A Imaculada Conceição é uma doutrina da Igreja Católica que sustenta que Maria, a mãe de Jesus, foi concebida sem o pecado original – daí o nome “concezione”, que faz referência à concepção imaculada, ou seja, a gestação. A festa da Imaculada Conceição é comemorada em 8 de dezembro e é um dos feriados religiosos mais importantes na Itália.
Imaculada Conceição e a Itália
A relação entre a Imaculada Conceição e a Itália é profunda devido à forte influência do catolicismo no país. A Itália é a terra natal do Vaticano, o centro espiritual da Igreja Católica, e a população italiana historicamente mantém fortes laços com a fé católica.
A Imaculada Conceição é celebrada com entusiasmo em toda a Itália. As cidades e vilas muitas vezes organizam procissões, missas especiais e eventos festivos para comemorar essa festa religiosa. Uma das tradições populares é a de montar presépios, que representam o nascimento de Jesus, com especial ênfase na figura de Maria. As praças, igrejas e lares italianos são frequentemente adornados com decorações festivas, luzes e ornamentos para marcar a ocasião.
Celebração da Imaculada Conceição
Além disso, a Imaculada Conceição também está ligada à história da Itália. Em 1854, o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição, afirmando que Maria foi concebida sem pecado original. Este evento teve um profundo significado para a Itália, pois ocorreu durante um período em que o país estava passando por mudanças políticas e sociais significativas que levariam eventualmente à unificação da Itália como nação.
Presépios vivos
Em várias regiões da Itália, são realizados presépios viventes já durante o período que antecede o Natal, incluindo representações da cena da Imaculada Conceição. Esses eventos são frequentemente encenados ao ar livre, recriando a atmosfera da época do nascimento de Jesus, seguindo muito do espírito da celebração franciscana. Aliás, aproveite para conhecer a fundo sobre o primeiro presépio vivo da história, criado por São Francisco de Assis, em Greccio: o Prof. Darius esteve na cidade e gravou um passeio muito especial, aprofundando-se com informações históricas detalhadas. Clique aqui para assistir!
Roma e o Papa
A celebração da Imaculada Conceição em Roma é marcada pela visita do Papa à Piazza di Spagna. O Papa tradicionalmente coloca uma coroa de flores no topo da coluna da Imaculada Conceição, localizada na praça, como um gesto de homenagem à Virgem Maria.
Flores para Maria
Uma tradição popular na Itália durante a Imaculada Conceição é a oferta de flores a Maria. As pessoas visitam igrejas e santuários para deixar flores, especialmente lírios brancos, símbolo da pureza de Maria, aos pés das imagens da Virgem Maria.
Tradição gastronômica
Como em muitos feriados italianos, a gastronomia desempenha um papel importante na celebração da Imaculada Conceição. Pratos tradicionais, como o zeppole (em formato de rosquinhas ou bolinhos fritos), conhecidos como zeppole dell’Immacolata, e outras sobremesas especiais, são preparados e desfrutados durante as festividades.
A celebração da Imaculada Conceição na Itália é uma mistura de devoção religiosa, tradição cultural e alegria festiva. Ela oferece uma oportunidade única para os italianos e visitantes se envolverem em atividades espirituais e sociais que fazem parte integrante da rica herança cultural do país.
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A ópera é uma das formas mais expressivas e emocionantes de arte musical, e a Itália é amplamente reconhecida como um berço desse gênero tão reverenciado. A tradição operística italiana é uma jóia da cultura musical mundial, com uma história rica que remonta ao final do século XVI. Hoje vamos mergulhar nessa história, lembrar do clássico Turandot de Giacomo Puccini, e falar também de outros compositores. Tudo isso para descobrirmos as contribuições notáveis dos compositores que ajudaram a moldar a ópera italiana e a torná-la um fenômeno global.
O início mítico
A ópera como a conhecemos hoje nasceu na Itália no final do século XVI, em Florença, por influência de intelectuais e compositores que formavam um grupo chamado Camerata Fiorentina, uma associação de compositores, poetas, cientistas e teóricos musicais, liderados por Giovanni de’ Bardi, Conde de Vernio. A primeira reunião registrada da Camerata ocorreu em 14 de janeiro de 1573. Juntos, esses intelectuais discutiam literatura, ciências e artes, e buscavam pensar em como trazer à música elementos da cultura grega, de modo que pudessem criar um estilo de composições musicais que expressassem o que a linguagem da tragédia e da retórica gregas eram capazes de expressar: paixão e narrativas de potencial mítico.
