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Conheça Rasiglia: a joia aquática da Úmbria

Conheça Rasiglia: a joia aquática da Úmbria

Aninhada nos pitorescos vales da região da Úmbria, a cidade de Rasiglia emerge como uma joia escondida, ostentando uma beleza singular impregnada de história. Este local encantador, conhecido como a “Veneza da Úmbria”, ganhou essa designação devido à sua peculiaridade arquitetônica, com canais que serpenteiam pelas ruelas, acrescentando uma atmosfera mágica e idílica.

Rasiglia

A cidade mantém a aparência típica de uma vila medieval, localizada num vale ao pé de montanhas, portanto inclinada, organizada numa estrutura semelhante a de um anfiteatro. As primeiras notícias sobre a existência da vila datam do início do século XIII, nos chamados “documentos de Sassovivo” – que eram arquivos da Abadia de Sassovivo.

Área do claustro da Abadia de Sassovivo

Rasiglia ficava a cerca de três quilômetros da antiga Via della Spina, que atravessava o vilarejo vizinho, Verchiano, que era especialmente importante para o tráfego comercial entre os mares Adriático e Tirreno. No século XIV também foram construídas algumas fortificações de defesa. Entre elas, a mais conhecida é a fortaleza dos Trinci (senhores de Foligno), que devido à sua posição estratégica permitiu o controle de uma parte do vale do Menotre (nome do rio que percorre abundante pela região).

Cursos d’água

Rasiglia é intrinsecamente ligada à presença de seus cursos d’água, que não apenas conferem um charme singular à cidade, mas também foram essenciais para seu desenvolvimento econômico e populacional. Ao longo dos séculos, os canais foram inteligentemente utilizados para alimentar moinhos, serrarias e lavanderias, sustentando as atividades cotidianas dos habitantes locais. Essa relação harmoniosa com a água não apenas conferiu uma estética única à cidade, mas também contou a história prática de como seus habitantes moldaram seu ambiente para prosperar.

Rasiglia

Ao passear por Rasiglia, os visitantes se deparam com um labirinto de ruas estreitas e praças pitorescas, testemunhando a arquitetura medieval bem preservada. Casas de pedra e igrejas históricas contam a história da cidade, revelando a passagem do tempo e a evolução da comunidade ao longo dos séculos.

Rasiglia tornou-se uma localidade estratégica durante as disputas territoriais que marcaram a história italiana, deixando marcas visíveis em sua paisagem e arquitetura.

Rasiglia

Tradição

Os habitantes de Rasiglia, ao longo dos séculos, preservaram sua identidade local e as tradições que tornam a cidade única. Em eventos locais e festivais, os vestígios da história são celebrados com entusiasmo, proporcionando aos visitantes uma experiência autêntica da cultura local. Na noite entre 9 e 10 de dezembro, por exemplo, ocorre a chamada Festa della Venuta, que é celebrada com o acendimento de grandes fogueiras. Realizada há mais de quatrocentos anos, as fogueiras lembram os fogos que foram usados ​​em 1296, para iluminar o trajeto da Santa Casa a caminho de Loreto. Outra experiência anual é a organização de presépios vivos.

Hoje, Rasiglia continua a atrair visitantes em busca de um escape tranquilo e uma conexão com o passado. A cidade não é apenas uma cápsula do tempo, mas um lugar onde a história, a arquitetura e a natureza se fundem para criar uma experiência memorável. Ao explorar suas ruas serenas, absorvendo o murmúrio suave dos canais e mergulhando na autenticidade de sua atmosfera medieval, os visitantes são transportados para um capítulo cativante da rica tapeçaria da Úmbria italiana.

Rasiglia

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Eco Renascentista: a influência duradoura de Dante Alighieri em Giovanni Boccaccio

Eco Renascentista: a influência duradoura de Dante Alighieri em Giovanni Boccaccio

A influência de Dante Alighieri sobre Giovanni Boccaccio transcendeu o aspecto linguístico e moldou a essência do Renascimento italiano. Boccaccio, admirador declarado de Dante, incorporou em “Decameron” uma narrativa que ecoa as explorações éticas e teológicas do mestre florentino. Além de adotar o toscano como veículo literário, fortalecendo o que depois permitiria a predominância do idioma como o conhecemos hoje em dia, Boccaccio compartilhou a paixão de Dante por Florença, enraizando suas obras no contexto social da época.

