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Documentos para cidadania italiana: saiba quais são necessários

Documentos para cidadania italiana: saiba quais são necessários

Se você tem ascendência italiana e está pensando em reconhecer a cidadania, provavelmente está se perguntando quais documentos são necessários para iniciar o processo. Este guia detalhado irá ajudá-lo a entender quais são os documentos essenciais que você precisa reunir antes de começar o seu processo.

Quem tem direito a cidadania italiana

Antes de tudo, é importante entender quem tem direito à cidadania italiana. Em geral, qualquer pessoa com ascendência italiana pode solicitar a cidadania. Isso inclui filhos, netos e até mesmo bisnetos de italianos nascidos na Itália. Para entender mais sobre quem tem direito, confira nosso artigo sobre quem tem direito à cidadania italiana.

Documentos necessários para cidadania italiana

Para reconhecer a cidadania, para cada pessoa da sua linha de ascendência (ou seja, nascido antes de você), será preciso ter a certidão em inteiro teor de nascimento, casamento e óbito. Claro, a de casamento para quem for casado e a de óbito para quem tiver falecido.

Mas atenção: a certidão de nascimento do italiano tem que vir do lugar onde ele nasceu lá na Itália.

Pode ser que, dependendo do caso, você só encontre a certidão de batismo, em uma igreja, em vez da de nascimento, que fica no comune – o equivalente à nossa prefeitura . Isso normalmente acontece quando o antenato nasceu há muito tempo, antes da região fazer o registro civil de quem nascia lá.

Você também precisará da Certidão Negativa de Naturalização dele, comprovando que ele não se naturalizou brasileiro.

Documentos necessários para cidadania italiana

Certidão em inteiro teor

As certidões de nascimento, casamento e óbito em inteiro teor são as únicas aceitas para seu processo de cidadania italiana.

Isso porque, elas trazem tudo o que está no livro, da mesma forma que foi escrito pelo tabelião no momento do registro, seja de nascimento, casamento ou óbito. Tudo de forma integral.

Devido à grande quantidade de erros das certidões antigas e os problemas com certidões falsas de requerentes brasileiros recebidas pelos Consulados e Comuni, o governo italiano passou somente a aceitar certidões em inteiro teor.

Elas são diferentes das certidões de breve relato, que trazem os dados de forma simplificada.

O valor das certidões em inteiro teor varia de estado para estado e costumam ter prazo de emissão um pouco mais longo do que as certidões simples.

Retificação de documentos

Outro desafio é que, em alguns casos, pode haver divergência nos documentos que você recebe. Por exemplo, as datas de nascimento podem ser diferentes entre os documentos ou pode haver erros de grafia nos nomes. Nesses casos, seria importante que um profissional habilitado avaliasse as certidões, pois nem sempre um erro pode impactar de forma negativa no desenvolvimento do processo.

Tradução e apostilamento

Os documentos para o processo de cidadania italiana emitidos no Brasil precisam ser validados na Itália.

Por isso, as certidões precisam estar traduzidas e apostiladas.

A tradução precisa ser feita por um tradutor juramentado. Não pode ser só alguém que seja fluente em italiano, ok? Ele precisa ser concursado e habilitado pela Junta Comercial do Estado.

E quais documentos para cidadania precisam ser traduzidos?

Todos que estiverem em português, ou seja, todos os que forem emitidos no Brasil: certidões de nascimento, casamento e óbito e a Certidão Negativa de Naturalização precisam ser traduzidos. A certidão de nascimento do italiano, como já veio da Itália, não precisa ser traduzida para o italiano.

Já o apostilamento é um selo com fé pública que atesta à sua autenticidade e faz com que esses documentos tenham validade fora do próprio país de emissão. Você talvez já tenha ouvido falar da apostila de Haia, certo? Não se preocupe, é a mesma coisa!

Ainda, existe também a possibilidade reversa, ou seja, um documento italiano ser traduzido de forma juramentada (do italiano para o português), bem como apostilado na Itália, isso ocorre quando é necessário retificar alguma certidão brasileira cuja comprovação dos elementos está contida no documento italiano.

Traducao de documentos para cidadania italiana

Validade de certidões

Não existe nada definido sobre data de expiração das certidões em inteiro teor. Porém, alguns consulados pedem que sejam respeitados 6 meses da data de emissão.

Nós da ITALICA Cidadania Italiana recomendamos que elas tenham a data mais recente possível. Além de evitar que neste período tenha havido alguma alteração de status, isso ajuda a evitar questionamento por parte dos analistas de documentação do seu caso.

É importante destacar que, embora seja possível realizar certos procedimentos sozinho, devido a complexidade existente em todo o percurso, buscar ajuda profissional ajudará a evitar erros e agilizar o processo. Estamos aqui para isso, a ITALICA Cidadania Italiana, têm conhecimento e experiência para lidar com todos os aspectos do processo de cidadania, desde a busca por documentos até você se tornar um cidadão italiano. Entre em contato e surpreenda-se!

Cidadania italiana: saiba quem tem direito e as vantagens em ter

Cidadania italiana: saiba quem tem direito e as vantagens em ter

A cidadania italiana é um tema que tem sido bastante discutido nos últimos anos. Muitas pessoas têm interesse em fazer o processo de reconhecimento, seja para ter acesso aos benefícios oferecidos pelo país ou para obter uma dupla cidadania.

Existem várias formas de conseguir a cidadania italiana, sendo que uma das mais comuns é por meio do direito de sangue. Isso significa que se um dos seus antepassados ​​era italiano, você pode ter direito à cidadania italiana. Outra forma é por meio do casamento com um cidadão italiano. Além disso, existe a opção de conseguir a cidadania por tempo de residência no país.

Passaporte italiano

Quem tem direito à cidadania italiana?

01) Iure Sanguinis

Uma das formas mais comuns de conseguir a cidadania italiana é por meio do direito de sangue. Segundo a lei italiana, todos os descendentes de italianos têm direito à cidadania italiana, sem limite de geração. Para isso não é necessário ter nascido na Itália, basta que um ascendente seu (nascido antes de você) tenha nascido lá.

Também, existem outras possibilidades.

02) Casamento

Não importa se o seu cônjuge é nascido na Itália ou teve a cidadania italiana reconhecida: por ter se casado com essa pessoa, você pode requerer a cidadania italiana.

Mas é preciso atender a alguns critérios para isso:

Você é uma mulher que se casou com um cidadão italiano antes de 27 de abril de 1983?

Antes dessa data, a lei italiana garantia que toda mulher que se casasse com um italiano teria direito automaticamente à cidadania do marido. Neste caso, é só levar os documentos ao consulado ou ao comune e fazer a solicitação!

Quem casou com um cidadão italiano depois de 27 de abril de 1983 também tem direito à naturalização.

Além disso é preciso atender a outros critérios.

