A Itália também celebra o Dia Internacional dos Trabalhadores no dia 1º de maio. Escolas, repartições públicas e a maioria das empresas ficam fechadas, promovendo descanso e reflexão sobre os valores deste dia. A celebração é chamada Festa dei Lavoratori (também conhecida, é claro, como Primo Maggio) e, assim como em outros países, celebra as vitórias dos direitos dos trabalhadores italianos, como jornadas de trabalho de oito horas, condições de trabalho seguras e o direito a férias. A data também promove a atualização e a adição de mais proteções e privilégios para que os trabalhadores sejam tratados de forma justa.
Uma diferença notável quando comparamos com o feriado aqui no Brasil é que na Itália acontecem inclusive concertos e desfiles com grande participação do público, além de piqueniques e momentos mais íntimos em família.
Uma das maiores celebrações da Festa dei Lavoratori na Itália é o Concerto del Primo Maggio, realizado desde 1990 na Piazza San Giovanni, em Roma, e patrocinado pelos maiores sindicatos trabalhistas da Itália. O grande evento gratuito é realizado na praça em frente à Basílica de San Giovanni, em frente ao Palazzo Laterano. Além de artistas italianos, o concerto também conta com estrelas internacionais e apoia artistas emergentes e independentes.
Uma curiosidade especial: no 1º de maio de 2011, o Concerto na Piazza San Giovanni foi realizado no mesmo dia da beatificação do Papa João Paulo II e ganhou um significado adicional bastante especial para milhões de pessoas. A data ficou marcada, inclusive, por ter sido uma das maiores cerimônias da história da Igreja: mais de 1,5 milhão de peregrinos viajaram a Roma para participarem do evento religioso! Sem contar as milhares de outras pessoas que assistiram ao concerto e à cerimônia à distância.
Origens do Dia do Trabalho na Itália
A Festa dei Lavoratori remonta ao final da década de 1880, quando os sindicatos começaram a surgir em todo o mundo. Depois, em 1925, a Festa foi suspensa por um longo período, quando o regime fascista controlava a Itália. O feriado só foi restaurado pelo governo italiano em 1945, após a Segunda Guerra Mundial.
Viajando para a Itália: Maio em Assis
Um fato interessante sobre a abertura do mês de maio na Itália é que a A Festa dei Lavoratori foi precedida por muitos anos pelo “Il Calendimaggio”, Festa da Primavera, uma celebração agrícola que marca o início da estação de cultivo. O nome, inclusive, revela muito sobre os costumes antigos dos romanos.
A palavra calendário primeiro originou-se do grego “kalein”, significando “chamar em voz alta”, no sentido de uma “convocação”. E, no latim, depois transformou-se em “calendae”. Para os romanos, “calendas” era então o nome do primeiro dia de cada mês, e esse termo teria surgido a partir do costume romano de se “chamar em voz alta” os cidadãos, uma convocação do povo justamente no primeiro dia de cada mês, quando as pessoas eram informadas sobre os festivais e dias sagrados que deviam ser respeitados ao longo do mês.
Muitas regiões da Itália ainda celebram Il Calendimaggio, mas Assis é a mais reconhecida por realizar uma festa que atrai os turistas devido à sua grandeza.
Os moradores costumam planejar o ano todo os detalhes dessa comemoração, que dura vários dias, com todos vestidos como se ainda vivessem no período medieval.
A arte italiana caminhando junto nas conquistas
Abrimos este artigo com uma pintura especial, chamada “Il quarto stato”, do pintor italiano Giuseppe Pellizza da Volpedo, criada em 1901. Ela se encontra, desde 7 de julho de 2022, na Galleria d’Arte Moderna de Milão.
A história da composição dessa pintura é de grande simbologia e de inspiração na realidade da luta pelos direitos dos trabalhadores.
Giuseppe Pellizza havia iniciado sua ideia ao trabalhar em um esboço chamado primeiro de “Ambasciatori della fame” (Embaixadores da Fome), que podemos ver acima. Isso ocorreu em 1891, após Pellizza testemunhar um protesto de um grupo de trabalhadores. O artista ficou muito impressionado com a cena, tanto que escreveu em seu diário:
“La questione sociale s’impone; molti si son dedicati ad essa e studiano alacremente per risolverla. Anche l’arte non dev’essere estranea a questo movimento verso una meta che è ancora un’incognita ma che pure si intuisce dover essere migliore a patto delle condizioni presenti.”