Vita di Dante

Existe um livro chamado “Vita di Dante”, escrito por Boccaccio, em que ele não apenas constrói seu testemunho de respeito por Dante, mas também reforça a interconexão entre ambos como arquitetos literários da transição da Idade Média para a Renascença. Essa colaboração literária entre Dante e Boccaccio contribuiu para a consolidação da tradição literária italiana e influenciou o pensamento e a expressão cultural por séculos.

Vida de Dante

O fortalecimento do idioma

Dante Alighieri nasceu em 1265, enquanto Boccaccio em 1313. Essa distância do tempo foi o suficiente para transformar por completo a maneira como Boccaccio poderia assimilar o idioma e a literatura. Afinal, Dante é considerado o pai da língua italiana moderna. Sua obra-prima, “A Divina Comédia,” é uma jornada épica pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, narrada pela própria figura do autor, Dante, enquanto ele busca por sua amada Beatriz. Além de uma profunda expressão poética, Dante desempenhou um papel crucial ao estabelecer o toscano como a base da língua italiana, unificando os dialetos regionais.

A Divina Comedia

Por essas razões, a influência de Dante em Boccaccio é enorme, e evidente, principalmente na forma como Boccaccio faz uso da língua italiana. Boccaccio compartilha com Dante o compromisso de elevar o toscano a uma posição de prestígio literário. O uso eloquente da língua italiana em “Decameron” é uma extensão do trabalho pioneiro de Dante na afirmação do toscano como veículo literário.

As temáticas

Boccaccio, do século XIV, foi fortemente influenciado pela visão de Dante sobre a vida e a sociedade. Em “Decameron,” uma coleção de cem contos narrados por um grupo de jovens que se refugiam fora de Florença para escapar da peste, Boccaccio lida com uma variedade de temas sociais e morais. Dante, por sua vez, também explorou questões éticas e teológicas em sua obra. A representação do mundo humano e divino em Dante inspirou Boccaccio a examinar as complexidades da condição humana em meio a circunstâncias extraordinárias.

Decameron

Dante Alighieri

Ambos os autores compartilham um profundo amor pela cidade de Florença, e suas obras refletem o contexto político, social e cultural da Itália medieval. O renascimento cultural e literário iniciado por Dante encontrou continuidade em Boccaccio, consolidando a tradição literária italiana e contribuindo para a transição da Idade Média para a Renascença.

Perfil de Dante Aliguieri
Dante Aliguieri

Assim, a literatura de Dante Alighieri não apenas influenciou o estilo linguístico de Boccaccio, mas também deixou uma marca duradoura em suas explorações temáticas e na abordagem das complexidades da condição humana. A relação entre esses dois gigantes literários é um testemunho da riqueza e da continuidade do patrimônio literário italiano.

A terceira força

Boccaccio, juntamente com Dante Alighieri e Francesco Petrarca, é parte da tríade que é chamada “Três Coroas” da literatura italiana

Dante Alighieri
Petrarca
Boccaccio
Em ordem de nascimento: Dante, Petrarca e Boccaccio

E aqui vai um fato pouco conhecido: Giovanni Boccaccio não foi apenas contemporâneo de Francesco Petrarca (nascido em 1304), mas teve com ele também uma grande amizade, podendo compartilhar de seus pensamentos e visões de mundo, sobretudo no que dizia respeito à criação literária. Unidos pela paixão pela literatura e o respeito mútuo, suas trocas de correspondência revelam um diálogo constante sobre poesia, filosofia e eventos contemporâneos. Petrarca, muitas vezes considerado o “pai do humanismo,” influenciou Boccaccio em suas aspirações intelectuais. A amizade deles, embora marcada por diferenças de personalidade, resultou em uma colaboração valiosa para o desenvolvimento do humanismo italiano e da literatura renascentista. Essa conexão duradoura ressoa como um elo vital na evolução cultural da época.

Agora aproveite para assistir a dois conteúdos que já publicamos sobre os assuntos que vimos aqui hoje!

Dante, o Pai da Língua Italiana

Como era Firenze nos tempos de Dante?

