Blue zones e o segredo dos italianos para viverem até os 100 anos

Blue zones e o segredo dos italianos para viverem até os 100 anos

Neste artigo vamos levantar os motivos dos italianos viverem até os 100 anos, com a chance de escutar as palavras do Prof. Vinicio, que conduziu uma live especial sobre o tema, falando justamente sobre a Sardenha, sua região de origem! Ao final do artigo, aproveite para assistir e expandir suas descobertas.

Blue Zones: o que são?

As chamadas “blue zones” são áreas geográficas do mundo onde as pessoas têm uma expectativa de vida excepcionalmente alta em comparação com a média global. Essas regiões são conhecidas por concentrações significativas de pessoas que vivem vidas longas e saudáveis, frequentemente ultrapassando os 100 anos de idade.

Foi o pesquisador e jornalista Dan Buettner que popularizou o termo “blue zones” depois de realizar estudos sobre essas regiões.

Quantidade e qualidade

Nessas áreas, como veremos, os habitantes vivem não apenas mais, mas também de maneira mais saudável, mantendo uma qualidade de vida invejável até as idades avançadas. As principais “blue zones” incluem:

  • Península de Nicoya, Costa Rica
  • Okinawa, Japão
  • Icaria, Grécia
  • Loma Linda, Califórnia, EUA

E, finalmente, a localidade da qual mais sabemos falar aqui na ITALICA:

  • Ogliastra, Sardenha, Itália: a dieta sarda, rica em alimentos frescos, e o estilo de vida ativo têm contribuído para a longevidade na região de Ogliastra.

Essas áreas têm sido objeto de estudo por cientistas e pesquisadores interessados em desvendar os segredos da longevidade e da saúde. Os fatores que contribuem para a longevidade nas “blue zones” incluem dieta saudável, atividade física regular, forte coesão social, baixo estresse e um propósito de vida significativo. Estudar essas comunidades é uma chance de explorarmos práticas valiosas sobre como viver uma vida mais longa e saudável.

Sardenha é região de blue zones

Na Sardenha, especialmente na região da Barbagia (de que a Ogliastra é parte), é onde se localiza a população que desfruta de uma expectativa de vida significativamente maior em comparação com outras regiões do mundo. As práticas de vida e a dieta desempenham um papel fundamental nesse fenômeno.

Dieta Mediterrânea

A alimentação tradicional sarda é baseada na famosa dieta mediterrânea. Ela inclui uma abundância de frutas, verduras, legumes, azeite de oliva e peixe, com ingestão limitada de carne vermelha. Os sardos também consomem vinhos tânicos locais, como o Cannonau, que contém antioxidantes benéficos para a saúde.

Alguns dados revelam que 93% dos homens centenários bebem vinho (quase o dobro da média italiana), e que 92% das mulheres comem laticínios diariamente (89% homens); 83% das mulheres e 80 % homens consomem massas; 77% da população feminina e 69% da masculina comem vegetais.

Vinho Italiano

Atividade Física

Os sardos geralmente levam uma vida ativa. Até mesmo os idosos costumam se envolver em atividades físicas, como caminhadas pelas colinas ou trabalhos no campo. A comunidade idosa tem uma vida social ativa e participa de eventos tradicionais, mantendo-se mentalmente engajada.

Família e Comunidade

A coesão social desempenha um papel crucial na longevidade da Sardenha. As famílias sardas são conhecidas por sua forte rede de apoio. Os idosos são respeitados e valorizados, continuando a ser parte ativa da comunidade.

Blue zones na Itália

Baixo Estresse

A Sardenha é famosa por seu estilo de vida que permite um cotidiano menos estressante, de maior relaxamento. O ritmo mais lento da vida e a falta de pressão social desempenham um papel muito importante na longevidade.


Genética e isolamento

Antropologistas acreditam que a longevidade também está relacionada à preservação de um cromossomo específico ao longo de milhares de anos de isolamento, em que cada geração pôde guardar e levar adiante a característica da longevidade. Mas não se trata apenas de uma questão genética, pois foi observado que, apesar de os genes estarem presentes nas gerações mais novas, a qualidade da vida longeva não se apresentou da mesma maneira para essas pessoas, que hoje em dia, nos desafios da vida moderna, podem já não aplicar em suas vidas as mesmas práticas das gerações anteriores.