“A questão social se impõe; muitos se dedicaram a isso e estão trabalhando duro para resolver. Mesmo a arte não deve ser alheia a este movimento em direção a um objetivo que ainda é desconhecido, mas que, no entanto, se sente que deve ser melhor do que as condições atuais.”
“O quarto estado” faz referência, portanto, a uma ideia de poder e de manifestação por esse poder, por esse direito ainda não contemplado na sociedade. A tela retrata um grupo de trabalhadores marchando em protesto em uma praça. O avanço da procissão não é violento, é lento, seguro e confiante, sugerindo portanto um sentimento inevitável de vitória. E esta seria justamente a intenção de Pellizza, dar vida a“una massa di popolo, di lavoratori della terra, i quali intelligenti, forti, robusti, uniti, s’avanzano come fiumana travolgente ogni ostacolo che si frappone per raggiungere luogo dove ella trova equilibrio”(“uma massa de gente, de trabalhadores da terra, que são inteligentes, fortes, robustos e unidos, avançam como uma inundação superando todos os obstáculos que se interpõem no caminho para chegar a um lugar onde encontre equilíbrio”).
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A história linguística e cultural da Itália remonta a tempos antigos, onde uma rica tapeçaria de povos itálicos pré-romanos moldou as bases das tradições que eventualmente evoluíram para a língua italiana que conhecemos hoje. Esses povos, com suas diversas línguas e culturas, desempenharam um papel fundamental na formação da identidade italiana.
Antes do Império Romano
Antes da expansão do Império Romano, a península itálica era habitada por diferentes grupos étnicos, cada um contribuindo de maneira única para o mosaico cultural. Entre esses povos itálicos, destacam-se os Etruscos, os Umbros, os Sabinos, os Samnitas e os Latinos, entre outros.
Os Etruscos, por exemplo, habitavam a região da Etrúria (atual Toscana) e desenvolveram uma civilização avançada com uma escrita própria. Embora a língua etrusca tenha influenciado apenas marginalmente o latim, as interações culturais foram cruciais para a formação da sociedade romana.
Os Latinos, por sua vez, eram um grupo que se destacou, especialmente com a ascensão de Roma. A língua latina, falada pelos romanos, tornou-se a base do latim vulgar, que evoluiu para o italiano. O latim era originalmente uma língua de prestígio usada pelos escribas e pelas classes educadas, mas, ao longo do tempo, foi sendo assimilada pelas populações locais.
As raízes da língua italiana
A diversidade linguística na Itália antiga é evidenciada pela coexistência de vários dialetos e línguas itálicas. Os Umbros, na região central da península, falavam o umbro; os Samnitas, no sul, falavam o osco; e assim por diante. Essas línguas compartilhavam características comuns, mas também exibiam singularidades que contribuíram para a riqueza linguística da região.
Com o tempo, a expansão romana unificou grande parte da península sob um governo central, levando ao domínio do latim como língua franca. Contudo, a penetração do latim não foi uniforme, e muitos dialetos itálicos resistiram à influência romana.
Ao longo dos séculos, especialmente durante a Idade Média, o latim vulgar, falado pelas populações locais, evoluiu para os dialetos românicos, que deram origem às línguas românicas modernas, incluindo o italiano. A consolidação do italiano como uma língua distintiva ocorreu no período renascentista, com figuras como Dante Alighieri, autor da “Divina Comédia”, contribuindo significativamente para a sua padronização.
As raízes da língua italiana estão, assim, profundamente entrelaçadas com as experiências e interações dos povos itálicos pré-romanos. A diversidade cultural e linguística desses grupos é um reflexo da complexidade histórica da península itálica, que contribuiu para a riqueza e a diversidade que caracterizam a Itália e sua língua oficial, o italiano. Essa jornada através do tempo revela não apenas as origens da língua, mas também a resiliência e a riqueza das tradições que moldaram a identidade italiana ao longo dos séculos.
Produzimos lives que abordaram muitos detalhes dessa trajetória da língua italiana. Assistindo, você descobrirá mais sobre esse espetacular caminho das línguas e sobre as heranças milenares que carregamos, literalmente, na ponta da língua, em cada palavra que pronunciamos hoje, seja no italiano ou no português. Destacamos abaixo, buona visione!