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Ferdinando Scianna: o olhar distinto do fotógrafo italiano

Ferdinando Scianna: o olhar distinto do fotógrafo italiano

Ferdinando Scianna, nascido em 1943 em Bagheria, Sicília, tem um marcante legado como um dos mais proeminentes fotógrafos italianos contemporâneos. Sua carreira, que se desenrolou ao longo de décadas, foi caracterizada por um olhar aguçado para capturar a vida cotidiana, a cultura e as complexidades sociais da Itália.

Quem foi Ferdinando Scianna

Iniciando sua trajetória nos anos 1960, Scianna rapidamente se destacou por sua habilidade em contar histórias visualmente. Sua entrada na agência Magnum Photos, em 1982, solidificou seu lugar no cenário internacional da fotografia. Ao longo de sua carreira na Magnum, ele contribuiu de maneira significativa para o fotojornalismo e a documentação visual.

Retrato Ferdinando Scianna

Uma das características distintivas do trabalho de Scianna é sua capacidade de fundir elementos de tradição e de modernidade em suas imagens. Ele explora a riqueza da cultura italiana, desde suas festividades e tradições até suas complexidades sociais. Suas fotografias frequentemente capturam a essência da vida nas ruas, revelando a beleza e a efemeridade nas pequenas nuances do cotidiano.

Retrato do cotidiano

Sua história e legado

Além do olhar documental, Scianna também se aventurou no mundo da moda. Suas colaborações com designers renomados resultaram em imagens que transcendem a simples apresentação de roupas, incorporando narrativas visuais envolventes. Ele conseguiu unir sua sensibilidade artística com uma perspectiva social profunda, criando imagens que eram simultaneamente esteticamente atraentes e carregadas de significado.

Retrato com significado

A Sicília, sua terra natal, desempenhou um papel central em muitos projetos de Scianna. Ele frequentemente explorava as paisagens e as tradições da ilha, utilizando-as como cenário para suas narrativas visuais. Sua conexão pessoal com a Sicília transparecia em suas fotografias, que capturavam a complexidade e a riqueza cultural dessa região italiana.

Ao longo de sua carreira, Scianna recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos por suas contribuições à fotografia. Seu legado vai além das imagens individuais; ele ajudou a moldar a percepção visual da Itália e influenciou gerações de fotógrafos.

Foto tirada por Ferdinando Scianna
Foto por Ferdinando Scianna

Ferdinando Scianna construiu um trabalho que continua a inspirar e cativar. Sua capacidade de capturar a alma da Itália, sua habilidade em contar histórias visualmente e seu olhar perspicaz são uma valiosa contribuição para a fotografia contemporânea. O trabalho de Scianna não apenas é presente nas galerias de arte e na rememoração da vida italiana das últimas décadas, mas também na percepção coletiva da beleza e complexidade da arte da fotografia.

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De onde surgiu a expressão “Vecchio come er cucco”?

De onde surgiu a expressão “Vecchio come er cucco”?

O italiano é repleto de palavras que podem funcionar como fósseis preciosos se olharmos com cuidado em busca da origem do som e do significado! Já ouviu alguém falar esta expressão “Vecchio come er cucco”? Seria uma maneira de descrever exageradamente a idade de uma pessoa, ou seja, uma hipérbole. 

Vecchio come er cucco

Existem alguns resquícios do dialeto romano que, ainda hoje, fazem parte da linguagem cotidiana. Entre tantos, está esse ditado que é frequentemente usado até mesmo pelas novas gerações. É possível encontrar jovens recorrendo a “Vecchio come er cucco”, sem necessariamente saberem a origem e o significado original.

Esta é uma expressão usada para se referir a um objeto muito antigo ou a uma pessoa muito velha, mas também a um conceito, uma forma de pensar considerada antiga e fora de moda. Mas e qual seria a origem desse ditado?

Acredita-se que o termo “cucco”, de acordo com estudos linguísticos e históricos, tenha surgido de uma corruptela, uma deformação onomatopeica do nome “Habacuque”, que foi um dos 12 profetas de Israel. Ele, aliás, é sempre representado como um homem idoso, pensativo, às vezes com uma longa barba!