Longevidade italiana

Blue zones ou Zonas Azuis

As Zonas Azuis, incluindo a da Sardenha, têm atraído a atenção de pesquisadores, cientistas e entusiastas da longevidade em todo o mundo. Ao explorar essas regiões, podemos aprender muito sobre os fatores que contribuem para uma vida longa e saudável, incluindo uma dieta equilibrada, atividade física, laços sociais fortes e uma atitude de baixo estresse. São práticas que podemos inserir nas nossas vidas, independente de estarmos ou não em zonas azuis. Em outra região da Itália, no Vêneto, por exemplo, vive a família mais longeva do mundo, em que dez irmãos somam 846 anos. Logo atrás está o recorde anterior, de nove irmãos sardos, que somam 818 anos e entraram no Livro Guinness dos Recordes.

Não há dúvida de que a sabedoria italiana acumulada nessas áreas é uma janela para uma vida mais longa e plena para todos nós. Portanto, é importante preservar e aplicar essas lições em nossas próprias vidas, independentemente de onde vivamos. Afinal, quem não deseja uma vida longa, saudável e significativa?

Aproveite agora para assistir à live conduzida por um sardo que está no caminho de construir a sua longevidade: o Prof. Vinicio! Nesta live, o professor também comenta sobre o lançamento recente de um documentário da Netflix, intitulado “Zone Blu, i segreti della longevità”, em que fala-se justamente da Sardenha! Clique aqui para explorar os segredos da longevidade com a gente! 

Buona visione!

A presto!

Como os italianos vivem até os 100 anos!

Ítalo Calvino: centenário de um dos maiores escritores italianos do século XX

Ítalo Calvino: centenário de um dos maiores escritores italianos do século XX

Chegamos ao centenário de nascimento de Ítalo Calvino, um dos escritores mais célebres da literatura italiana do século XX, que merece ser homenageado e lembrado sempre por sua contribuição valiosa para a literatura mundial.

Quem é Ítalo Calvino

Nascido em Cuba, em 1923, criado na Itália, Calvino tornou-se um dos expoentes do movimento literário conhecido como “Neovanguarda” e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da literatura pós-moderna.

italo calvino escritor italiano

A rica imaginação de Calvino e sua habilidade de entrelaçar elementos da realidade com a fantasia o tornaram conhecido por suas obras únicas e inovadoras. Alguns de seus livros, muito conhecidos aqui no Brasil, são “Le città invisibili” (As cidades invisíveis), “Se una notte d’inverno un viaggiatore” (Se um viajante numa noite de inverno) e “Il barone rampante” (O barão nas árvores), que desafiam as convenções literárias tradicionais. Calvino também desenvolveu textos análiticos e teóricos, como o postumamente publicado “Perché leggere i classici” (Por que ler os clássicos), de onde saiu a frase tão elucidativa quando se deseja avaliar o que constitui um clássico: “Um clássico é o livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”. Para além da ficção, Calvino explorou temas como a natureza da narrativa, a busca pelo significado na existência humana e as complexidades da identidade.

Cidades Invisíveis

A escrita de Ítalo Calvino transcende fronteiras culturais, tornando-se acessível a leitores de todo o mundo, e admirada pelos maiores pensadores de sua época, como o escritor argentino Jorge Luís Borges. O comprometimento de Calvino com a experimentação e a inovação literária, e ao mesmo tempo com as raízes clássicas da história da literatura, inspirou gerações de escritores e leitores a explorar os limites da criatividade e da linguagem.

ítalo Calvino e Jorge luís Borges
Ítalo Calvino com Jorge Luís Borges

Calvino também desempenhou um papel fundamental na divulgação da literatura italiana no cenário internacional, traduzindo suas próprias obras e as de outros escritores italianos. Sua paixão pela literatura e seu desejo de compartilhar a riqueza da tradição literária italiana o tornaram um embaixador cultural em todo o mundo.

Naturalizado italiano, Ítalo Calvino nasceu em Cuba, durante uma viagem dos pais, nascidos em Sanremo e em Sassari, na Sardenha. A mãe lhe deu o nome Ítalo para que ele pudesse se lembrar de sua herança italiana. Assim como a herança italiana que sua mãe buscava guardar em seu nome, encontramos nesse autor também seu próprio legado à literatura mundial, além de toda a contribuição ao desenvolvimento do reconhecimento cultural e linguístico da Itália, que perdura através de suas obras imortais, lidas e estudadas em todo o mundo. Seu impacto na literatura e na cultura transcende o tempo e o espaço, e ele hoje é lembrado com gratidão como um dos grandes escritores do século XX.