  • É obrigatório falar italiano no nível B1 e ter uma comprovação dessa fluência, por meio de teste de proficiência reconhecido pelos ministérios de Educação e de Relações Exteriores da Itália.
  • Se vocês moram na Itália e têm filhos, é obrigatório ter pelo menos um ano de residência na Itália antes de fazer o pedido da naturalização.
  • Se vocês moram na Itália e não têm filhos, é obrigatório ter pelo menos dois anos de residência na Itália antes de fazer o pedido da naturalização.
  • Vocês moram fora da Itália e têm filhos, é obrigatório ter pelo menos um ano e meio de casamento antes de fazer o pedido da naturalização.
  • Vocês moram fora da Itália e não têm filhos, é obrigatório ter pelo menos três anos de casamento antes de fazer o pedido da naturalização.

Se este for o seu caso, é só dar entrada no processo. Para isso, você precisa pagar uma taxa e, depois, enviar toda a documentação no site do Ministero dell’Interno. O processo tem até 24 meses para ser concluído, porém, em caráter de exceção, pode ser prorrogado por até 36 meses.

03) Concessão

Há alguns casos mais específicos em que o governo italiano concede a cidadania a estrangeiros, como por exemplo se você mora na Itália há mais 10 anos e sem interrupções e possui ao menos o nível B1 de proficiência em italiano comprovada por meio da certificação aceita pelo governo.

Vantagens em ter cidadania italiana

A cidadania italiana oferece uma série de vantagens, principalmente para aqueles que desejam viver ou trabalhar no país. Uma das principais vantagens é o acesso a serviços públicos, como saúde e educação. Além disso, os cidadãos italianos têm direito a votar em eleições nacionais e locais.

Sendo cidadão italiano você pode ainda:

  1. Ter livre circulação pelos países da União Europeia;
  2. Possibilidade de morar em qualquer país da União Europeia;
  3. Poder trabalhar ou estudar legalmente na Europa;
  4. Transmitir a cidadania aos seus descendentes;
  5. Direito ao sistema sanitário italiano;
  6. Não precisar de visto consular para entrar nos EUA, Austrália, Canadá e Japão.

Paisagem na Itália

Processos para reconhecer a cidadania italiana

Existem diferentes formas de requerer a cidadania italiana. O ideal é avaliar qual faz mais sentido para você.

01 – Via Consulado no Brasil

No Brasil existem 6 consulados gerais italianos. Cada um deles atende determinados estados e você precisa entrar em uma fila.

Esta é a forma mais econômica de reconhecer sua cidadania. Porém o tempo de espera, dependendo da região, leva em média 10 anos.

02 – Diretamente na Itália

Neste caso, é preciso ir até a Itália. O pedido é feito diretamente no comune de residência, e o processo leva cerca de 3 meses, dependendo da demanda.

Esta forma é a mais rápida, porém existem os custos de viagem, da assessoria e todos custos durante o processo com moradia e alimentação, por exemplo.

03 – Via judicial na Itália

Aqui o caminho precisa de um advogado licenciado na Itália. Será ele quem entrará com seu pedido na Justiça.

É uma alternativa às filas do consulado e à via materna – quando existe uma mulher na sua linha de ascendência com um filho ou filha nascida antes de 1948.

Esta forma é mais vantajosa caso você não tenha disponibilidade de morar na Itália, pois por meio dela você pode acompanhar o processo sem sair do Brasil. Os custos aqui são os honorários do profissional e o processo pode levar até 2 anos para ser concluído.

Busque empresas confiáveis que auxiliem no processo

Existem diversos caminhos e detalhes para reconhecer a cidadania italiana. Por isso, é importante contar com empresas que te deixem à vontade para decidir qual o melhor caminho para o seu caso, considerando suas possibilidades.

Um dos grandes diferenciais da ITALICA Cidadania Italiana é ter uma equipe de advogados e consultores altamente qualificados e especializados em cidadania italiana. Além disso, fazemos acompanhamento contínuo, fornecendo atualizações regulares sobre o andamento do processo e tirando dúvidas dos clientes.

Nós somos a ponte que liga seu sonho ao seu futuro. Fale conosco.

Buongiorno ou Buona Giornata: como cumprimentar em italiano

Buongiorno ou Buona Giornata: como cumprimentar em italiano

Por: Paola Baccin
Se você acompanha os artigos que estamos publicando, deve ter percebido que língua e
cultura são inseparáveis. Aprender verbos, artigos, pronomes, sem inserir esses elementos
linguísticos em una cornice culturale [moldura cultural] nos obriga a decorar e repetir sem
compreender perfeitamente quando usá-los.

Hoje vamos apresentar três verbos: essere [ser e estar], chiamarsi [chamar-se] e venire
[vir],
mas vamos fazê-lo falando sobre comunicação intercultural.


A diferença entre o tratamento formal e informal (trattamento formale e informale) vai
retornar várias vezes nos nossos artigos, porque a escolha inadequada de um ou de outro pode
prejudicar a comunicação, uma vez que atinge o nosso interlocutor de maneira involuntária.

Imaginem que você, já não mais um adolescente, esteja andando pela rua e uma pessoa
se dirija a você com um: fala aí, vei, onde fica o metrô? A comunicação existiu, provavelmente
você entendeu a pergunta e sabe responder. O problema está no modo como você se sentiu ao
ser abordado dessa forma.


Você lembra da primeira vez que um desconhecido lhe tratou por senhor ou senhora?
Nesse caso, também, provavelmente percebemos que o tratamento era inadequado, já que ainda
nos considerávamos jovens demais e não estávamos prontos para ouvir. A comunicação existiu,
mas a nossa “impressão” sobre a pessoa com quem estávamos falando foi prejudicada.


A nossa visão de mundo determina o que consideramos “normal” na comunicação. No
Brasil, achamos “normal” pedir uma informação usando a frase: “Oi, desculpe, você pode me
dizer…” ou então, “oi, dá licença, você sabe…”, se nos dirigimos a uma pessoa muito mais velha
podemos escolhemos dizer algo como “bom dia, o senhor (a senhora) sabe…”.


Na Itália a escolha do tratamento é um pouco mais complexa. Os materiais didáticos,
geralmente nos ensinam que há o “trattamento formale” e o “trattamento informale”, mas há
também o que eu chamo de “media formalità”.


Il trattamento informale
Para o trattamento informale usamos o pronome tu. Os verbos e os pronomes ficam na
segunda pessoa e usamos o primeiro nome:

Verbo essere
Tu sei italiano? [Você é italiano?]
Sei, tu, Pedro? [É você, Pedro?]
Sei già stato in Italia? [Você já esteve na Itália?]

Verbo chiamarsi
Ti chiami Pedro de Oliveira? [Você se chama Pedro de Oliveira?]
Hai chiamato tua moglie? [Você telefonou para a sua esposa?]

Verbo venire
Vieni da Salvador di Bahia? [Você vem de Salvador da Bahia?]
Sei venuto in macchina o in treno? [você veio de carro ou de trem?]