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O hino italiano ficou cada vez mais famoso internacionalmente devido às competições esportivas. Mesmo quem não é italiano já pode saber reconhecer a melodia, depois de tantas vezes ouvir tocando na Copa do Mundo, ou nos jogos da National, em corridas da Ferrari na Fórmula 1, etc. Mas então chegou a hora de você ir além da sonoridade e descobrir mais sobre a composição, a história e os significados por trás do hino italiano! Além de uma curiosidade, que compartilharemos ao final deste artigo.
A evolução e o significado da letra
O hino nacional italiano, conhecido como “Il Canto degli Italiani” ou “Fratelli d’Italia” (A Canção dos Italianos ou Irmãos da Itália), tem como título original “Inno di Mameli”, por ter sido escrito por Goffredo Mameli. E não é apenas uma melodia patriótica, mas também um reflexo das transformações históricas e culturais da nação ao longo do tempo. Ao explorarmos a evolução e o significado da composição das letras do hino, mergulhamos em uma jornada fascinante pela história e pela formação da identidade italiana.
Foi musicado pelo genovês Michele Novaro, no mesmo ano em que o também genovês Goffredo Mameli escreveu os versos da canção. O texto é criado durante o fervor dos movimentos de unificação italiana, e as palavras originais do hino refletiam o desejo ardente de independência e unidade. A letra exaltava a ideia de um povo unido, compartilhando um destino comum e a busca pela liberdade. Contudo, ao longo dos anos, as letras sofreram ajustes para melhor refletir as mudanças políticas e sociais da Itália.
A canção foi muito popular durante a unificação da Itália (que aconteceu em 1861) e nas décadas seguintes, embora não tenha sempre sido bem recebida pelos grupos que se alternavam no poder.
Após a proclamação do Reino da Itália, em 1861, a “Marcia Reale” (Marcha Real), que era o hino oficial da Casa de Sabóia, composto em 1831 por ordem do rei Carlos Alberto da Sardenha, foi escolhido como hino do Reino da Itália. Isso aconteceu porque a canção “Fratelli d’Italia” tinha clara conotação republicana e jacobina, e assim era difícil conciliar os significados da letra com o resultado da unificação da Itália, que era então ainda uma monarquia.
Já durante a era fascista (embora a Itália ainda fosse uma monarquia), Benito Mussolini e seu governo utilizaram de muitas canções em cerimônias para fins de propaganda de sua ideologia de poder, introduzindo alterações naquelas que não estivessem de acordo com a glorificação do Estado e do líder.
Dessa maneira, “Fratelli d’Italia”, ressoou com mais força no sul da Itália libertada pelos Aliados e nas áreas controladas pelos guerrilheiros ao norte da frente de guerra. Teve um bom sucesso em especial nos círculos antifascistas, onde tocava junto a canções partidárias, como “Fischia il vento” e “Bella ciao”. Alguns estudiosos acreditam, inclusive, que o sucesso da peça nos círculos antifascistas foi bastante decisivo para sua escolha como hino provisório da República Italiana.
Mas quando isso aconteceu? Sabe dizer? É mais recente do que você imagina. Descubra com o próprio Prof. Darius. Agora aproveite para ver a letra de perto. Ouça clicando aqui e acompanhe os versos abaixo:
I
𝄆 Fratelli d’Italia,
l’Italia s’è desta,
dell’elmo di Scipio
s’è cinta la testa.
Dov’è la Vittoria?
Le porga la chioma,
ché schiava di Roma
Iddio la creò. 𝄇
Coro:
𝄆 Stringiamci a coorte,
siam pronti alla morte.
Siam pronti alla morte,
l’Italia chiamò. 𝄇
Sì!
II
𝄆 Noi fummo da secoli
calpesti, derisi,
perché non siam popolo,
perché siam divisi.
Raccolgaci un’unica
bandiera, una speme:
di fonderci insieme
già l’ora suonò. 𝄇
Coro
III
𝄆 Uniamoci, amiamoci,
l’unione e l’amore
rivelano ai popoli
le vie del Signore.
