crianças na noite entre 5 e 6 de janeiro, que é justamente a data de comemoração da Epifania, o dia dos Reis Magos. Befana então adentra as casas para preencher as meias deixadas pelas crianças na lareira ou perto de janelas. Quer mais semelhanças com o Papai Noel? Existe ainda mais, pois é dito às crianças que há uma condição para que elas recebam doces, frutas secas ou brinquedos: se comportarem bem durante o ano. E aqui há uma grande diferença do personagem do velhinho, que combina bastante com o que uma bruxa brincalhona poderia fazer: aquelas crianças que se comportarem mal encontrarão suas meias cheias de carvão ou alho!
Celebração da Festa della Befana
Um detalhe divertido do folclore: a velhinha Befana ainda aproveitaria de sua vassoura para varrer o piso antes de sair de cada casa que visita. Que gentileza! Mas nada é de graça: a tradição recomenda que as crianças da casa deixem uma garrafinha de vinho e uma porção de um prato típico ou local para a Befana.
Cidades por toda a Itália (até no Vaticano!) celebram essa data com procissões e festividades nas praças, com decorações feitas pelas ruas e nas casas, com meias penduradas nas janelas, iluminação especial e bonecas da bruxa. Uma das festividades acontece em Florença, onde três homens a cavalo galopam pelas ruas da cidade, entregando oferendas como os Reis Magos fizeram ao menino Jesus.
Origem do nome e um episódio secreto
Acredita-se que o nome Befana se originou justamente como uma corruptela da palavra Epifania (que veio do grego epiphanei, que significa aparição). Essa relação com a palavra explica que a personagem pode ter duas inspirações: ela teria sido primeiro uma figura pagã, pertencente ao folclore romano, e depois reincorporada na cultura por meio dos símbolos cristãos, tomando forma numa versão mais religiosa, ligando a sua história à dos Três Reis Magos do Oriente.
Pesquisas sugerem que ela derivaria primeiro da deusa romana do Ano-Novo chamada Estrênua, ligada ao ritual de final de ano na Roma Antiga, em que o costume era marcar os bons presságios com o ato de se presentear o próximo. É possível encontrar pistas no livro “Vestiges of Ancient Manners and Customs, Discoverable in Modern Italy and Sicily“, em que o autor diz:
Befana parece ser herdeira de uma deusa pagã denominada Strenia, que patrocinava os presentes de ano novo, “Strenae” […] Os seus presentes eram do mesmo tipo dos da Befana – figos, tâmaras e mel. Além disso, as suas celebrações recebiam forte oposição dos primeiros cristãos, pelo seu caráter barulhento, agitado e licencioso.
— John J. Rom, “Vestiges of Ancient Manners and Customs, Discoverable in Modern Italy and Sicily”
A Befana é representada como uma velhinha de xaile negro e coberta sempre de fuligem porque, afinal de contas, assim como o Papai Noel, ela também entraria em algumas casas pela chaminé. (Está aí um detalhe que nunca pensamos sobre as roupas vermelhas limpinhas do velhinho… qual seria o truque para mantê-las sempre impecáveis?!) E no folclore as crianças enxergam a bruxa Befana como uma senhora cheia de alegria: ela está sempre sorridente.
Tradição popular
Na tradição popular, a história da Befana ganhou elementos narrativos bastante interessantes para serem contados às crianças em conjunto com a história cristã.
Na noite em que os três Reis Magos iam para Belém, levando presentes para o Menino Jesus, eles teriam ficado na dúvida quanto ao caminho correto que deveriam seguir, e teriam resolvido pedir informações à uma senhora que encontraram pelo caminho. Ela, porém, também não sabendo do caminho, teria convidado os três viajantes para passarem a noite em sua casa. Na manhã seguinte, em agradecimento, os três Reis Magos convidam a velhinha a segui-los para visitarem juntos o Menino que estava por nascer, mas ela negou, dizendo que estava muito atarefada. É dito que, pouco depois, ela teria se arrependido e seguido pelo mesmo caminho que os Magos pegaram, sem nunca mais conseguir reencontrá-los. O folclore conclui com uma nota bonita: desde então, a Befana pararia em todas as casas que encontra pelo caminho, dando presentes às crianças na esperança de que uma delas seja o Menino Jesus.
Nada mais contemporâneo à nossa geração digital do que acrescentar detalhes extras a uma narrativa já bem consolidada, e assim criar novas histórias. Assim também foi feito há séculos, sobre a noite do nascimento mais conhecido do ocidente. É um toque de spin-off (narrativa derivada), como diriam os apaixonados por séries, um “derivato” ou uma “derivazione”.