O trattamento informale é usado quando falamos com amigos, colegas, entre jovens,
quando um adulto fala com uma criança ou com um adolescente. E, nesses casos, corresponde
ao uso do “tu” ou do “você” em português.

Em italiano o trattamento informale é empregado quando falamos com parentes, não
importa a idade. No Brasil, há famílias nas quais os jovens tratam o pai, o avô, os tios, a mãe,
a avó, as tias por “o senhor, a senhora”. Na Itália, todos os familiares são considerados íntimos,
portanto, o tratamento será sempre informal:

Tratamento informal em italiano
Papà, mi puoi aiutare a fare i compiti?
[Papai, você (o senhor), pode me ajudar a fazer a tarefa?]


Outra diferença interessante é que, enquanto no Brasil, nas orações, usamos o pronome
“vós”, na Itália emprega-se o tu, já que Deus é pai e Maria é mãe, usa-se o trattamento informal:


Padre nostro, che sei nei cieli…
[Literalmente: Pai nosso, você que está no céu…]
Ave Maria, piena di grazia, il Signore è con te …
[Literalmente: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo…]


Até há alguns anos, era impensável que um commesso [vendedor de loja] ou um barista
tratasse um cliente usando tu. Hoje, observa-se que, aos poucos, essa é a escolha para reduzir a
distância e indicar que há “uma amizade, uma cumplicidade” com o cliente. Ao entrar em uma
loja, ou um bar na Itália você pode ouvir diferentes formas de tratamento:

Tratamento formal em italiano

Tratamento formal: Buongiorno, signora (signore), posso aiutarla?
Tratamento informal: Buongiorno, serve aiuto? Posso aiutarti?

Em caso de dúvida, se você quer reduzir as distâncias, usando o trattamento informale,
pode sugerir no momento da apresentação:

Possiamo darci del tu?
Posso darti del tu?
[Posso tratá-lo por você?]


Mas, atenção! Nunca use, nem sugira, o tratamento informal quando se dirigir a
policiais, médicos, enfermeiros, professores, advogados, engenheiros, funcionários públicos,
faxineiros, camareiras e outras pessoas que estejam em um papel profissional ou oficial. Nesses
casos, ou na dúvida, use sempre o trattamento formale.
Il trattamento formale
Para o trattamento formale usamos o pronome Lei e nos dirigimos à pessoa com quem
estamos falando, usando o sobrenome e, eventualmente, o título. Os verbos e os pronomes ficam
na terceira pessoa.
Muitos estudantes confundem o pronome pessoal lei e o pronome de tratamento Lei.
O primeiro, lei, é usado apenas para falar de (sobre) pessoas do gênero feminino e corresponde
a “ela”, em português. Para falar de ou sobre pessoas do gênero masculino usamos lui [ele]:


Lei è mia figlia Anna e lui è mio figlio, Pietro.
[Ela é a minha filha Ana, e ele é o meu filho Pietro.]
Mia nonna è italiana e mio nonno è spagnolo.
Lei è di Belluno e lui è di Madrid.
[Minha avó é italiana e o meu avô é espanhol.
Ela é de Belluno e ele, de Madri.]
O pronome de tratamento Lei não é usado para falar sobre alguém, mas para se dirigir
a alguém, portanto, assim como o tu, é usado tanto para o masculino, quanto para o feminino.
Em português, corresponde a “o senhor”, “ a senhora”:
Verbo essere
Lei è italiano? [O senhor é italiano?]
Lei è italiana? [A senhora é italiana?]
Lei è Pedro de Oliveira? [O senhor é o Pedro Oliveira?]
È già stato in Italia? [O senhor (a senhora) já esteve na Itália?]
Verbo chiamarsi
Lei si chiama Pedro de Oliveira?
[O senhor se chama Pedro de Oliveira?]
Lei ha chiamato Sua moglie?
[O senhor telefonou para a sua esposa?]
Verbo venire
Viene da Salvador di Bahia?
[O senhor (a senhora) vem de Salvador da Bahia?]
È venuto in macchina o in treno?
[O senhor (a senhora) veio de carro ou de trem?]
No Brasil, há alunos que tratam o professor de “você” e o professor sempre trata o aluno
por “você”. Na Itália, em sala de aula, e na relação entre docentes e alunos, emprega-se sempre
o tratamento formal.
O aluno brasileiro de italiano, pensando em como funciona a língua portuguesa, costuma
usar signor e signora como pronome de tratamento. Atenção: Lei já significa “o senhor” ou “a
senhora”:
Buongiorno, prego, si accomodi.
[Bom dia, senhor(a), por favor, fique à vontade.]
Em situações de alta formalidade pode-se adicionar signore(a) à frase.
Buongiorno, signore(a), prego, si accomodi.
[Bom dia, senhor(a), por favor, fique à vontade.]
Isso equivale a adicionar o título da pessoa com quem estamos falando. No Brasil, à
parte os títulos “professor” e “doutor”, não usamos as profissões quando nos dirigimos a uma
pessoa. Em italiano, para mostrar respeito, pode-se fazê-lo:
Buongiorno, avvocato, prego, si accomodi. [advogado]
Buongiorno, architetto, prego, si accomodi. [arquiteto]
Buongiorno, ragioniere, prego, si accomodi. [contador]
Buongiorno, ingegnere, prego, si accomodi. [engenheiro]
Buongiorno, onorevole, prego, si accomodi. [deputado ou senador]
La media formalità
Vimos que il tratamento informale (tu) é empregado para falar com pessoas amigas,
íntimas, jovens e com a família. Il tratamento formale (Lei) é usado para demonstrar respeito,
não apenas em relação à idade do interlocutor, mas ao seu cargo, por isso devemos lembrar de
usar sempre o Lei em relações profissionais.
Para se dirigir a uma pessoa com a qual não temos intimidade, à qual queremos
demonstrar respeito, mas, em relação à qual queremos, ao mesmo tempo, diminuir a distância,
podemos usar a media formalità. Usamos a terceira pessoa Lei, mas com o primeiro nome.
È o caso de suocero e suocera [sogro(a)]. O genro (genero) ou a nora (nuora) podem
optar pela media formalità, ou seja usar o primeiro nome e os verbos na terceira pessoa.

Tratamento formal para conhecidos em italiano


Suocero: Ciao, Francesco, come stai?
Genero: Salve, Bruno, bene, grazie.
Lei piuttosto, come sta? Le sono passati i giramenti di testa?
[Sogro: Oi Francesco, como vai?
Genro: Oi Bruno, bem, obrigado. Mas e o senhor? Melhorou da tontura?]