Habacuque o Sentinela de Deus
Pintura “Habacuque, o Sentinela de Deus”, de 1954, por Frank O Salisbury

Vejamos o que diz a Accademia della Crusca, que é a mais prestigiosa instituição linguística da Itália – e que reúne estudiosos e especialistas em linguística e filologia italiana. É simplesmente a mais antiga entre as academias em atividade no país.

Biblioteca dell'accademia Della Crusca
Biblioteca dell’accademia Della Crusca, em Villa di castello

Segundo a Accademia della Crusca, a palavra “cucco” pode derivar de “cuculo”, cujos nomes “cuco”, “cucco” e “cucù” se originariam do grito repetitivo da ave pertencente à ordem dos Cuculiformes e à família Cuculidae. Ela justamente emite o som “cu-cu”.

cucco

E a Accademia della Crusca escreve:

Tutti i dizionari, antichi e contemporanei registrano le espressioni menzionate alla voce cucco ‘cuculo’. Ad avvalorare l’ipotesi che il cucco dell’espressione in questione sia il ‘cuculo’ contribuisce la presenza del sintagma l’era del cucù (accanto a l’era del cucco) per indicare un ‘tempo molto lontano’. L’Etimologico afferma: già in lat. cucūlus significa ‘infingardo’ e ‘stupido’ e anche l’it. cucco è sinonimo di ‘babbeo’ per la permessività che mostra nei confronti dell’infedeltà della compagna; per la stessa ragione il fr. cocu è divenuto sinonimo di ‘cornuto’.

Traduzindo:

Todos os dicionários antigos e contemporâneos registram as expressões mencionadas do verbete cucco, em ‘cuculo’. A presença da frase “era do cuco” contribui para sustentar a hipótese de que o “cuco” da expressão em questão serve para indicar um ‘tempo muito distante’. O Etmológico afirma: já em latim, “cucūlus” significa ‘lento’ e ‘estúpido’, e também no italiano “cucco” é sinônimo de “babbeo” (otário), pela permissividade que demonstra em relação à infidelidade de seu parceiro; pela mesma razão o francês “cocu” tornou-se sinônimo de “cornuto” (corno).

Ainda de acordo com a Accademia della Crusca, “cucco” também poderia derivar de “bacucco” (que tem uma ligação com o nome ‘Habacuc’); o trecho do argumento diz: “o paralelismo da expressão Vecchio Bacucco e Vecchio come il Cucco, ou Vecchio Cucco, seria explicado neste caso pela queda da sílaba ba-“.

E aí, achou interessante descobrir as raízes sonoras que evidenciam o parentesco antigo das palavras italianas? Então aproveite para assistir aos nossos conteúdos gratuitos de aprofundamento de estudo da história linguística do latim ao italiano, nas seguintes lives: uma do Prof. Vinicio, e outra que o Prof. Darius conduziu com o professor de Latim Artur Costrino. Eles exploraram a herança do latim no italiano e conversaram sobre o trajeto histórico dessa língua-mãe do português, do espanhol, do francês e, é claro, do italiano. Também abordaram as relações linguísticas e históricas entre o latim e o italiano. Você ainda descobrirá quais influências Dante Alighieri promove, mesmo hoje em dia, no modo com que falamos italiano!

#1 Expressões e palavras em latim no italiano de hoje!

#2 Do latim ao italiano – Bate papo com o professor de Latim Artur Costrino!

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O mistério por trás do jardim italiano: Horti Leonini

O mistério por trás do jardim italiano: Horti Leonini

O Horti Leonini é um famoso jardim localizado em San Quirico d’Orcia, uma encantadora vila na região da Toscana, na Itália. Este jardim histórico é uma jóia paisagística que remonta ao século XVII. É conhecido por seu design geométrico clássico e sua atmosfera serena, oferecendo aos visitantes uma experiência única entre as belezas naturais da Toscana. Mas há também um mistério envolvendo sua criação.

O Jardim Horti Leonini

O jardim foi encomendado por Diomede Leoni, um nobre local, no século XVII, mais precisamente em 1580, daí o nome “Horti Leonini”, que significa “Jardins de Leoni”. A concepção do jardim reflete os princípios do estilo renascentista italiano, com caminhos geométricos, canteiros de flores, sebes aparadas e elementos arquitetônicos que proporcionam um ambiente elegante e tranquilo.