Escritor italiano ítalo Calvino

E você, já teve a chance de ler alguma das obras desse gênio da literatura?

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A influência do latim na Língua e Cultura Italiana

A influência do latim na Língua e Cultura Italiana

A língua italiana, conhecida por sua beleza e musicalidade, tem raízes profundas no latim, a língua da Roma Antiga. A influência do latim na língua e cultura italianas é tão intrínseca que é impossível compreender plenamente uma sem a outra. Neste artigo, exploraremos um pouco sobre como o latim moldou a língua italiana moderna e deixou uma marca indelével na cultura do país. Ao final, aproveite para assistir a uma live especial que fizemos sobre esse tema, com o Prof. Darius conduzindo uma conversa com o professor de latim Artur Costrino.

Latim e origem do italiano

Raízes Linguísticas: A Transição do Latim para o Italiano

A história da língua italiana remonta ao período romano, quando o latim vulgar era falado por toda a Península Itálica. Com o colapso do Império Romano, a língua latina evoluiu em diferentes dialetos regionais, que já existiam antes do Império Romano, que eventualmente deram origem ao italiano. No entanto, as bases linguísticas permaneceram largamente latinas.

Um dos aspectos mais notáveis ​​da influência do latim no italiano é a incorporação de palavras latinas na língua cotidiana. Por exemplo, a palavra de saudação italiana comum, “Ciao”, deriva de “schiavo” (escravo) no latim, uma forma informal de se despedir que, antes de evoluir para uma saudação amigável, originou-se como corruptela da palavra latina sclavus como s’ciào. Saudar alguém com “ciao” significava dizer “sou seu escravo”, algo como o que vemos culturalmente presente na expressão de despedida “estou ao seu inteiro dispor”.

Esta saudação foi adotada em italiano para posteriormente ser emprestada ao vocabulário de muitas línguas, como o português, o castelhano e o inglês, significando, todavia, apenas “até logo”.

Palavras do latim na ciência

Uma área onde o latim desempenha um papel crucial é na nomenclatura científica. A língua latina é usada internacionalmente na taxonomia para nomear espécies de plantas e animais. Os nomes binomiais, compostos por um gênero e uma espécie, são em latim. Isso permite que cientistas de diferentes partes do mundo compreendam e comuniquem informações sobre a diversidade biológica de forma eficaz, que possa dialogar com a história pregressa das civilizações atuais, em vez de representar apenas uma cultura e uma língua do tempo presente.

influencia do latim na lingua italiana

Herança cultural: além da língua

A influência do latim não se limita apenas à língua italiana, mas também se estende à cultura do país. O latim é uma parte integral da herança cultural italiana, principalmente devido ao papel central da Igreja Católica na história italiana.

Além disso, a Itália é o lar de algumas das universidades mais antigas do mundo, como a Universidade de Bolonha, fundada no século XI. Durante a Idade Média e o Renascimento, o latim era a língua usada na academia, e muitas das obras mais importantes da filosofia, ciência e literatura eram escritas nessa língua.

latim e lingua italiana

Uma herança viva

Como vimos, a influência do latim na língua e cultura italiana é uma parte essencial da identidade italiana. Ela liga o presente ao passado glorioso da Roma Antiga e da Renascença, recordando constantemente aos italianos a riqueza de sua herança cultural.

Mesmo que o latim não seja mais uma língua falada nas ruas, seus ecos e significados primordiais ressoam nas palavras de hoje em dia, nos idiomas que floresceram do latim, nas ruas, nas tradições e na história da Itália. Tudo isso, torna a língua italiana uma herança viva que continua a inspirar e enriquecer a vida dos italianos e a apreciação do mundo pela cultura única e influente que teve como berço o solo do que foi uma vez o Império Romano. A Itália, com sua fusão harmoniosa de passado e presente, é verdadeiramente um tesouro cultural onde a herança latina ainda é uma parte pulsante da vida cotidiana.