I saluti

Na língua falada, para cumprimentar, usamos as seguintes fórmulas que vão do registro
mais formal ao mais informal. Aqui, cabe distinguir as fórmulas para cumprimentar quando se
encontra alguém ou para se despedir.
Quando encontramos alguém podemos dizer buongiorno ou buonasera.
A divisão entre giorno e sera não é precisa. O primeiro é usado durante o dia todo,
enquanto há luz, por isso, depende também da estação do ano. No verão podemos dizer
buongiorno até as cinco da tarde, enquanto no inverno, quando os dias são mais curtos, às 4
horas já se pode dizer buonasera. Não se usa buonanotte para cumprimentar quando se encontra
alguém, pois é uma fórmula de despedida.
Existe também o buon pomeriggio, que pode ser usado após o meio-dia. É muito menos
frequente do que buongiorno.
Além dessas duas expressões, na media formalità podemos empregar também salve e
no registro informale, ciao ou salve que correspondem ao nosso “oi” ou “olá”.

Saudação em italiano

Para se despedir, o leque de expressões é muito maior. No tratamento formal e na média
formalidade emprega-se: arrivederla ou arrivederci que corresponde ao português “até logo”.
Além dessas duas, você pode escolher muitas outras formas para se despedir que podem ser
usadas em todos os registros: buona giornata, buon pomeriggio, buona serata, buonanotte.
Se encontramos pessoas que estão realizando uma atividade, como amigos em um
restaurante ou na fila do teatro, podemos nos despedir dizendo: buon prosseguimento.
No âmbito da media formalidade e da informalidade podemos dizer, também: a presto,
alla prossima.
Para despedidas informais temos ainda: ciao, ci vediamo, ci sentiamo.
Lembre-se de não usar ciao para se despedir de profissionais, funcionários e todas as
pessoas com as quais deve-se usar o tratamento formal.

Scusa ou scusi?

Essa é uma dúvida que se apresenta sempre e que, no momento da comunicação, deve
ser resolvida rapidamente.
Scusa – trattamento informale
Scusi – trattamento formale

Verbo essere

O verbo essere corresponde aos verbos “ser” e “estar” em italiano, veja nos exemplos
abaixo:
João: Sono brasiliano e tu di dove sei?
Vera: Anch’io sono brasiliana, di Brasilia e sono qui in Italia per motivi di lavoro.
João: Sono contento di averti conosciuta, perché sono qui da un mese
e non ho fatto ancora molte amicizie.
Vera: Sei in Italia per la prima volta?
João: Eu sou brasileiro e você de onde é?
Vera: Eu também sou brasileira, de Brasília e estou aqui na Itália a trabalho.
João: Estou feliz por tê-la conhecido, estou aqui há um mês
e ainda não fiz muitas amizades.
Vera: Você está na Itália pela primeira vez?
Presente
Io sono Francesco.
[Eu sou o Francesco.]
Io sono in Italia per lavoro.
[Eu estou una Itália a trabalho.]
Tu sei bella.
[Você é bonita.]
Tu sei contenta?
[Você está contente?]
Lui è brasiliano.
[Ele é brasileiro]
Lui è in Brasile.
[Ele está no Brasil.]
Noi siamo autisti.
[Nós somos motoristas.]
Noi siamo stanchi di lavorare.
[Estamos cansados de trabalhar.]
Voi siete amici?
[Vocês são amigos?]
Voi siete a casa?
[Vocês estão em casa?]
Loro sono marito e moglie.
[Eles são marido e mulher.]
Loro sono ammalati.
[Eles estão doentes.]
No passado os verbos essere [ser, estar] e stare [ficar] têm a mesma forma e, em alguns
exemplos, podem corresponder ao verbo “ir” em português, sobretudo a frase “você já foi à
Itália?” corresponde a “sei mai (già) stato in Italia?”:
Passato


Verbo essere Verbo stare

Io sono stato in Italia l’anno scorso. Io sono stato a casa, non sono uscito.
[Eu estive (fui) à Itália o ano passado.] [Eu fiquei em casa, não saí.]
Tu sei mai stata in Sicilia?
[Você ja esteve (foi) à Sicilia?]
Tu sei stata bene a casa loro?
[Você ficou bem na casa deles?]

Verbo chiamarsi

O verbo chiamarsi corresponde ao verbo “chamar-se” e na sua forma não reflexiva
corresponde também a “telefonar”. Todos os verbos reflexivos pedem o auxiliar essere nos
tempos compostos como o passato.

Presente Passato
Mi chiamo Mi sono chiamato(a)
Ti chiami Ti sei chiamato(a)
Si chiama Si è chiamato(a)
Ci chiamiamo Ci siamo chiamati(e)
Vi chiamate Vi siete chiamati(e)
Si chiamano Si sono chiamati(e)

Verbo venire

O verbo venire corresponde ao verbo “vir” pede o auxiliar essere nos tempos compostos
como o passato e deve ser considerado sempre em relação ao verbo andare. Em outro artigo
trataremos especificamente do emprego desses dois verbos que, em muitos casos, não
corresponde ao português.
Presente/ Passato

Vengo spesso in Italia. Sono venuto(a) due volte in Italia.

Vieni con me al supermercato? Sei venuto(a) anche tu al supermercato?

Viene anche lei a Roma? È venuto(a) a Roma in treno.

Veniamo domani. Siamo venuti(e) ieri.

Venite dalla nonna? Siete venuti(e) dalla nonna insieme?

Vengono stamattina. Sono venuti(e) ieri mattina.

Texto: Paola Baccin
Desenhos: Airam Ribeiro
Sobre a autora: Paola Baccin é docente nos cursos de graduação e pós-graduação em língua e
literatura italiana da Universidade de São Paulo.
Diferenças entre a casa italiana e a casa brasileira  (Primeira Parte)

Diferenças entre a casa italiana e a casa brasileira (Primeira Parte)

Por: Paola Baccin

No artigo “casa dolce casa” falamos sobre como alugar uma casa na Itália. Hoje falaremos sobre as características da casa italiana. Quais as surpresas que um brasileiro pode encontrar em uma casa italiana e o que causa estranheza aos italianos que visitam as casas brasileiras. Por fim veremos dois verbos e suas conjugações completas: abitare, vivere.

Todos os aspectos da vida humana são tocados e alterados pela cultura: personalidade, linguagem, modos de pensar, de expressar sentimentos, de se mover, de solucionar problemas; a maneira de construir e de planejar cidades e sistemas de transportes, o sistema econômico e político e as soluções habitacionais. A cultura é determinada pelos valores considerados importantes ou fundamentais para uma sociedade como espaço e tempo; conceito de público e privado; importância da hierarquia; demonstração de status; manifestação de respeito; conceito de família; valor maior ou menor dado à honestidade e a esperteza como valor ou como delito, entre tanto outros.

A linguagem reflete todos esses aspectos. Desse modo, a simples tradução palavra – palavra, não é suficiente para compreender o significado que um determinado termo tem em uma cultura.