Nascia, assim, um novo conceito de música com funções de arte dramática, recitativa e cantada, com estilos clássicos que possibilitaram o surgimento do melodrama ou da forma de um “recitar cantado”.
Um dos primeiros exemplos notáveis é “Dafne” (1597) de Jacopo Peri, inspirada justamente num mito grego, considerada a primeira ópera completamente musicada. Posteriormente, Claudio Monteverdi, com suas obras-primas “Orfeo” (1607) e “A Coroação de Poppaea” (1643), ajudou a estabelecer as bases da ópera moderna, introduzindo elementos dramáticos, emocionais e musicais que ainda são estudados e admirados hoje em dia.
Quando pensamos nos grandes compositores italianos, é importante termos em mente ao menos 5 gênios.
Giuseppe Verdi
Verdi é indiscutivelmente um dos compositores mais reverenciados da ópera italiana. Suas óperas, como “La Traviata”, “Rigoletto” e “Aida”, são frequentemente apresentadas em teatros de ópera de todo o mundo. A intensidade emocional e as melodias inesquecíveis de Verdi continuam a encantar audiências até os dias de hoje.
Gioachino Rossini
Conhecido por suas óperas cômicas e pela ópera épica “Guilherme Tell”, Rossini deixou um legado duradouro na ópera italiana. Suas aberturas, como a famosa abertura de “O Barbeiro de Sevilha”, são amplamente reconhecidas e apreciadas.
Gaetano Donizetti
Donizetti é lembrado por suas óperas bel canto, caracterizadas por árias virtuosas e vocais deslumbrantes. “Lucia di Lammermoor” e “L’elisir d’amore” são algumas de suas obras mais amadas.
Vincenzo Bellini
Bellini é celebrado por suas óperas românticas e líricas, como “Norma” e “I Puritani”. Sua música emotiva e as vozes humanas como instrumentos principais são características distintas de seu estilo.
Giacomo Puccini
Puccini é conhecido por suas óperas emocionais e melodias arrebatadoras. “La Bohème”, “Madama Butterfly” e “Tosca” estão entre suas obras mais famosas, e suas composições continuam a emocionar o público em todo o mundo.
No YouTube, suas composições estão entre as mais ouvidas de toda a plataforma, é o caso de “Nessun dorma” (uma das árias que compõem a ópera Turandot), que pode ser ouvida em versões instrumentalizadas ou então na versão cantada, como na história e magistral interpretação de Luciano Pavarotti!
A ópera italiana ao redor do mundo
A influência da ópera italiana tem alcance internacional, as composições desses gênios italianos que citamos acima são frequentemente realizadas em teatros de ópera de todo o mundo. E os compositores italianos também influenciaram outros estilos musicais, como os das trilhas sonoras de filmes. Ao ouvir as composições de Puccini, é fácil percebermos como sua ópera definiu muito do que viria a ser a linguagem sonora das produções cinematográficas do século XX.
Curiosidade: Puccini também foi uma influência marcante da genialidade das produções operísticas do grande maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos.
Para visitar: os teatros da ópera italiana
A Itália é o lar de teatros de ópera icônicos, como o Teatro alla Scala em Milão, o Teatro San Carlo em Nápoles e o Teatro La Fenice em Veneza. Esses locais históricos preservam a tradição operística italiana e continuam a ser palcos de produções espetaculares. Se tiver a chance, programe suas viagens tendo em mente a oportunidade de assistir a espetáculos nesses espaços históricos.
O futuro da ópera italiana
A ópera italiana continua a evoluir, incorporando novos talentos e abordagens criativas. Jovens cantores e compositores italianos estão contribuindo para a renovação desse gênero clássico, mantendo a chama da ópera italiana acesa para as próximas gerações.
