A tarantella é uma das danças mais icônicas e vibrantes da Itália, conhecida por seus movimentos rápidos, ritmo enérgico e espírito apaixonado. Essa dança cativante tem raízes profundas na história e cultura italianas, e tudo começou em Taranto, cidade localizada no sul da Itália. Hoje vamos descobrir o que impulsionou essa expressão cultural e os significados que ela tem ainda hoje, na Itália e no mundo, quando realizada em festas típicas italianas.
Como é o caso de todas as expressões culturais antigas, que datam de séculos e mais séculos, as origens mais precisas são difíceis de rastrear: por exemplo, quem terá sido a primeira pessoa a realizar a dança? Não saberíamos apontar uma data específica, nem um nome. Há uma longa história de diversas influências culturais que moldaram essa dança. No entanto, a etimologia da palavra nos permite rastrear sua origem e o que podemos descobrir é algo bastante surpreendente e pouco sabido!
Origem da Tarantella
O nome “tarantella” vem de “taranta”, que é um termo do dialeto das regiões do sul da Itália, que nomeava a tarântula Lycosa, uma aranha venenosa muito encontrada no sul da Europa, e em particular, justamente, na zona rural de Taranto, de onde leva o seu nome. Estudiosos apontam que vocábulos como tarantela, taranta e tarantismo derivam, portanto, do nome da cidade de Taranto, que viria de uma raiz linguística mais antiga.
Nessas áreas, a dança da tarantela está parcialmente ligada a algo curioso: a terapia da mordida da tarântula. A tradição atribuía ao veneno desta aranha efeitos diversos, dependendo das crenças locais: melancolia, convulsões, sofrimento mental, agitação e dor física.
Quem era picado ou acreditava ter sido picado por uma tarântula ganhava no corpo um dinamismo exagerado, por isso seria uma prática a terapia de coreografias ao som de música, especialmente eficazes durante festas, como dos Santos Pedro e Paulo. O que se sabe é que, por meio da prática da dança, seria possível a expulsão do veneno através do suor. Como forma de cura, a dança frenética da tarantella então ajudaria a acelerar a circulação sanguínea, permitindo que o veneno fosse expelido do corpo. Essa compreensão não seria necessariamente acessada dessa maneira naquela época, quando as crenças populares difundidas eram de que a dança funcionaria como uma espécie de trabalho espiritual para liberar o corpo do veneno.
No entanto, é importante considerar que toda expressão cultural dessa magnitude não é criada a partir do nada. Há muitos elementos da tarantella, como a dança em círculo que veremos mais adiante, que nos remetem a movimentos da dança praticada pelos gregos e pelos romanos. Festas pagãs e rituais dionisíacos reuniam pessoas que se expressavam através da dança de grupo e que, portanto, desenvolviam simbologias, linguagens corporais e sentidos que, assim como acontece no desenvolvimento das línguas, criaram marcas e deixaram rastros duradouros para as expressões culturais que viriam a nascer mais tarde.
A tarantella ao longo do tempo
A Tarantella evoluiu ao longo dos séculos, adaptando-se às mudanças culturais e sociais da Itália. Durante o Renascimento, a dança era popular nas cortes nobres e era frequentemente realizada em celebrações da alta sociedade. Ela foi incorporada em peças de teatro e óperas da época, tornando-se uma parte essencial da cultura italiana.
Com o tempo, a Tarantella também se espalhou para diferentes regiões da Itália, cada uma desenvolvendo sua própria variação da dança. As versões regionais da Tarantella são muitas vezes reconhecidas por seus trajes tradicionais distintos e variações nos passos de dança.
No século XIX, a Tarantella experimentou um ressurgimento de popularidade na Itália, quando a dança foi incorporada em festivais folclóricos e se tornou uma forma de celebrar a identidade italiana.
Hoje, a tarantella continua viva na cultura italiana, sendo realizada em festivais ao redor do mundo, em casamentos e em outras celebrações italianas. Ela também é uma atração turística popular, com muitos visitantes estrangeiros encantados pela energia e pela paixão dessa dança tradicional.