A palavra “casa” em português, corresponde a casa em italiano, essa aparente simplicidade na tradução poderia levar os falantes das duas línguas a considerar que existe uma equivalência perfeita:

O dicionário brasileiro Caldas Aulete define:

Casa 1. Construção, ger. com um ou poucos andares, com forma e tamanho diversos, destinada a habitação; (…)

2. Local onde se vive; LAR

Casas brasileiras
Casas Brasileiras

O dicionário italiano Treccani define:

Casa 1. Costruzione eretta dall’uomo per propria abitazione; più propriam., il complesso di ambienti, costruiti in muratura, legno, pannelli prefabbricati o altro materiale, e riuniti in un organismo architettonico rispondente alle esigenze particolari dei suoi abitatori (è, come abitazione, termine generico, che sostituisce talora termini più particolari, come palazzopalazzinavillavillino, ecc.)

Casas Italianas
Casas Italianas

Em italiano, não existe a palavra lar. Casa significa tanto a construção, quanto a habitação, tanto que a frase “lar doce lar”, em italiano equivale a “casa dolce casa”.

Realizei uma pesquisa com mais de 500 entrevistados entre brasileiros e italianos sobre esse tema e gostaria de compartilhar aqui e nos próximos artigos, alguns dos resultados obtidos.

Há um provérbio italiano que resume o sentimento que geralmente se tem sobre a própria casa: casa mia, casa mia, per piccina che tu sia tu mi sembri una badia [casa minha, casa minha, mesmo pequena, para mim você parece uma abadia]. 

Esse sentimento pode ser estendido para o próprio bairro, a própria cidade, o próprio país. No âmbito da percepção, não há certo ou errado, o apreço ou a rejeição são sentimentos que acabam surgindo em uma situação de contato intercultural.

Alguns participantes declaram terem consciência de que cada país encontra soluções específicas para a sua realidade:

La domanda è assurda, perchè nel mondo ci sono situazioni diversissime. ( )É uma pergunta absurda, porque no mundo há situações muito diferentes.
Come potrei descrivere la tipica casa brasiliana? Ma esiste, poi, una tipica casa brasiliana? Perché se dico tipica la devo in qualche modo distinguere da una tipica casa, mettiamo, italiana, francese, americana, giapponese… ce ne saranno alcune più ‘tipiche’ di altre? E la tipica casa di San Paolo, sarà più o meno tipica della tipica casa di Rio, o di Salvador, o dell’interno dello stato? Mà! Comunque, cerco di ritrovare il mio sguardo di venti anni fa, fresca fresca di arrivo a San Paolo, per ricordarmi quello che più mi colpì nelle case brasiliane.( )Como poderia descrever a típica casa brasileira? Mas existe uma típica casa brasileira? Porque se digo típica devo, de alguma forma, distingui-la de uma típica casa, digamos, italiana, francesa, americana, japonesa… haverá algumas mais “típicas” do que outras? E a típica casa de São Paulo, será mais ou menos típica do que a típica casa do Rio, ou de Salvador, ou do interior do Estado? Não sei! Em todo o caso, procuro reencontrar o meu olhar de vinte anos atrás, bem fresquinha, recém-chegada em São Paulo, para lembrar daquilo que mais me impressionou nas casas brasileiras.

As declarações são sempre frutos da percepção subjetiva, no entanto, algumas “impressões” se repetem, demonstrando que se trata de um aspecto compartilhado da cultura. Provavelmente, ao ler os depoimentos, você vai se reconhecer e perceber que, apesar da individualidade, há elementos em comum que permitem que se fale de “casa italiana” e “casa brasileira”.

Vejamos o que italianos responderam quando perguntados sobre a característica das casas italianas e brasileiras:

L’italiano dentro casa manifesta al mondo esterno i propri sentimenti intimi: parla, litiga, ride, piange e cucina e il vicino che passa per strada lo sa, come canta anche Francesco Guccini in Lettera: “All’una in punto si sente il suono acciottolante che fanno i piatti, le tivù sono un rombo di tuono per l’indifferenza scostante dei gatti”. ( )O italiano dentro de casa manifesta ao mundo exterior os seus próprios sentimentos íntimos: fala, briga, ri, chora e cozinha e, como já cantava Francesco Guccini, na canção Lettera, o vizinho que passa pela rua, sabe que: ‘à uma em ponto, se ouve o barulho dos pratos, as tevês são como uma trovoada para a indiferença esquiva dos gatos’.
In una casa brasiliana ci si può perdere, anche se è piccola, perché è divisa in meandri, corridoi angusti, muri, muretti, rientri che la casa italiana non conosce. ( )Em uma casa brasileira, mesmo pequena, pode-se perder, porque é dividida em meandros, corredores estreitos, muros, murinhos, reentrâncias que a casa italiana não conhece.
In Brasile: ci sono un sacco di bagni e sono minuscoli, i frigoriferi sono immensi, le cucine e i bagni sono piastrellati fino al tetto, non c’è il riscaldamento, le finestre delle case hanno le inferriate, la stanza più importante è la sala dove non manca mai il divano e la tele, a volte si ha l’impressione che la casa sia più un dormitorio che un posto in cui trascorrere piacevolmente del tempo, le case contengono pochi soprammobili e più oggetti d’utilità.( )No Brasil: há um monte de banheiros, que são minúsculos; a geladeiras são imensas; as cozinhas e os banheiros são azulejados até o teto; não tem aquecimento; as janelas das casas têm grades; o cômodo mais importante é a sala, onde tem sempre um sofá e a TV. Às vezes se tem a impressão de que a casa seja mais um dormitório do que um lugar para passar agradavelmente o tempo, as casas têm poucos enfeites e mais objetos utilitários.

Ao escolher a palavra casa, independentemente de seu contexto, tocam-se valores culturais fundamentais relativos ao espaço, ao tempo, à diferença entre público e privado, a questões relacionadas ao status e à composição familiar, a disposição e o valor dos objetos, o cuidado com os odores (cozinha e banheiro), a adaptação ao clima, entre outros.

Nos próximos artigos valaremos sobre alguns ambientes que merecem um destaque especial e sobre a limpeza das casas. Hoje, faremos um breve panorama de algumas características.

A maioria das casas italianas tem apenas uma porta de entrada que dá para um hall (em italiano, no feminino: la hall), enquanto as casas brasileiras têm duas entradas: a porta da sala e a porta da cozinha. No Brasil, as duas portas são comuns mesmo em apartamentos, algumas com acessos separados para elevadores sociais e de serviço. Na Itália, sobretudo nos apartamento, essa distinção não existe.

O hall de entrada é importante para deixar casacos, cachecóis, sapatos molhados antes de se entrar na sala, já que durante uma grande parte do ano (primavera, outono e inverno) é preciso realizar essa operação antes de sair de casa e quando se retorna.

A casa italiana é dividida em uma zona giorno que compreende a sala, a cozinha e o banheiro, e uma zona notte que compreende os quartos, ou seja, a divisão da casa é em duas partes, uma parte social e uma parte íntima.