Não é exagero dizer que na essência da cultura musical mundial, a ópera italiana tem um dos papéis centrais, com uma história rica e uma influência global duradoura. Compositores como Verdi, Rossini, Donizetti, Bellini e Puccini deixaram um legado musical que continua a emocionar e inspirar pessoas em todo o mundo.
Você já teve a chance de escutar uma orquestra tocando ao vivo esses clássicos da genialidade italiana?
Se já teve ou se ainda gostaria de ter essa experiência, é hora de se aproximar do tema na companhia da Prof. Paola Baccin e do Prof. Darius, assistindo a uma live especial em que eles conversaram justamente sobre a história da ópera italiana e sobre aquela que pode ser considerada a mais famosa em todo o mundo, Nessun dorma!
Encontramos essa relíquia durante uma caminhada em Bari. Acreditam que essa pintura está aqui nesta fachada pública desde 1767? Passou por uma restauração em 1999. E mantiveram aqui, como um sacrário de quase 3 metros, na fachada do Palazzo D’Amelj, um edifício do século XVIII que pertenceu a uma família de ricos proprietários de terras da cidade vizinha de Binetto.
A Madonna
A palavra “Madonna” é um termo italiano que se traduz como “Senhora” ou “Minha Senhora”. E as representações da Madonna, que se refere à Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, estão profundamente enraizadas na história da arte, na fé e na cultura ocidental. É um tema tão recorrente na arte ocidental que encontramos milhares de criações e recriações.
Hoje veremos um pouco sobre as contribuições desse símbolo, na arte e na cultura italiana e mundial.
Madonna nas artes
A constante representação da Madonna permite aos estudiosos traçarem uma evolução da iconografia, ou, em outras palavras, o percurso das ideias e pensamentos predominantes em cada geração, em cada período das civilizações ocidentais. Isso inclui um estudo sobre os detalhes das vestes, das posições, dos gestos e das expressões faciais. Observando essas mudanças, podemos aprender sobre os valores culturais e religiosos de diferentes épocas. Cada representação da Madonna contém elementos simbólicos. Seu manto, cores e gestos muitas vezes têm significados específicos. A análise desses símbolos nos ajuda a entender as mensagens e crenças religiosas da época em que a obra foi criada.
As imagens da Madonna também podem servir como um registro da evolução das técnicas de pintura e escultura. Estudando essas representações, podemos ver como os artistas dominaram a perspectiva, a luz e a sombra, bem como outros aspectos técnicos da arte.
É possível também conhecermos mais da história das crenças religiosas: através das representações da Madonna, podemos rastrear a evolução das crenças e doutrinas da Igreja Católica ao longo dos séculos. Mudanças na forma como a Virgem Maria foi representada muitas vezes refletem mudanças na teologia e na espiritualidade. E essas mudanças, por sua vez, nos indicam como o mundo passou a lidar com determinadas questões sociais e religiosas.
Há ainda uma riqueza na revelação das influências culturais por trás de cada arte. A representação da Madonna pode variar de acordo com a região e a cultura. Estudando essas variações, podemos aprender sobre a diversidade cultural e a interação entre diferentes culturas ao longo do tempo.
Ao longo da história fornecem uma janela única para a evolução da linguagem visual, cultura e religião. Elas refletem não apenas crenças religiosas, mas também mudanças sociais, técnicas artísticas e a riqueza da herança cultural ao longo dos séculos.
Esta Madonna que fotografamos em Bari é chamada de “Madonna del Lume”. É uma imagem muito recriada devido à difusão do culto à Santa Maria del Lume ao redor do mundo, portanto é possível encontrar outras muitas pinturas que organizam da mesma maneira os elementos dessa arte.
Vemos retratada a Virgem rodeada de anjos, incluindo um ajoelhado à sua direita que, segurando na mão um cesto cheio de corações, os oferece ao menino Jesus nos braços de sua mãe. Podemos notar uma mensagem moral, com os temas do amor, da compaixão, da maternidade, da humildade e da fé.
E você, já teve a chance de ver de perto alguma representação da Madonna?
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Margherita di Savoia é hoje conhecida por algumas pessoas como “a rainha influencer”, pois foi a primeira a conseguir uma popularidade comparável ao que costumamos ver em celebridades e personalidades do mundo digital. Hoje vamos explorar todas as informações que temos sobre ela, que nos revelam muito sobre o período histórico que a Itália viveu, e sobretudo sobre as mudanças que a própria rainha ajudou a estabelecer no Bel Paese e, inclusive, ao redor do mundo.