Giuriamo far libero
il suolo natio:
uniti, per Dio,
chi vincer ci può? 𝄇
Coro
IV
𝄆 Dall’Alpi a Sicilia
dovunque è Legnano,
ogn’uom di Ferruccio
ha il core, ha la mano,
i bimbi d’Italia
si chiaman Balilla,
il suon d’ogni squilla
i Vespri suonò. 𝄇
Coro
V
𝄆 Son giunchi che piegano
le spade vendute:
già l’Aquila d’Austria
le penne ha perdute.
Il sangue d’Italia,
il sangue Polacco,
bevé, col cosacco,
ma il cor le bruciò. 𝄇
Coro
VI
𝄆 Evviva l’Italia,
dal sonno s’è desta,
dell’elmo di Scipio
s’è cinta la testa.
Dov’è la vittoria?!
Le porga la chioma,
ché schiava di Roma
Iddio la creò. 𝄇
Coro
Agora chegou a hora de saber a curiosidade que falamos no início deste artigo: a canção se tornou oficialmente o hino nacional da Itália apenas em novembro de 2017! Para saber mais, clique aqui no vídeo preparado pelo Prof. Darius no YouTube:
Neste vídeo você verá um segredo que, provavelmente, muita gente não conhecia a respeito do hino da Itália!
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Uma mulher nascida em 1711 é, simplesmente, uma das figuras mais importantes da história, e mesmo assim pouco ouvimos falar sobre ela quando nos deparamos com os registros dos livros de história. O nome dela é Laura Bassi, nascida em Bologna. Se em seu tempo já era difícil quebrar barreiras que impediam a expressão de muitas mulheres, imagine conseguir fazer isso num período em que tantos gênios dominavam o discurso público. Afinal de contas, estamos falando da época do iluminismo, quando Isaac Newton e Voltaire estavam vivos. Mas aí é que está: a genialidade de Laura Bassi chamou a atenção inclusive dessas outras grandes mentes que encontramos nos livros de história: os próprios Isaac Newton e Voltaire reconheciam as valiosas contribuições de Laura Bassi aos campos de estudo da ciência.
Apesar disso, apenas recentemente ela tem sido redescoberta e reconhecida por tantas de suas contribuições pioneiras no campo da física experimental.
A história de Laura Bassi
Laura Bassi estudou na Universidade de Bologna e ali se destacou em matemática e física. Em 1732, ainda aos 21 anos, já se tornava a primeira mulher a receber um diploma de doutorado em física na Europa.
Também foi a primeira mulher a ocupar uma cátedra e dar aulas na Universidade de Bologna, onde realizou pesquisas sobre fenômenos elétricos e óticos, contribuindo para o avanço da física experimental.
Ela despertou a admiração até mesmo do arcebispo Prospero Lambertini (que depois viria a se tornar o papa Bento XIV) e em 1745 foi incluída no grupo de elite de 25 estudiosos, chamado “Benedettini”, criado justamente por Lambertini, depois de se tornar Papa.
Apesar de toda a admiração que recebia, imposições a limitaram em sua jornada de vitórias: por ser mulher, recebia permissão para lecionar apenas em ocasiões especiais, com autorização dos superiores da universidade. Sua primeira aula aconteceu em 17 de dezembro de 1732, no famoso teatro anatômico do Archiginnasio de Bolonha, onde, a partir de 1734 ela foi convidada a participar da cerimônia anual de Anatomia Pública.
Quatro anos depois de iniciar sua profissão, casou-se com o médico Giuseppe Veratti, professor de física da universidade. Do casal nasceram oito filhos, dos quais apenas cinco sobreviveram. Em 1749, Laura Bassi iniciou cursos de física experimental com grande sucesso. Por ser o único curso da disciplina em Bolonha, o Senado acadêmico reconheceu a sua utilidade pública e atribuiu a Laura Bassi um salário de 1000 liras, um dos mais elevados da universidade de Bolonha.
Laura Bassi utilizava teorias newtonianas e não aristotélicas e buscou aplicá-las em múltiplos campos de pesquisa, em particular na física elétrica. Graças à estima que conquistou através da sua investigação e da sua atividade docente, conseguiu que lhe fosse atribuída, em 1776, a cátedra de professora de física experimental no Instituto de Ciências, e desta vez, finalmente, sem qualquer nulidade por ser mulher.