A grandeza por trás da construção desse jardim levou a historiadora Isa Bella Bersali a escrever que há ali sinais que revelam a “mão de um arquiteto desconhecido e importante”. (Baldassare Peruzzi e le ville senesi nel cinquecento, 1977).

E o que tem contribuído para atrair ainda mais pessoas é o fato de que, através de cartas de Diomede, descobrimos algumas informações importantes. Leoni estava trabalhando como um “agente” em Roma na época do final da Renascença. Ele prestava serviços para um cardeal veneziano e para os Medici, e fez amizade com ninguém mais ninguém menos do que Michelangelo. E aqui é que começa o mistério. Não há nenhum registro de quem teria sido contratado para desenvolver o jardim. Algumas pessoas podem pensar que o próprio Diomede teria sido o responsável pelos desenhos, mas o equilíbrio de cada detalhe chama atenção de especialistas por ser algo geometricamente perfeito. Isso tem levado muitos pesquisadores e historiadores a levantarem a teoria de que o próprio Michelangelo pode ter desenhado o que hoje encontramos aqui!

Horti Leonini
Mapa Jardim Horti Leonini

O espaço todo é criado por duas paredes colocadas a 45 graus, uma da outra. E a forma triangular do jardim torna-se mais dramática devido ao nível do solo que está inclinado para cima a partir do ponto de entrada.

Portão principal na Piazza Centrale e vestíbulo de entrada

Ao chegar ao portão, a primeira coisa que se nota é a explosão de espaço criada pelas duas paredes do jardim colocadas a 45 graus uma da outra. A forma triangular do jardim torna-se mais dramática com o plano do solo inclinado para cima a partir deste ponto de entrada.

É possível ver a forma de um trapézio, moldado pelos muros do jardim e pelo pequeno muro baixo na frente. Embutidos no pavimento há uma série de triângulos, uma sugestão dos padrões geométricos repetidos na disposição das sebes e no desenho geral do jardim.

Vista aérea Horti Leonini

Placas

Inscrições em mármore são algumas das poucas decorações que Diomede colocou no jardim. No vestíbulo de entrada avista-se uma porta de madeira com uma placa acima localizada à direita.

Durante a caminhada é possível encontrar dez placas de mármore com inscrições em latim de versos de poetas romanos, que comunicam ao visitante os benefícios da vida no campo, longe da cidade. Uma delas é das Odes, de Horácio:

“Pare de admirar a fumaça, as riquezas e o barulho de Roma!”

(“Omitir mirari beatae fumum et opes strepitumo romae” – Horácio, Odes, III, 29)

A conexão visual da Palazzetta 

A Palazzetta é uma casa de apenas alguns metros de largura que proporcionou um refúgio à nobreza que ali tivesse que parar durante o longo percurso da estrada para Roma ou Florença.

O interior possui diversas placas destinadas a mostrar sua erudição aos que tiveram a sorte de ali permanecer.

Na base da escadaria da Palazzetta, é possível observar outra placa de mármore, estrategicamente localizada no final do caminho diagonal que liga ao portão leste. A inscrição dá as boas-vindas ao visitante, que se hospedaria ali após longas viagens:

“Viajantes cansados ​​são bem-vindos em nosso lar.”

“Peregrino labore fessi / venimus larem ad nostrum” – Catulo, 31 

Esta pequena casa foi construída enquanto se buscava reparar as muralhas da cidade, que estavam ali danificadas pela guerra de Siena com Florença, na década de 1550. A última batalha de Siena foi travada nas proximidades de Montalcino. E os exércitos saquearam também San Quirico, deixando as muralhas protetoras da cidade em ruínas. Os exércitos florentinos venceram e posteriormente reivindicaram toda Siena e seus territórios, formando a moderna Toscana.

Ao longo dos anos, o Horti Leonini passou por várias fases de restauração e preservação, mantendo-se fiel ao seu projeto original, por isso os turistas podem encontrar nos dias de hoje muito do que foi visto e pensado há mais de 400 anos. Naturalmente, é um espaço apreciado tanto por turistas quanto por amantes de jardinagem e história, oferecendo um refúgio sereno e cultural no coração da Toscana.

A chance de ver de perto uma construção que pode ter sido pensada por Michelangelo tornou esse espaço localizado no Val d’Orcia uma parada muito especial para os turistas! Você gostaria de visitar?!

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