No Brasil, a casa é dividida em área social, área de serviço e área íntima. Essa inclusão de uma parte “de serviço” que não é aberta às visitas e que, em alguns casos, é destinada apenas aos empregados, surpreende o italiano, que, mesmo pertencente à classe média alta, não tem “empregados”. Veja um dos depoimentos sobre essa divisão:

Parlando di appartamenti, la diversità che un italiano nota subito nella pianta [della casa brasiliana] è l’eterna presenza del “quarto da empregada”. Come italiana non abituata alla domestica, io lo detesto: non so cosa farmene. ( )E por falar em apartamentos, a diferença que um italiano nota já na planta, é a eterna presença do “quarto da empregada”. Como italiana não acostumada a ter uma empregada, eu o detesto: não sei o que fazer com ele.

Hoje, na Itália, muitas famílias criam “la camera della badante”, o quarto para a cuidadora de idosos. A presença de um elevador de “serviço” e uma “porta de serviço”, porém, não é comum na Itália.

A área de serviço é um espaço fundamental na casa brasileira, praticamente inexistente nas casas italianas. Muitos brasileiros não conseguem compreender onde lavar e estender a roupa, já que não há um tanque, e a máquina de lavar fica na cozinha ou no banheiro.

Bagno e “banheiro” também seriam duas palavras que aparentemente poderiam ser equivalentes perfeitos. No entanto, é exatamente essa “falsa equivalência” que pode causar no turista brasileiro um desconforto ou até mesmo uma rejeição da cultura italiana.

O banheiro tem funções e “status” diferentes nas duas culturas. Para o brasileiro é um espaço íntimo, não compartilhado, confirmado pela existência de suítes (um banheiro em cada quarto), lavabo para os hóspedes e pelo banheiro da empregada. As janelas do banheiro geralmente são pequenas, no alto para oferecer a máxima privacidade.

Na Itália, o banheiro é um espaço compartilhado para a higiene, ou seja, em locais públicos encontramos muito frequentemente banheiros unissex. A família e os hospedes usam o mesmo banheiro. Até há alguns anos, havia hotéis com banheiro compartilhado por mais de um quarto: havia camere con e senza banho.

Muitos banheiros ainda têm a vasca da bagno [banheira] e para tomar banho é preciso ficar em pé dentro da banheira e lavar-se com a ducha, e o bidê faz parte da higiene íntima diária das famílias italianas. No banheiro pode haver janelas grandes, que permitem ver e ser visto, a privacidade é obtida pelas cortinas.

Banheira italiana
la vasca da bagno

A maioria das casas, sobretudo os apartamentos, não têm lavanderia, a máquina de lavar fica no banheiro, roupas delicadas são lavadas à mão em uma bacia. Para a limpeza do chão, a água suja é jogada no vaso sanitário e enche-se o balde com água limpa na torneira da pia ou da banheira.

Nos dias quentes as roupas podem ser estendidas no terraço (terrazzi e balconi) ou pendurada para fora da janela. Nos dias frios, pode ser estendida dentro de casa, mas muitas famílias optam por comprar uma secadora.

Varal italiano
lo stendino

VERBOS

Deixamos a conjugação de dois verbos relativos à casa: “morar e viver”. O primeiro é regular, pede o auxiliar avere, o segundo tem a forma do particípio irregular “vissuto” e aceita tanto o auxiliar essere quanto o auxiliar avere:

Sono brasiliano, ma vivo (abito) da tanti anni in Italia.

[Sou brasileiro, mas vivo (moro) na Itália há muitos anos.]

Ho abitato (sono vissuto) in Italia per due anni.

[Morei (vivi) na Itália por dois anos.]

Ho vissuto una bell’esperienza.

[vivi uma bela experiência.]

A Accademia della Crusca explica que tradicionalmente o verbo vivere no sentindo de morar deveria ser conjugado com o verbo essere, se o verbo viver tem um complemento (vivi uma bela vida), então deveríamos usar o auxiliar avere. Hoje, aceita-se o auxiliar avere em ambos os casos.

Modo infinito (Presente): ABITARE(Passato): Avere abitato
Modo indicativo
PresentePassato prossimoFuturo sempliceFuturo anteriore
(io) abito (tu) abiti (lui/lei) abita (noi) abitiamo (voi) abitate (loro) abitanoHo abitato Hai abitato Ha abitato Abbiamo abitato Avete abitato Hanno abitatoAbiterò Abiterai Abiterà Abiteremo Abiterete AbiterannoAvrò abitato Avrai abitato Avrà abitato Avremo abitato Avrete abitato Avranno abitato
ImperfettoTrapassato prossimoPassato remotoTrapassato remoto
Abitavo Abitavi Abitava Abitavamo Abitavate AbitavanoAvevo abitato Avevi abitato Aveva abitato Avevamo abitato Avevate abitato Avevano abitatoAbitai Abitasti Abitò Abitammo Abitaste AbitaronoEbbi abitato Avesti abitato Ebbe abitato Avemmo abitato Aveste abitato Ebbero abitato
Modo condizionaleModo imperativo
PresentePassatoAffermativoNegativo
Abiterei Abiteresti Abiterebbe Abiteremmo Abitereste AbiterebberoAvrei abitato Avresti abitato Avrebbe abitato Avremmo abitato Avreste abitato Avrebbero abitato— Abita (tu) Abiti (Lei) Abitiamo (noi) Abitate (voi) Abitino (loro)— Non abitare (tu) Non abiti (Lei) Non abitiamo (noi) Non abitate (voi) Non abitino (loro)
Modo congiuntivo
PresentePassatoImperfettoTrapassato
Che io abiti Che tu abiti Che lui abiti Che noi abitiamo Che voi abitiate Che loro abitinoChe io abbia abitato Che tu abbia abitato Che lui abbia abitato Che noi abbiamo abitato Che voi abbiate abitato Che loro abbiano abitatoChe io abitassi Che tu abitassi Che lui abitasse Che noi abitassimo Che voi abitaste Che loro abitasseroChe io avessi abitato Che tu avessi abitato Che lui avesse abitato Che noi avessimo abitato Che voi aveste abitato Che loro avessero abitato
Modo gerundioModo participio
PresentePassatoPresentePassato
AbitandoAvendo abitatoAbitanteAbitato
Modo infinito (Presente): VIVERE(Passato): Avere vissuto
Modo indicativo
PresentePassato prossimoFuturo sempliceFuturo anteriore
(io) vivo (tu) vivi (lui/lei) vive (noi) viviamo (voi) vivete (loro) vivonoHo vissuto Hai vissuto Ha vissuto Abbiamo vissuto Avete vissuto Hanno vissutoVivrò Vivrai Vivrà Vivremo Vivrete VivrannoAvrò vissuto Avrai vissuto Avrà vissuto Avremo vissuto Avrete vissuto Avranno vissuto
ImperfettoTrapassato prossimoPassato remotoTrapassato remoto
Vivevo Vivevi Viveva Vivevamo Vivevate VivevanoAvevo vissuto Avevi vissuto Aveva vissuto Avevamo vissuto Avevate vissuto Avevano vissutoVissi Vivesti Visse Vivemmo Viveste VisseroEbbi vissuto Avesti vissuto Ebbe vissuto Avemmo vissuto Aveste vissuto Ebbero vissuto
Modo condizionaleModo imperativo
PresentePassatoAffermativoNegativo
Vivrei Vivresti Vivrebbe Vivremmo Vivreste VivrebberoAvrei vissuto Avresti vissuto Avrebbe vissuto Avremmo vissuto Avreste vissuto Avrebbero vissuto— Vivi (tu) Viva (Lei) Viviamo (noi) Vivete (voi) Vivano (loro)— Non vivere (tu) Non viva (Lei) Non viviamo (noi) Non vivete (voi) Non vivano (loro)
Modo congiuntivo
PresentePassatoImperfettoTrapassato
Che io viva Che tu viva Che lui viva Che noi viviamo Che voi viviate Che loro vivanoChe io abbia vissuto Che tu abbia vissuto Che lui abbia vissuto Che noi abbiamo vissuto Che voi abbiate vissuto Che loro abbiano vissutoChe io vivessi Che tu vivessi Che lui vivesse Che noi vivessimo Che voi viveste Che loro vivesseroChe io avessi vissuto Che tu avessi vissuto Che lui avesse vissuto Che noi avessimo vissuto Che voi aveste vissuto Che loro avessero vissuto
Modo gerundioModo participio
PresentePassatoPresentePassato
VivendoAvendo vissutoViventeVissuto
Sobre a autora: Paola Baccin é docente nos cursos de graduação e pós-graduação em língua e literatura italiana da Universidade de São Paulo.
Partícula “NE”