Avançando em muitos campos teóricos, Laura Bassi conseguiu usar o cálculo diferencial para estudar o movimento dos chamados “sistemas multicorpos”, um problema bastante complexo. Outras de suas contribuições importantes tratavam do movimento de fluidos e da eletricidade. Bem à frente do tempo, algumas das suas experiências a levaram a conjecturar a existência de uma relação direta entre o campo elétrico e o campo magnético.
Ela faleceu em 20 de fevereiro de 1778 e foi sepultada na igreja Corpus Domini.
Quebrando barreiras
Laura Bassi venceu obstáculos inimagináveis em uma época em que as mulheres tinham acesso limitado à educação superior e à pesquisa científica. E hoje pode ser devidamente reconhecida como uma das pessoas mais influentes na história da ciência italiana e uma inspiração para mulheres cientistas em todo o mundo.
Continue explorando os grandes feitos de outras personalidades italianas. E aproveite para fechar este mês de março lendo nossa homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, no artigo em que refletimos sobre o valor essencial das realizações que queremos alcançar, afinal de contas, estudar italiano aqui na ITALICA é também mergulhar nos valores culturais que permitem uma apreciação completa do idioma e da história da Itália. Por isso relembramos: a conquista e a luta das mulheres italianas, e de todo o mundo, é um avanço civilizatório que nos enche de orgulho!
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Oriana Fallaci foi uma renomada jornalista, escritora e entrevistadora italiana. Nascida em 29 de junho de 1929, em Florença, Itália, e falecida em 15 de setembro de 2006, em Florença, ela se destacou por sua carreira marcante no jornalismo e por suas entrevistas penetrantes com algumas das personalidades mais proeminentes do século XX, desde o Ayatollah Khomeini até o diretor de cinema Federico Fellini.
Jornalista
Fallaci iniciou sua carreira no jornalismo na década de 1950 e logo se destacou por sua abordagem corajosa e incisiva. Ela trabalhou como correspondente de guerra e cobriu eventos internacionais significativos, incluindo a Guerra do Vietnã e os conflitos no Oriente Médio.
Seu estilo de entrevista, caracterizado por perguntas diretas e incisivas, tornou-se uma marca registrada. Fallaci entrevistou líderes políticos notáveis, como Henry Kissinger, Yasser Arafat e Muammar Gaddafi, entre outros. Suas entrevistas muitas vezes ultrapassavam as formalidades tradicionais, buscando penetrar na essência do pensamento e da personalidade de seus entrevistados.
Escritora
Além de seu trabalho no jornalismo, Oriana Fallaci também se destacou como escritora. Seu livro mais conhecido, “Entrevista com a História” (1976), é uma compilação de suas entrevistas mais importantes. Outras obras notáveis incluem “Carta a um Criança Nunca Nascida” (1975), um livro em formato de carta que aborda questões sobre maternidade e a condição humana.
Fallaci também foi autora de romances, incluindo “Um Homem” (1979) e “Inshallah” (1990). Seus escritos refletem suas experiências, visões políticas e uma profunda preocupação com questões sociais e culturais.
Ao longo de sua carreira, Oriana Fallaci foi alvo de controvérsias, especialmente devido às suas posições políticas e opiniões francas. Ela permaneceu ativa no jornalismo até o final de sua vida, enfrentando desafios de saúde enquanto continuava a expressar suas opiniões fortes e inabaláveis.
Legado
Oriana Fallaci deixou um legado significativo no jornalismo, sendo reconhecida por sua coragem, intelecto afiado e abordagem única na arte da entrevista. Sua influência estende-se para além da Itália, impactando o jornalismo global e inspirando gerações de repórteres e escritores.
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O Dia Internacional da Mulher é uma ocasião significativa em todo o mundo, celebrando a luta por direitos e igualdade de gênero. Na Itália e no mundo, esse dia pode ser cada vez mais marcado por uma combinação de tradições e de progresso, se destacarmos a importância das mulheres na sociedade italiana e global.
Historicamente, a Itália tem sido uma nação com raízes profundas em tradições familiares e culturais. No entanto, ao longo das décadas, as mulheres italianas têm desempenhado um papel fundamental na mudança social e política. O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade de honrar suas contribuições e refletir sobre os desafios que ainda enfrentam.