Na prática
A dança acontece formando-se um círculo, que gira e dança no sentido horário até a música se tornar rápida, quando todos trocam de direção. O ciclo de idas e vindas ocorre algumas vezes, gradualmente ganhando uma velocidade tão grande que se torna difícil manter o ritmo. O som é composto pela voz de um cantor central, acompanhado por tamborim e castanholas.
As origens podem ser misteriosas, cheias de explicações inusitadas, mas o resultado é uma expressão corporal cheia de vida, que assim representa hoje, e já há muito tempo, a alegria de viver, a celebração de um grupo que encontra harmonia e vence o desafio de não tropeçar nos erros que surgirem nos passos cada vez mais rápidos dos companheiros de dança – a vida acelerada pedindo união, e a resposta da dança: conexão com as tradições ancestrais podem nos levar de volta a nós mesmos. A tarantella é verdadeiramente uma jóia da cultura italiana que continua a encantar e inspirar pessoas em todo o mundo!
Quer assistir a uma tarantella típica? Então aproveite a gravação abaixo, de muito sucesso no YouTube, feita na Itália, uma autêntica dança da tarantella durante uma festa em um restaurante! Registros como esse nos permitem enxergar um pouco do que teria sido, há séculos, expressões culturais em círculos pequenos, com poucas pessoas assistindo, em tavernas, em lugares desconhecidos, em casamentos não registrados nos livros de história!
Também recomendamos os registros feitos há anos pelo canal Tarantolato Oficial, em que estão publicadas algumas danças realizadas na Itália, em eventos pequenos e grandes.
Agora, me diga: você gosta de aprender com música? Pois então vamos relembrar um grande sucesso dos últimos anos, Amaremare, uma canção da artista pop contemporânea, Dolcenera, que inclusive inserimos em uma das nossas aulas em formato de live, quando o Prof. Darius analisou a letra da canção.
Se você já conhece, ou se ainda não ouviu, é uma grande chance de se movimentar, dançar e estudar com alegria e reflexão, pois a letra é bela! Aproveite e clique aqui para assistir à aula com música do Prof. Darius:
A Vespa é uma das scooters mais icônicas e amadas do mundo. Muito mais do que apenas um meio de transporte, ela é um símbolo de engenhosidade, design italiano e liberdade. Neste artigo, vamos explorar a história das vespas italianas, desde seus humildes primórdios até se tornarem um fenômeno global.
Os primeiros passos
A história da Vespa começa nos anos 1940, quando a Itália estava se recuperando dos estragos da Segunda Guerra Mundial. A empresa Piaggio, fundada em 1884, era originalmente uma fabricante de navios, trens e motores. No entanto, com a necessidade de transporte pessoal acessível e eficiente após a guerra, a Piaggio decidiu diversificar seus negócios e criar uma scooter.
O engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio, conhecido por sua experiência em aviação, foi o cérebro por trás do design inovador da Vespa. Em vez de seguir os padrões das motocicletas da época, ele projetou uma scooter com estrutura monocoque, motor embutido e uma transmissão automática, características revolucionárias para a época. E o nome “Vespa” não precisa nem de tradução para nós, significa exatamente “vespa” em italiano, e foi escolhido devido à aparência do veículo e ao som de seu motor.
Em 1946, a primeira Vespa, modelo Vespa 98, foi lançada. Ela conquistou rapidamente o coração dos italianos e, em seguida, do mundo. Essa scooter foi uma das principais responsáveis por democratizar a mobilidade na Itália do pós-guerra, permitindo que as pessoas se deslocassem de forma eficiente e acessível.
As evoluções e os modelos clássicos
Com o sucesso da Vespa 98, a Piaggio continuou a desenvolver novos modelos e a aprimorar a scooter ao longo dos anos. A Vespa 125, lançada em 1948, foi a primeira a receber um farol dianteiro totalmente integrado ao paralama. Esse design icônico é uma das marcas registradas das Vespas clássicas.
Vespa 125
Ao longo das décadas, a Vespa passou por várias transformações e atualizações. O modelo Vespa 150, introduzido na década de 1950, se tornou um dos mais populares. Posteriormente, surgiram modelos como a Vespa Primavera e a Vespa PX, que se tornaram queridinhas dos entusiastas de scooters em todo o mundo.