Existem também poemas sobre a Befana, que as crianças aprendem logo cedo, e que podem nos ajudar no aprendizado da língua. Alguns são conhecidos em versões que variam um pouco ao redor da Itália, dependendo da região. Um muito conhecido é:
a Befana vien di notte
Con le scarpe tutte rotte
Col vestito alla romana
Viva, Viva La Befana!
(A Befana vem de noite
Com os sapatos quebrados
Vestida à moda romana
Viva, viva, a Befana!)
Já na província de Trento, encontramos outros versos:
Viene, viene la Befana
Vien dai monti a notte fonda
neve e gelo la circondan..
neve e gelo e tramontana!
Viene, viene la Befana
(Vem, vem, a Befana
Vem dos montes na noite profunda
Neve e gelo a circundam
Neve e gelo e tramontana!
Vem, vem, a Befana)
Já conhecia essa tradição da Festa della Befana?
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O cinema italiano, ao longo de sua rica história, trouxe ao mundo algumas das mais talentosas e belas atrizes da sétima arte. Entre elas, destaca-se Gina Lollobrigida e Sophia Loren, verdadeiras musas que iluminaram as telas de cinema nas décadas de 1950 e 1960.
Cinema Paradiso
Mas o cinema italiano não é apenas conhecido por suas grandes atrizes talentosas e belas, mas também por suas produções icônicas que marcaram a história da sétima arte. Um exemplo notável é o filme “Cinema Paradiso”, dirigido por Giuseppe Tornatore e lançado em 1988.
Esta obra-prima cinematográfica capturou a imaginação do público e foi premiada com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, solidificando sua posição como um dos grandes sucessos do cinema italiano.
Aqui na ITALICA, inclusive, é um filme que faz parte dos nossos conteúdos. Já produzimos um vídeo muito especial com Giuliano cantando a música tema do filme “Cinema Paradiso”, intitulada “Se”, e com o Prof. Darius, logo em seguida, destrinchando os significados da canção, que nos ensina tanto sobre o idioma. Aproveite!
Detalhes sobre o filme Cinema Paradiso
Esse filme é uma carta de amor ao cinema e uma reflexão sobre a nostalgia da infância e do passado. A história é centrada em um jovem chamado Salvatore, que cresce em uma pequena cidade da Sicília e desenvolve uma profunda paixão pelo cinema através de sua amizade com Alfredo, o projetista do cinema local. O filme, que explora temas universais como amor, amizade e perda, é lembrado por sua trilha sonora emocionante e pelos momentos tocantes que evocam uma sensação de pertencimento e saudade.
Esta obra-prima é apenas um exemplo do impacto duradouro do cinema italiano na cultura global. Com suas narrativas envolventes, personagens memoráveis e uma estética visual única, o cinema italiano continua a encantar espectadores de todas as idades e origens ao redor do mundo. Assim como as musas italianas que deixaram sua marca na indústria cinematográfica, filmes como “Cinema Paradiso” perpetuam o legado e a influência do cinema italiano, provando que as histórias contadas na tela têm o poder de transcender fronteiras e atravessar o tempo.
Principais atrizes do cinema italiano
À medida que celebramos a contribuição extraordinária de clássicos cinematográficos e das grandes atrizes italianas, é importante reconhecer como esses elementos se entrelaçam para criar uma tapeçaria rica e diversificada na história do cinema italiano. A combinação da elegância e do talento das musas com as narrativas emocionantes e a direção visionária dos cineastas italianos continua a encantar e cativar o público, deixando uma marca indelével no coração da cultura cinematográfica mundial. É um testemunho da habilidade única da Itália de produzir não apenas estrelas de cinema, mas também obras de arte que ressoam profundamente com a humanidade.
Por isso, tomamos hoje a chance de apresentar não apenas atrizes, mas também seus feitos, os grandes clássicos em que estrelaram, alguns talvez não tão conhecidos! Hoje iremos além de Sophia Loren e Gina Lollobrigida, que não estavam de modo algum sozinhas nesse panteão de estrelas. Muitas outras atrizes italianas também deixaram sua marca na história do cinema mundial. Mas vamos começar citando os clássicos estrelados por elas duas, tão queridas de todos nós.
Gina Lollobrigida
Nascida em 1927 em Subiaco, Itália, foi uma das maiores atrizes e símbolos de beleza de sua geração. Ela começou sua carreira como modelo, mas logo chamou a atenção em produções cinematográficas italianas. Seu talento e carisma a levaram a Hollywood, onde atuou ao lado de atores renomados como Humphrey Bogart e Rock Hudson.