Mimosa: a flor do Dia da Mulher na Itália
Uma tradição comum, na Itália e por todo o mundo, é a oferta de mimos e flores. Na Itália, em especial as flores de mimosa se tornaram um símbolo da celebração, mas há muita história por trás de algo que poderia parecer apenas esteticamente belo.
Explicamos: a mimosa é inclusive conhecida como a flor do Dia da Mulher na Itália, e esse símbolo existe desde um período de pós-guerra, quando a flor foi usada por mulheres, como Rita Montagnana, Teresa Mattei e Teresa Noce, para consolidarem o símbolo de sua luta contra o fascismo. Foi nesse período, inclusive, em 1945, que foi criada a Unione Donne Italiane, uma associação que se constitui com objetivos claros: inscrever os direitos das mulheres na Carta Constitucional. Hoje, portanto, toda uma história de luta e de conquistas está em ação quando as mulheres recebem buquês de mimosa como um gesto de carinho e reconhecimento por seu papel na sociedade e na família. No entanto, as comemorações não devem se limitar a gestos simbólicos desse tipo. O reconhecimento verdadeiro é também feito de consciência sobre os valores que nos conduzem a novas ações no cotidiano.
Dia de Conscientização
Muitas atividades e eventos são realizados em todo o país para discutir questões relacionadas aos direitos das mulheres e igualdade de gênero. Uma parte fundamental do Dia das Mulheres na Itália é a conscientização sobre a história e sobre as realizações que se tornam possíveis quando o gênero não é visto como uma característica limitante. Temas como igualdade salarial, violência de gênero e representação política das mulheres são assuntos cada vez mais presentes em todos os dias, não apenas no dia das mulheres. Esses esforços buscam promover uma mudança cultural e social positiva, dando voz às questões que afetam as mulheres italianas.
A Itália tem feito avanços notáveis em direção à igualdade de gênero. As mulheres ocupam posições de destaque em diferentes setores, incluindo a política. No entanto, há desafios persistentes, tanto na Itália como ao redor do mundo. É o caso da disparidade salarial de gênero e a luta contra a violência doméstica, que ainda estão muito presentes e requerem atenção contínua.
Reconhecimento
Um aspecto notável do Dia das Mulheres na Itália, e que queremos trazer para consolidar nossa celebração aqui na ITALICA, é o reconhecimento de conquistas femininas históricas. Mulheres italianas notáveis, como Rita Levi-Montalcini, vencedora do Prêmio Nobel, e Eleonora Duse, renomada atriz, são lembradas e homenageadas hoje e sempre.
Rita Levi-Montalcini
Rita Levi-Montalcini (1909~2012) foi uma das italianas mais importantes da história da humanidade. Recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1986, por ter descoberto uma substância do corpo que estimula o crescimento de células nervosas, o que possibilitou a ampliação dos conhecimentos sobre o mal de Alzheimer e a doença de Huntington.
Ela nasceu em Turim, em 22 de abril de 1909, e foi médica neurologista. É um dos maiores orgulhos da Itália no último século e deixou contribuições para toda a humanidade. Em 30 de setembro de 2009, pelos seus estudos do sistema nervoso, recebeu o Wendell Krieg Lifetime Achievement Award, prêmio instituído pela mais antiga associação norte-americana de neurociência.
Eleonora Duse
Eleonora Duse (1858~1924), nasceu em Vigevano, na província de Pavia, na Lombardia. Chamada por alguns como “la divina del teatro”, foi uma das maiores atrizes italianas da história. Charles Chaplin, ao assisti-la, disse: “a maior atriz que já vi”. De uma família ligada ao teatro, começou cedo, e já aos 14 anos destacou-se ao interpretar Julieta. Em sua época, Eleonora Duse cumpriu o papel de uma formidável embaixadora cultural da Itália no mundo.
Lembrarmos das ações de grandes pessoas serve sempre como uma fonte de inspiração para as gerações mais jovens, mostrando-lhes que não há limites para o que podem alcançar.
É um dia para se continuar em reflexão, não apenas para se lembrar, mas para nos conscientizarmos de que celebrações só podem ser feitas devidamente se reconhecermos o valor essencial das realizações que queremos relembrar: a conquista e a luta das mulheres italianas, e de todo o mundo, é um avanço civilizatório que nos enche de orgulho!
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