A Vespa na cultura pop
A Vespa não é apenas um veículo; ela se tornou um ícone da cultura pop e do estilo de vida italiano. Sua presença em filmes de sucesso internacional, como “Roman Holiday” (A Princesa e o Plebeu), ajudou a solidificar sua imagem de um símbolo de romance e aventura. A Vespa também esteve presente em capas de revistas de moda e em várias músicas e letras de canções.
O fenômeno global
A popularidade da Vespa se espalhou rapidamente para além das fronteiras italianas. A scooter conquistou os corações de pessoas em todo o mundo, tornando-se um símbolo de mobilidade urbana inteligente. Seus modelos continuaram a evoluir, incorporando tecnologias modernas, mas sempre mantendo o design clássico que a tornou famosa.
A Vespa hoje
Hoje, a Vespa continua sendo fabricada pela Piaggio e é vendida em mais de 80 países. Não deixou de ser uma escolha popular entre os amantes de scooters, tanto para uso cotidiano quanto para lazer. E a tradição estética prevalece mesmo tantas décadas depois: os modelos modernos mantêm a essência do design original, com atualizações tecnológicas para atender às demandas dos tempos atuais.
Aqui no blog temos acompanhado ao longo das últimas semanas diversas criações originais da Itália, que carregam a cultura italiana para além das fronteiras. Dentre a variedade dessas criações de valor internacional, vimos uma prevalência de tradições milenares e seculares, a maioria do tempo do antigo Império Romano. Mas as raízes criativas da Itália são tão fortes que pudemos comprovar hoje que cabe, entre tantas tradições, também algo do tempo da indústria e da tecnologia.
A Vespa italiana é muito mais do que uma scooter; é um ícone que encapsula a paixão, o estilo de vida e a inovação italiana. Sua história rica e seu design atemporal fazem dela um objeto de desejo para colecionadores e entusiastas em todo o mundo. Que elas continuem a correr pelas ruas estreitas de burgos e comunas distantes e pelas avenidas das grandes cidades! Longa vida à Vespa!
Há milênios, os romanos podiam frequentar uma espécie de clube, com piscinas monumentais para banho público. Pode parecer algo apenas da modernidade, mas isso era uma realidade do Império. As Termas de Diocleciano, em italiano “Terme di Diocleziano,” foram um complexo de banhos públicos construído em Roma durante o reinado do imperador romano Diocleciano, que governou de 284 a 305 d.C. Este complexo era uma das maiores e mais grandiosas instalações termais da Roma Antiga.
As Termas de Diocleciano eram conhecidas por sua arquitetura impressionante e sua capacidade de acomodar um grande número de pessoas.
Além dos banhos termais, o complexo também continha uma série de outras instalações, como bibliotecas, áreas de exercício, jardins e espaços para entretenimento cultural.
Após a queda do Império Romano, as Termas de Diocleciano foram em grande parte abandonadas e, com o tempo, muitas de suas estruturas foram reaproveitadas para outros fins. Partes do complexo foram convertidas em igrejas cristãs. A mais famosa delas é a Basilica di Santa Maria degli Angeli e dei Martiri, construída no século XVI na parte central do complexo.
Estátuas em exposição no Museu Nacional Romano
Hoje em dia, as Termas de Diocleciano abrigam o Museu Nacional Romano, que exibe uma extensa coleção de artefatos e esculturas romanas, oferecendo aos visitantes a oportunidade de explorar a história e a cultura da Roma Antiga.
Curiosidades sobre Termas
Algumas curiosidades ajudam a visualizar um pouco do que é caminhar ao redor das Termas hoje em dia e do que teria sido chegar à Roma Antiga e adentrar um espaço suntuoso como esse. Ao longo dos últimos séculos, os arredores ganharam construções e monumentos que não estavam no projeto inicial.
Obelisco egípcio
O obelisco de Dogali é um exemplo; é um dos treze obeliscos de Roma, localizado na Avenida Luigi Einaudi, perto das Termas de Diocleciano. Foi encontrado em 1883 por Rodolfo Lanciani, perto da igreja Santa Maria sopra Minerva.
Estação ferroviária Termini
A Estação Ferroviária Termini tem esse nome justamente por causa das termas. A Stazione Termini, conhecida também como Roma Termini, é localizada no bairro que tem esse nome devido à proximidade das termas de Diocleciano. Essa é hoje uma das principais estações de trem de Roma, e foi construída no século XIX, com a entrada principal localizada de frente para as Termas.