Também conhecida como Margarida de Saboia, a rainha Margherita teve seu reinado durante o final do século XIX e início do século XX. Ela era a esposa do rei Humberto I da Itália e a primeira rainha consorte do Reino da Itália após sua unificação em 1861. A vida de Margherita di Savoia foi marcada por uma série de comportamentos e estilos que influenciaram muito seus admiradores, mas também entrou para a história por sua dedicação ao bem-estar do povo italiano.
Nascida em 20 de novembro de 1851, Margherita di Savoia era filha de Fernando, Duque de Gênova e da princesa Maria Isabel da Saxônia, filha do rei João da Saxônia. Ela cresceu em um ambiente aristocrático, cercada de luxo e de uma educação de alta qualidade. Seu casamento com o príncipe Humberto da Itália, que mais tarde se tornaria rei, consolidou os laços entre as famílias reais de Saboia e Itália.
Após a unificação da Itália em 1861, seu marido, Humberto I, tornou-se rei em 1878. Margherita di Savoia assumiu o título de rainha da Itália, tornando-se a primeira consorte a ocupar esse cargo após o estabelecimento do Reino da Itália. Como rainha, ela desempenhou um papel importante na vida pública, apoiando várias causas sociais e culturais.
Uma das contribuições mais notáveis de Margherita di Savoia foi o seu envolvimento em causas humanitárias. Ela era conhecida por seu trabalho filantrópico e dedicou seu tempo e recursos para melhorar a vida dos menos privilegiados. Seu interesse particular pelas questões de saúde a levou a estabelecer hospitais e clínicas, bem como a promover a formação de enfermeiras e o cuidado de pacientes em toda a Itália. Ela era uma defensora ativa da Cruz Vermelha Italiana e seu compromisso com a caridade a tornou amplamente respeitada entre a população.
Além dessas ações práticas e absolutamente relevantes do ponto de vista político, Margherita di Savoia também se destacava como uma figura importante no cenário dos interesses públicos por assuntos culturais, como o caso da moda. Ela era conhecida por seu estilo elegante e inovador, e muitos de seus trajes e acessórios eram amplamente imitados na sociedade da época. Seu vestido de baile, que incluía uma saia branca longa com uma faixa vermelha e uma grinalda de flores brancas, ficou famoso e ganhou o nome de “vestido Margherita”. Sua influência na moda italiana a transformou em um ícone de estilo da Belle Époque.
A rainha Margherita também era uma apreciadora das artes e da cultura. Ela apoiou ativamente a música, o teatro e a ópera, frequentando espetáculos e concertos por toda a Itália. Também a pizza marguerita é uma homenagem à Rainha Margherita de Sabóia, como vimos em um artigo recente.
No entanto, a vida da rainha Margherita não foi isenta de desafios. Durante seu reinado, a Itália enfrentou agitações políticas e sociais, e seu marido, o rei Humberto I, foi assassinado em 1900. Após a morte de Humberto, seu filho, Vítor Emanuel III, ascendeu ao trono, e Margherita continuou a exercer seu papel como mãe da nação e apoiadora de causas sociais.
A rainha Margherita di Savoia faleceu em 4 de janeiro de 1926, deixando um legado duradouro como uma das figuras mais admiradas da história italiana. Seu compromisso com a filantropia, seu estilo elegante e sua dedicação ao bem-estar do povo italiano a tornaram uma figura amada e respeitada em toda a Itália. Ela é lembrada não apenas como uma rainha, mas como uma mulher de grande influência e generosidade, cujo impacto na sociedade italiana perdura até os dias de hoje.
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Afinal, o que significa a sigla SPQR usada em áreas públicas e em tantos monumentos da Itália? Confira nesse post qual o significado e por que é aplicada nos mais variados locais.
O que é SPQR?