Partícula “NE”


Preciso mesmo usá-la em italiano?

Particula ne em italiano
“Recenti studi confermano che i gatti sono in grado di comprenderci, ma non gliene frega niente”

Muitas vezes parece que entre uma língua e outra mudam apenas as palavras. Por isso, temos a sensação de que traduzir seja uma boa estratégia de aprendizagem e, muitas vezes, justificamos a nossa dificuldade de falar apenas pela falta de vocabulário.

As palavras são os tijolos da língua. Além dos elementos gramaticais, que são o cimento para uni-las, precisamos calcular como combinar esses componentes com tantos outros para ter uma construção completa que sustente o queremos dizer.

Português e italiano vieram do latim, mas cada língua construiu um percurso próprio. Pense na diferença entre o português brasileiro atual e o português europeu. O que houve com a nossa língua nesses quinhentos anos? Como um filho que percorre seu próprio caminho, as línguas também evoluem e se tornam diferentes de suas irmãs.

Um aluno brasileiro “aceita” que possam existir diferenças entre a sua língua e o chinês, o japonês, o russo, o árabe, mas, de forma inconsciente, “questiona” as diferenças estruturais entre o português e o italiano.

Hoje falaremos de uma particella pronominale que “assombra” o aluno brasileiro: o ne. O problema que se coloca não é compreender quando ou como deve ser usada, uma vez que o seu emprego segue uma lógica bastante clara. O nosso cérebro, porém, não consegue entender porque devemos usá-la, já que em português “passamos muito bem” sem ela.

Será que no nosso idioma também não temos elementos que podem parecer “inúteis” aos falantes de outras línguas? Para alguns deve ser difícil entender porque dizemos “eu vou, você vai, nós vamos” se poderíamos dizer apenas “eu ir, você ir, nós ir”. Veja que a compreensão é possível, e a construção seria muito mais simples!

Os verbos em italiano têm algumas regras que os verbos no português brasileiro não precisam seguir. Por exemplo, os elementos que completam o sentido de um verbo precisam estar sempre explícitos. Em português isso não é necessário, basta o contexto. Veja:

Português brasileiro Italiano
Você leu o jornal? Li. (Eu o li). Hai letto il giornale? Sì, l’ho letto. (Sì, ho letto.)

Quem lê, pode ler alguma coisa, ou seja, o verbo ler aceita um complemento para fazer sentido e esse complemento não pode ser omitido em italiano. Por isso precisamos usar sempre um pronome junto a esses verbos quando o complemento não for explícito.

NE = di qualcosa, di qualcuno

O ne também substitui elementos para que o verbo não fique “sozinho”. E quais seriam eles?

O primeiro é  di qualcosa [de alguma coisa] ou di qualcuno [de alguém], ou seja, um complemento introduzido pela preposição di.

O falante brasileiro também sente, muitas vezes, a necessidade de completar o sentido do verbo e “traduz” di qualcosa por “di questo”. Em italiano essa construção não é comum, em seu lugar emprega-se o ne:

È stato un vero amico, non me ne dimenticherò mai.

[Ele foi um verdadeiro amigo, nunca me esquecerei (disso).]

Uma dica: evite traduzir literalmente do português:

non mi dimenticherò mai di questo.

Ne substitui “che è stato un vero amico. A frase completa poderia ser:

Non mi dimenticherò mai che è stato un vero amico.

Ou seja: Non mi dimenticherò mai di questa cosa.

Como saber se é preciso usar o ne?O elemento que indica que devo usá-lo é o verbo dimenticarsi, porque chi si dimentica, si dimentica di qualcosa ou di qualcuno. [quem se esquece, se esquece de alguma coisa ou de alguém].

Vejamos mais exemplos:

Com o verbo soffrire [sofrer]:

Il mal d’autunno, clinicamente definito Seasonal Affective Disorder (SAD), crea ansia e malumore e ne soffre un italiano su dieci.

[O “mal de outono”, clinicamente definido Seasonal Affective Disorder (SAD), cria ânsia e mau-humor em um a cada dez italianos sofre desse mal.]

O verbo soffrire pode ter um complemento introduzido pela preposição di:soffro di mal di testa, ne soffro da quando ero bambino [sofro de dor de cabeça, sofro desde criança]. No exemplo, ne soffre un italiano su dieci, significa que um a cada dez italiano sofre di questo male.

Com o verbo sapere [saber]:

Um mesmo verbo pode ter mais de um tipo de complemento.

Pode-se saber algo – sapere qualcosa:

Augusto: Sai che Alessandro ha cambiato lavoro?

Cristina: Sì, lo so. (So questa cosa).

Filippo: Io invece non lo sapevo. (Non sapevo questa cosa.)

[Augusto: Você sabe que o Alessandro mudou de emprego?

Cristina: Sim, eu sei.

Filippo: Eu não sabia.]

Pode-se também saber algo sobre – sapere qualcosa di:

Augusto: Alessandro ha cambiato lavoro. Ne sai qualcosa?

Cristina: Non ne so niente. (Non so niente di questa cosa.)

[Augusto: Alessandro mudou de emprego. Você sabe de alguma coisa? Cristina: Eu não sei de nada.]

Se o contexto está claro, o falante do português brasileiro não sente a necessidade de explicitar o elemento que complementa o verbo. Essa diferença fundamental entre as duas línguas exige muita atenção no momento da comunicação, para nunca deixar um verbo transitivo sem o seu complemento explícito ou na forma de pronome.