Basilica di Santa Maria degli Angeli e dei Martiri
Como já dissemos, parte das Termas de Diocleciano foi convertida em uma igreja no século XVI, conhecida como a Basilica di Santa Maria degli Angeli e dei Martiri. A igreja preserva muitos elementos arquitetônicos originais das termas, incluindo as abóbadas e colunas, tornando-a um exemplo notável de como estruturas romanas antigas foram reutilizadas no contexto cristão.
Descoberta de ruínas Subterrâneas
Durante escavações e restaurações nas Termas de Diocleciano e nas áreas circundantes, foram feitas descobertas de ruínas subterrâneas, como corredores e câmaras, que não eram amplamente conhecidos. Isso revelou a complexidade da arquitetura das termas e a infraestrutura subjacente.
Uso dos Materiais
Durante a Idade Média e o Renascimento, muitos dos materiais de construção das Termas de Diocleciano foram retirados e utilizados em outras construções em Roma. Isso inclui a utilização de mármore e outros elementos arquitetônicos das termas em edifícios mais recentes da cidade.
A história das Termas de Diocleciano e suas descobertas arqueológicas continuam a ser uma área de interesse para estudiosos e arqueólogos, proporcionando insights valiosos sobre a arquitetura e a evolução do patrimônio histórico de Roma.
Alguns estudiosos se debruçam inclusive sobre a possibilidade de imaginar e simular o espaço original, para vermos como teriam sido as termas em seu tempo de glória. É o que já foi exercitado em vídeos como este, e é o que podemos ver na imagem abaixo:
Uma simulação 3D do que teria sido um espaço interno das Termas de Diocleciano
Expansão das exposições do Museu Nacional Romano
O Museu Nacional Romano é dividido em mais de um endereço, um deles é localizado nas Termas de Diocleciano, que tem uma coleção de achados arqueológicos em expansão ao longo dos anos. Muitos artefatos e esculturas romanos notáveis foram adicionados às exposições, proporcionando uma visão abrangente da história e da cultura romana.
As Termas de Diocleciano, localizadas no coração de Roma, são um espaço histórico que vale a pena ser visitado por turistas. Este complexo monumental não conta só com uma arquitetura magnífica, mas com uma história viva, graças ao reaproveitamento do espaço para finalidades de enriquecimento cultural.
As áreas internas são um exemplo impressionante da habilidade e grandiosidade arquitetônica romana. Suas enormes estruturas, abóbadas e colunas proporcionam uma visão da engenharia avançada da época, que resiste bravamente, em beleza e na qualidade estrutural, até os dias de hoje.
As Termas de Diocleciano estão convenientemente localizadas, tornando fácil a visita a outras atrações notáveis de Roma, como o Coliseu e o Fórum Romano.
Turistas podem caminhar de um espaço a outro sem demora, e explorar uma vasta coleção de artefatos e esculturas romanas no Museo Nazionale Romano, um tesouro histórico que oferece uma janela para o passado glorioso de Roma, com uma oportunidade de vivenciarmos um pouco do que teria sido deslumbrar-se com o cotidiano de uma das maiores civilizações da história. A visita a este espaço é uma experiência atemporal e enriquecedora para qualquer turista que deseje explorar a riqueza cultural e histórica de Roma.
E você gostaria de visitar esse espaço?
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A Imaculada Conceição é uma doutrina da Igreja Católica que sustenta que Maria, a mãe de Jesus, foi concebida sem o pecado original – daí o nome “concezione”, que faz referência à concepção imaculada, ou seja, a gestação. A festa da Imaculada Conceição é comemorada em 8 de dezembro e é um dos feriados religiosos mais importantes na Itália.
Imaculada Conceição e a Itália
A relação entre a Imaculada Conceição e a Itália é profunda devido à forte influência do catolicismo no país. A Itália é a terra natal do Vaticano, o centro espiritual da Igreja Católica, e a população italiana historicamente mantém fortes laços com a fé católica.