A sigla “SPQR” é uma inscrição icônica encontrada em muitos lugares na Itália, com destaque especial na cidade de Roma. Ela representa uma parte significativa da herança histórica e cultural do país. Surgiu como uma rejeição à monarquia e uma exaltação à ideia de que todo o poder emana do povo. A sigla, portanto, atribui esse significado democrático à expressão “Senatus Populusque Romanus”, em latim, traduzida como “O Senado e o Povo Romano”, é um lembrete da rica história política da antiga Roma.
Onde é encontrada?
Essa inscrição é frequentemente associada ao Império Romano e era usada para simbolizar o poder e a autoridade do Senado e do povo romano. Ao longo dos séculos, a sigla “SPQR” evoluiu para se tornar um símbolo da cidade de Roma e, por extensão, de toda a nação italiana.
Você pode encontrar a sigla “SPQR” em vários lugares notáveis em Roma, como:
Edifícios públicos
A sigla “SPQR” é frequentemente encontrada em edifícios públicos e oficiais em Roma, como prefeituras, tribunais e departamentos governamentais.
Esgotos de Roma
Uma das aparições mais inusitadas da sigla “SPQR” é nos esgotos de Roma, uma rede subterrânea complexa que desempenhou um papel crucial na infraestrutura da cidade. A inscrição é uma lembrança de que mesmo as estruturas menos glamorosas fazem parte da história de Roma.
Tampas de Bueiros
As tampas de bueiros em Roma frequentemente trazem a sigla “SPQR”. Essa presença até nas ruas e calçadas demonstra a importância que a sigla tem na vida cotidiana da cidade.
Fontes públicas
Muitas fontes públicas, incluindo a famosa Fontana di Trevi, exibem a sigla “SPQR” como um lembrete da antiga conexão da cidade com a água e a engenharia hidráulica romana.
Monumentos históricos
Inúmeras estátuas, obeliscos e outros monumentos históricos exibem orgulhosamente a sigla “SPQR” como parte de sua mensagem.
Embora a sigla “SPQR” esteja enraizada na história de Roma, sua importância transcende as fronteiras da cidade. Ela se tornou um símbolo da unidade e do orgulho nacionais italianos, representando a influência duradoura da antiga Roma na cultura e na identidade dos romanos e italianos de Roma, de lá até os dias da democracia moderna.
Em maio deste ano, 2023, o time de futebol Roma vestiu a camisa giallorossa estampada com a sigla SPQR, como uma forma de protesto do clube ao não pagamento do valor acordado com sua patrocinadora.
Hoje a inscrição “SPQR” é uma lembrança constante da rica herança de Roma e sua influência duradoura na cultura, na arte, na política e na vida cotidiana. Cada vez que você se depara com essas quatro letras, seja nas ruas de Roma ou em outros lugares da Itália, é um convite a explorar as conexões entre o passado e o presente e a mergulhar na fascinante história de uma civilização que moldou o curso da história ocidental.
Você já tinha visto essa sigla antes? Agora, na próxima viagem, poderá procurá-la em vários lugares de Roma, e encontrará aos montes!
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Neste artigo vamos levantar os motivos dos italianos viverem até os 100 anos, com a chance de escutar as palavras do Prof. Vinicio, que conduziu uma live especial sobre o tema, falando justamente sobre a Sardenha, sua região de origem! Ao final do artigo, aproveite para assistir e expandir suas descobertas.
Blue Zones: o que são?
As chamadas “blue zones” são áreas geográficas do mundo onde as pessoas têm uma expectativa de vida excepcionalmente alta em comparação com a média global. Essas regiões são conhecidas por concentrações significativas de pessoas que vivem vidas longas e saudáveis, frequentemente ultrapassando os 100 anos de idade.
Foi o pesquisador e jornalista Dan Buettner que popularizou o termo “blue zones” depois de realizar estudos sobre essas regiões.
Quantidade e qualidade
Nessas áreas, como veremos, os habitantes vivem não apenas mais, mas também de maneira mais saudável, mantendo uma qualidade de vida invejável até as idades avançadas. As principais “blue zones” incluem:
Península de Nicoya, Costa Rica
Okinawa, Japão
Icaria, Grécia
Loma Linda, Califórnia, EUA
E, finalmente, a localidade da qual mais sabemos falar aqui na ITALICA:
Ogliastra, Sardenha, Itália: a dieta sarda, rica em alimentos frescos, e o estilo de vida ativo têm contribuído para a longevidade na região de Ogliastra.