Como vimos pelos exemplos acima, o emprego de ne pode depender do verbo. Vejamos o que acontece com os verbos dire, pensare e parlare.

Com o verbo dire [dizer]:

E allora, che ne dici? Andiamo o no al concerto?

[E, então, o que você acha? Vamos ou não ao show?]

Te lo dico più tardi.

[Falo para você mais tarde.]

No primeiro exemplo pergunta-se a opinião sobre alguma coisa, mais uma vez, ne substitui di questa cosa.

           A segunda frase completa seria: Ti dico quello che penso al riguardo più tardi. Observe que aqui não há a preposição di, por isso não usamos o ne. Lo substitui “quello che dico”. Percebemos, então, que um mesmo verbo pode ter vários tipos de complementos.

Com o verbo pensare [pensar]:

O verbo pensare também aceita mais de um complemento.

O complemento pode ser introduzido pela preposição a:

Penso a quello che mi ha detto. Ci penso sempre.

[Penso naquilo que ele me disse. Penso sempre naquilo.]

Penso a te. Ti penso.

[Penso em você.]

Ou pode ser introduzido pela preposição di e, nesse caso, pode ser substituído por ne:

Che ne pensi? Coraggio! Esprimi la tua opinione.

[O que você acha (disso)? Coragem! Diga a sua opinião.]

Com o verbo parlare [falar]:

O verbo parlare pode ter vários complementos e, a cada um, corresponderá um pronome:

Parlare una lingua [falar uma língua]

Parli l’italiano? Sì, lo parlo. Você fala italiano? Sim, falo.

Parlare con qualcuno [falar com alguém]

D’accordo, ci parlo io. Está bem, eu falo com ele.

Parlare a qualcuno [falar para alguém]

Io gli parlo, ma lui non mi risponde. Eu falo com ele, mas ele não responde.

Pode-se também falar de alguma coisa. E eis aí, de volta, o nosso di qualcosa que pode ser substituído pelo ne:

Parlare di qualcosa

Adesso non ho tempo, ne parliamo più tardi. Agora não tenho tempo, falamos sobre isso mais tarde.

Por fim, pode-se falar de algo a alguém:

Parlare di qualcosa a qualcuno

Lui non mi sopporta, parlagliene tu. Ele não me suporta, fale você (sobre isso) com ele.

A regra é bastante simples: quando precisamos substituir um complemento com a preposição di devemos usar o ne: di ciò, di questo, di quello, di questa cosa, di questo argomento:

Non ne vedo la necessità.

[Não vejo a necessidade disso.]

Che cosa vuoi che ne faccia?

[O que você quer que eu faça com isso!]

NE = da quel luogo, da quella situazione, da quella cosa

Em alguns casos ne pode substituir também elementos introduzidos pela preposição da: da quel luogo, da quella situazione, da quella cosa [daquele lugar, daquela situação, daquela coisa]:

È arrivato a Roma il mercoledì e ne è ripartito dopo due giorni.

[Chegou em Roma na quarta-feira e partiu (dali) no dia seguinte.]

ne = da Roma (da quel luogo).

È una situazione difficile, ma sono sicuro che ne uscirai a testa alta.

[É uma situação difícil, mas tenho certeza de que você vai sair dela de cabeça erguida.]

ne = da quella situazione.

Ho letto il racconto e ne sono rimasta colpita.

[Li o conto e fiquei impressionada.]

ne = dal racconto (da quella cosa).

NE em verbos reflexivos

A particella ne pode compor alguns verbos reflexivos que são conjugados normalmente e têm um significado autônomo.

Fregarsene [importar-se com alguma coisa]

Recenti studi confermano che i gatti sono in grado di comprenderci, ma non gliene frega niente. Estudos recentes confirmam que os gatos conseguem nos entender, mas eles não estão nem aí (para isso).

Andarsene [ir embora, partir]

Basta, non ne posso più, me ne vado. Chega, não aguento mais, vou embora.

Dimenticarsene [esquecer-se de algo]

Grazie di quello che hai fatto per me, non me ne dimenticherò mai.   Obrigada pelo que você fez por mim, eu nunca vou esquecer.

Approfittarsene [aproveitar-se  de algo ou de alguém]

È troppo buono e la gente se ne approfitta. Ele é muito bom e as pessoas se aproveitam dele.

Rendersene conto e accorgersene [perceber, notar]

Una faccia tosta come lui non se ne renderà mai conto. Que nada, um cara-de-pau como ele não consegue perceber.

Farsene [fazer algo com alguma coisa]

Mi hanno regalato un pappagallo e ora non so che farmene. Recebi um papagaio de presente e agora não sei o que fazer com ele.

Ne e as quantidades

Ne pode indicar uma quantidade, uma parte de um todo que pode ir de nessuno(a) [nenhum] a molti(e), tanti(e) [muitos, tantos] e similares, ou a um numeral qualquer.

Para a pergunta “quantos cigarros você fuma por dia?” são possíveis todas as respostas abaixo:

Quante sigarette fumi al giorno?

Non ne fumo nessuna, il fumo, non lo sopporto.

[Não fumo nenhuma, não suporto os cigarros.]

Ne fumo una dopo cena.

[Fumo uma, depois do jantar.]

Ne fumo due: una dopo pranzo e un’altra dopo cena.

[Fumo duas: uma depois do almoço e outra depois do jantar.]

Ne fumo molte. Ne fumo tante. Ne fumo parecchie.

[Fumo muitas.]

Atenção:

Compro un pacchetto e le fumo tutte. (totalidade)

[Compro um maço e fumo todas.]

Para indicar o todo (tutto, tutta, tutti ou tutte) não se emprega ne, mas la, lo, li ou le. Ne indica sempre uma parte, por isso é chamado também de partitivo.

Particella ne e o verbo esserci

Com o verbo esserci [há, existe], que é conjugado apenas na terceira pessoa do singular e do plural, o ne é inserido entre ci e o verbo essere e é apostrofado antes da letra e:

C’è un cinema.                  Ce n’è uno.

Ci sono molte chiese.         Ce ne sono molte.

C’era tanta gente.               Ce n’era tanta.

C’erano parecchie persone.  Ce n’erano parecchie.

A esse ponto você deve concordar que compreender a lógica por trás do uso do ne não é difícil. É preciso, porém, convencer  a nossa mente, que pensa em português, a usá-lo na comunicação. Como fazer isso? Bem, cada um tem a sua estratégia de aprendizagem: observar o emprego do ne nos filmes, jornais, livros; pedir para que o professor corrija explicitamente a falta do ne e fazendo exercícios.

Textos e foto: Paola Baccin

Desenhos: Airam Ribeiro

Preparamos uma atividade que você pode encontrar em:

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Link a pieno schermo: https://learningapps.org/watch?v=po92vpq4a19