A Imaculada Conceição é celebrada com entusiasmo em toda a Itália. As cidades e vilas muitas vezes organizam procissões, missas especiais e eventos festivos para comemorar essa festa religiosa. Uma das tradições populares é a de montar presépios, que representam o nascimento de Jesus, com especial ênfase na figura de Maria. As praças, igrejas e lares italianos são frequentemente adornados com decorações festivas, luzes e ornamentos para marcar a ocasião.
Celebração da Imaculada Conceição
Além disso, a Imaculada Conceição também está ligada à história da Itália. Em 1854, o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição, afirmando que Maria foi concebida sem pecado original. Este evento teve um profundo significado para a Itália, pois ocorreu durante um período em que o país estava passando por mudanças políticas e sociais significativas que levariam eventualmente à unificação da Itália como nação.
Presépios vivos
Em várias regiões da Itália, são realizados presépios viventes já durante o período que antecede o Natal, incluindo representações da cena da Imaculada Conceição. Esses eventos são frequentemente encenados ao ar livre, recriando a atmosfera da época do nascimento de Jesus, seguindo muito do espírito da celebração franciscana. Aliás, aproveite para conhecer a fundo sobre o primeiro presépio vivo da história, criado por São Francisco de Assis, em Greccio: o Prof. Darius esteve na cidade e gravou um passeio muito especial, aprofundando-se com informações históricas detalhadas. Clique aqui para assistir!
Roma e o Papa
A celebração da Imaculada Conceição em Roma é marcada pela visita do Papa à Piazza di Spagna. O Papa tradicionalmente coloca uma coroa de flores no topo da coluna da Imaculada Conceição, localizada na praça, como um gesto de homenagem à Virgem Maria.
Flores para Maria
Uma tradição popular na Itália durante a Imaculada Conceição é a oferta de flores a Maria. As pessoas visitam igrejas e santuários para deixar flores, especialmente lírios brancos, símbolo da pureza de Maria, aos pés das imagens da Virgem Maria.
Tradição gastronômica
Como em muitos feriados italianos, a gastronomia desempenha um papel importante na celebração da Imaculada Conceição. Pratos tradicionais, como o zeppole (em formato de rosquinhas ou bolinhos fritos), conhecidos como zeppole dell’Immacolata, e outras sobremesas especiais, são preparados e desfrutados durante as festividades.
A celebração da Imaculada Conceição na Itália é uma mistura de devoção religiosa, tradição cultural e alegria festiva. Ela oferece uma oportunidade única para os italianos e visitantes se envolverem em atividades espirituais e sociais que fazem parte integrante da rica herança cultural do país.
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A ópera é uma das formas mais expressivas e emocionantes de arte musical, e a Itália é amplamente reconhecida como um berço desse gênero tão reverenciado. A tradição operística italiana é uma jóia da cultura musical mundial, com uma história rica que remonta ao final do século XVI. Hoje vamos mergulhar nessa história, lembrar do clássico Turandot de Giacomo Puccini, e falar também de outros compositores. Tudo isso para descobrirmos as contribuições notáveis dos compositores que ajudaram a moldar a ópera italiana e a torná-la um fenômeno global.
O início mítico
A ópera como a conhecemos hoje nasceu na Itália no final do século XVI, em Florença, por influência de intelectuais e compositores que formavam um grupo chamado Camerata Fiorentina, uma associação de compositores, poetas, cientistas e teóricos musicais, liderados por Giovanni de’ Bardi, Conde de Vernio. A primeira reunião registrada da Camerata ocorreu em 14 de janeiro de 1573. Juntos, esses intelectuais discutiam literatura, ciências e artes, e buscavam pensar em como trazer à música elementos da cultura grega, de modo que pudessem criar um estilo de composições musicais que expressassem o que a linguagem da tragédia e da retórica gregas eram capazes de expressar: paixão e narrativas de potencial mítico.
Nascia, assim, um novo conceito de música com funções de arte dramática, recitativa e cantada, com estilos clássicos que possibilitaram o surgimento do melodrama ou da forma de um “recitar cantado”.
Um dos primeiros exemplos notáveis é “Dafne” (1597) de Jacopo Peri, inspirada justamente num mito grego, considerada a primeira ópera completamente musicada. Posteriormente, Claudio Monteverdi, com suas obras-primas “Orfeo” (1607) e “A Coroação de Poppaea” (1643), ajudou a estabelecer as bases da ópera moderna, introduzindo elementos dramáticos, emocionais e musicais que ainda são estudados e admirados hoje em dia.