Gina Lollobrigida se destacou em uma variedade de gêneros cinematográficos, desde dramas românticos até comédias. Seu papel em “Pão, amor e fantasia” (1953)(Pane, amore e fantasia) ao lado de Vittorio De Sica, lhe rendeu grande reconhecimento e a primeira de três indicações ao Globo de Ouro.
Sua beleza clássica e elegância italiana a tornaram uma figura icônica na indústria do cinema. Ela também era conhecida por seu trabalho humanitário e compromisso com causas sociais, estabelecendo um legado não apenas como atriz, mas também como ativista.
Sophia Loren
Outra figura lendária do cinema italiano é Sophia Loren, nascida em 1934 em Roma. Ela conquistou os corações de espectadores em todo o mundo com sua beleza cativante e talento inegável. Loren é uma das poucas atrizes a ganhar um Oscar, um Globo de Ouro, um BAFTA e um prêmio da Cannes Film Festival.
Seu papel em “Duas Mulheres” (La ciociara) (1960), dirigido por Vittorio De Sica, lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, tornando-a a primeira pessoa a ganhar o prêmio por uma atuação em um filme estrangeiro. Loren também trabalhou em várias produções de Hollywood, como “Um Dia Muito Especial” (Una giornata particolare) (1977), ao lado de Marcello Mastroianni.
Sophia Loren personifica a elegância italiana e continua sendo um ícone de beleza e talento no cinema até hoje.
Claudia Cardinale
Nascida em 1938 na Tunísia, Claudia Cardinale é outra atriz italiana que deixou uma marca duradoura no cinema. Ela é conhecida por sua participação em filmes emblemáticos, como “O Leopardo” (Il gattopardo) (1963), dirigido por Luchino Visconti, onde contracenou com Alain Delon.
Cardinale também trabalhou com outros grandes diretores, como Federico Fellini e Sergio Leone. Sua carreira internacional inclui filmes de sucesso como “Era uma Vez no Oeste” (C’era una volta il West) (1968), “A pele” (La pelle) (1981), da diretora Liliana Cavani,e um dos clássicos de Werner Herzog “Fitzcarraldo” (1981). Sem dúvida, uma das estrelas mais reconhecíveis do cinema italiano.
Monica Bellucci
No final do século XX e início do século XXI, Monica Bellucci emergiu como uma das atrizes italianas mais famosas e cobiçadas de sua geração. Nascida em 1964 em Città di Castello, Itália, Bellucci combinou beleza sensual com um talento versátil.
Ela trabalhou em produções internacionais, incluindo filmes de Hollywood como “Matrix Reloaded” (2003) e “007 – Spectre” (2015). No entanto, Bellucci também manteve uma forte presença no cinema italiano, atuando em filmes como “Malena” (2000), dirigido por Giuseppe Tornatore, mesmo diretor do clássico “Cinema Paradiso”, que vimos no início deste artigo de hoje.
Isabella Rossellini
Isabella Rossellini, filha da icônica atriz Ingrid Bergman e do diretor italiano Roberto Rossellini, também deixou sua marca única no mundo do cinema. Nascida em 1952 em Roma, ela herdou o talento de seus pais e desenvolveu uma carreira diversificada em Hollywood e na Europa.
Dentre muitos filmes, Isabella Rossellini é conhecida por sua colaboração com o diretor David Lynch em filmes como “Veludo Azul” (Velluto blu) (1986) e “Coração Selvagem” (Cuore selvaggio) (1990). Sua capacidade de interpretar uma variedade de papéis a tornou uma atriz versátil e respeitada internacionalmente.
Laura Antonelli
Laura Antonelli é lembrada por sua presença magnética nas telas. Ela conquistou o público com papéis memoráveis em filmes como “Malícia” (Malizia) (1973) e “O Inocente” (L’innocente) (1976), demonstrando seu talento versátil. A contribuição de Laura Antonelli para o cinema italiano é uma parte essencial do legado das grandes atrizes, musas inspiradoras que deixaram não apenas a marca de sua beleza física, mas a memória de uma atuação autêntica, resultado de uma devoção ao que a arte cinematográfica pode alcançar de mais significativo.
Monica Vitti
Conhecida por sua colaboração com o renomado diretor Michelangelo Antonioni, trouxe uma intensidade emocional única para suas performances em filmes como “A Aventura” (L’avventura) (1960) e “A Noite” (La notte) (1961). Sua habilidade em transmitir complexas emoções através de sua atuação a tornou uma figura emblemática do cinema italiano.
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