Essas áreas têm sido objeto de estudo por cientistas e pesquisadores interessados em desvendar os segredos da longevidade e da saúde. Os fatores que contribuem para a longevidade nas “blue zones” incluem dieta saudável, atividade física regular, forte coesão social, baixo estresse e um propósito de vida significativo. Estudar essas comunidades é uma chance de explorarmos práticas valiosas sobre como viver uma vida mais longa e saudável.
Na Sardenha, especialmente na região da Barbagia (de que a Ogliastra é parte), é onde se localiza a população que desfruta de uma expectativa de vida significativamente maior em comparação com outras regiões do mundo. As práticas de vida e a dieta desempenham um papel fundamental nesse fenômeno.
Dieta Mediterrânea
A alimentação tradicional sarda é baseada na famosa dieta mediterrânea. Ela inclui uma abundância de frutas, verduras, legumes, azeite de oliva e peixe, com ingestão limitada de carne vermelha. Os sardos também consomem vinhos tânicos locais, como o Cannonau, que contém antioxidantes benéficos para a saúde.
Alguns dados revelam que 93% dos homens centenários bebem vinho (quase o dobro da média italiana), e que 92% das mulheres comem laticínios diariamente (89% homens); 83% das mulheres e 80 % homens consomem massas; 77% da população feminina e 69% da masculina comem vegetais.
Atividade Física
Os sardos geralmente levam uma vida ativa. Até mesmo os idosos costumam se envolver em atividades físicas, como caminhadas pelas colinas ou trabalhos no campo. A comunidade idosa tem uma vida social ativa e participa de eventos tradicionais, mantendo-se mentalmente engajada.
Família e Comunidade
A coesão social desempenha um papel crucial na longevidade da Sardenha. As famílias sardas são conhecidas por sua forte rede de apoio. Os idosos são respeitados e valorizados, continuando a ser parte ativa da comunidade.
Baixo Estresse
A Sardenha é famosa por seu estilo de vida que permite um cotidiano menos estressante, de maior relaxamento. O ritmo mais lento da vida e a falta de pressão social desempenham um papel muito importante na longevidade.
Genética e isolamento
Antropologistas acreditam que a longevidade também está relacionada à preservação de um cromossomo específico ao longo de milhares de anos de isolamento, em que cada geração pôde guardar e levar adiante a característica da longevidade. Mas não se trata apenas de uma questão genética, pois foi observado que, apesar de os genes estarem presentes nas gerações mais novas, a qualidade da vida longeva não se apresentou da mesma maneira para essas pessoas, que hoje em dia, nos desafios da vida moderna, podem já não aplicar em suas vidas as mesmas práticas das gerações anteriores.
Blue zones ou Zonas Azuis
As Zonas Azuis, incluindo a da Sardenha, têm atraído a atenção de pesquisadores, cientistas e entusiastas da longevidade em todo o mundo. Ao explorar essas regiões, podemos aprender muito sobre os fatores que contribuem para uma vida longa e saudável, incluindo uma dieta equilibrada, atividade física, laços sociais fortes e uma atitude de baixo estresse. São práticas que podemos inserir nas nossas vidas, independente de estarmos ou não em zonas azuis. Em outra região da Itália, no Vêneto, por exemplo, vive a família mais longeva do mundo, em que dez irmãos somam 846 anos. Logo atrás está o recorde anterior, de nove irmãos sardos, que somam 818 anos e entraram no Livro Guinness dos Recordes.
Não há dúvida de que a sabedoria italiana acumulada nessas áreas é uma janela para uma vida mais longa e plena para todos nós. Portanto, é importante preservar e aplicar essas lições em nossas próprias vidas, independentemente de onde vivamos. Afinal, quem não deseja uma vida longa, saudável e significativa?
Aproveite agora para assistir à live conduzida por um sardo que está no caminho de construir a sua longevidade: o Prof. Vinicio! Nesta live, o professor também comenta sobre o lançamento recente de um documentário da Netflix, intitulado “Zone Blu, i segreti della longevità”, em que fala-se justamente da Sardenha! Clique aqui para explorar os segredos da longevidade com a gente!