“In questa casa dei Bardi…” – Placa que homenageia a Camerata dei Bardi no Palazzo Bardi, em Florença
Quando pensamos nos grandes compositores italianos, é importante termos em mente ao menos 5 gênios.
Giuseppe Verdi
Verdi é indiscutivelmente um dos compositores mais reverenciados da ópera italiana. Suas óperas, como “La Traviata”, “Rigoletto” e “Aida”, são frequentemente apresentadas em teatros de ópera de todo o mundo. A intensidade emocional e as melodias inesquecíveis de Verdi continuam a encantar audiências até os dias de hoje.
Gioachino Rossini
Conhecido por suas óperas cômicas e pela ópera épica “Guilherme Tell”, Rossini deixou um legado duradouro na ópera italiana. Suas aberturas, como a famosa abertura de “O Barbeiro de Sevilha”, são amplamente reconhecidas e apreciadas.
Gaetano Donizetti
Donizetti é lembrado por suas óperas bel canto, caracterizadas por árias virtuosas e vocais deslumbrantes. “Lucia di Lammermoor” e “L’elisir d’amore” são algumas de suas obras mais amadas.
Vincenzo Bellini
Bellini é celebrado por suas óperas românticas e líricas, como “Norma” e “I Puritani”. Sua música emotiva e as vozes humanas como instrumentos principais são características distintas de seu estilo.
Giacomo Puccini
Puccini é conhecido por suas óperas emocionais e melodias arrebatadoras. “La Bohème”, “Madama Butterfly” e “Tosca” estão entre suas obras mais famosas, e suas composições continuam a emocionar o público em todo o mundo.
No YouTube, suas composições estão entre as mais ouvidas de toda a plataforma, é o caso de “Nessun dorma” (uma das árias que compõem a ópera Turandot), que pode ser ouvida em versões instrumentalizadas ou então na versão cantada, como na história e magistral interpretação de Luciano Pavarotti!
A ópera italiana ao redor do mundo
A influência da ópera italiana tem alcance internacional, as composições desses gênios italianos que citamos acima são frequentemente realizadas em teatros de ópera de todo o mundo. E os compositores italianos também influenciaram outros estilos musicais, como os das trilhas sonoras de filmes. Ao ouvir as composições de Puccini, é fácil percebermos como sua ópera definiu muito do que viria a ser a linguagem sonora das produções cinematográficas do século XX.
Turandot, no The Metropolitan Opera
Curiosidade: Puccini também foi uma influência marcante da genialidade das produções operísticas do grande maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos.
Para visitar: os teatros da ópera italiana
A Itália é o lar de teatros de ópera icônicos, como o Teatro alla Scala em Milão, o Teatro San Carlo em Nápoles e o Teatro La Fenice em Veneza. Esses locais históricos preservam a tradição operística italiana e continuam a ser palcos de produções espetaculares. Se tiver a chance, programe suas viagens tendo em mente a oportunidade de assistir a espetáculos nesses espaços históricos.
Teatro alla Scala, em Milão
O futuro da ópera italiana
A ópera italiana continua a evoluir, incorporando novos talentos e abordagens criativas. Jovens cantores e compositores italianos estão contribuindo para a renovação desse gênero clássico, mantendo a chama da ópera italiana acesa para as próximas gerações.
Não é exagero dizer que na essência da cultura musical mundial, a ópera italiana tem um dos papéis centrais, com uma história rica e uma influência global duradoura. Compositores como Verdi, Rossini, Donizetti, Bellini e Puccini deixaram um legado musical que continua a emocionar e inspirar pessoas em todo o mundo.
Você já teve a chance de escutar uma orquestra tocando ao vivo esses clássicos da genialidade italiana?
Se já teve ou se ainda gostaria de ter essa experiência, é hora de se aproximar do tema na companhia da Prof. Paola Baccin e do Prof. Darius, assistindo a uma live especial em que eles conversaram justamente sobre a história da ópera italiana e sobre aquela que pode ser considerada a mais famosa em todo o mundo, Nessun dorma!