Agora é hora de acompanhar duas lives importantes: uma do Prof. Vinicio, e outra que o Prof. Darius conduziu com o professor de Latim Artur Costrino. Eles exploraram a herança do latim no italiano e conversaram sobre o trajeto histórico dessa língua-mãe do português, do espanhol, do francês e, é claro, do italiano. Também abordaram as relações linguísticas e históricas entre o latim e o italiano. Você ainda descobrirá o que é que Dante Alighieri teve a ver com toda essa história, que promove influências, mesmo hoje em dia, no modo com que falamos italiano!

Expressões e palavras em latim no italiano de hoje!

Do latim ao italiano – Bate papo com o professor de Latim Artur Costrino!

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A presto!

Festival de Sanremo: o encanto musical da Itália dos últimos 70 anos

Festival de Sanremo: o encanto musical da Itália dos últimos 70 anos

A música italiana é mundialmente conhecida por grandes sucessos que atravessam gerações, como veremos neste artigo. E aprender italiano com música é um dos benefícios de estudar com a gente aqui na ITALICA. Portanto, hoje vamos somar dois fatores muito importantes para nós: a tradição musical do Festival de Sanremo e tudo o que ofertamos em nosso curso L’italiano Musicale!

O Festival de Sanremo é uma tradição italiana icônica. Desde sua inauguração, em 1951, tornou-se uma vitrine para a música italiana, lançando carreiras, definindo tendências e encapsulando a identidade musical do país. Hoje queremos explorar um pouco dessa história única, cheia de nomes que você certamente conhece!

Festival de Sanremo

O Festival de Sanremo foi concebido por Giulio Razzi em 1951, com a intenção de promover a música italiana e atrair turistas para a bela cidade de Sanremo. A primeira vencedora, Nilla Pizzi, estabeleceu a tradição de uma competição que destacaria novos talentos. E os anos 50 foram uma época de otimismo pós-guerra, por isso o festival tornou-se um reflexo dessa energia de renovação e esperança, apresentando uma mistura de melodias românticas e canções vibrantes.

Nilla Pizzi Festival di Sanremo em 1952

Era das estrelas: anos 60 e 70

Nas décadas seguintes, o Festival de Sanremo viu o surgimento de artistas que se tornariam lendas da música italiana, como Mina, Adriano Celentano, Domenico Modugno e Claudio Villa.

O evento ganhou prestígio internacional e foi um trampolim para artistas que buscavam uma carreira internacional. Os anos 60 e 70 trouxeram uma expansão estilística, incorporando influências do rock e da música popular internacional.

Mina em Sanremo
Mina em Sanremo

Evolução, desafios e renascimento

Os anos 80 testemunharam uma diversificação ainda maior de estilos, com a entrada de gêneros como o pop italiano e a música melódica. No entanto, a competição enfrentou desafios, incluindo controvérsias e debates sobre sua relevância. Nos anos 90, ele passou por uma renovação, abraçando uma abordagem mais contemporânea e introduzindo elementos visuais e cênicos inovadores. Em 1993, surge Laura Pausini, vencendo o prêmio na categoria Jovem, com a eterna canção “La Solitudine”. No ano seguinte, é a vez de Andrea Bocelli vencer o mesmo prêmio, com “Il mare calmo della sera”.

Laura Pausini vencendo Sanremo em 1993
Laura Pausini vencendo em 1993
Dueto recorrente: Andrea Bocelli e Laura Pausini
Dueto recorrente: Andrea Bocelli e Laura Pausini

A virada para o novo milênio trouxe um renascimento para o Festival de Sanremo, com audiências mais jovens e uma maior apreciação internacional. Artistas como Laura Pausini, Eros Ramazzotti e Andrea Bocelli haviam alcançado apelo internacional, ao utilizarem o festival como trampolim para o cenário musical global. A competição expandia-se então para além das fronteiras italianas, atraindo participantes estrangeiros e solidificando sua posição como um evento musical de classe mundial.

Eros Ramazzotti, Laura Pausini e Andrea Bocelli
Eros Ramazzotti, Laura Pausini e Andrea Bocelli

Hoje, o Festival de Sanremo continua a desempenhar um papel central na cena musical italiana. Além de apresentar novos talentos, é um evento que celebra a diversidade musical, incorporando uma gama eclética de estilos.

E uma curiosidade: o vencedor tem hoje a honra de representar a Itália no Eurovision Song Contest. O festival transcende portanto seu papel inicial, tornou-se um fenômeno cultural que une gerações em torno da paixão pela música.

Você conhece algum desses nomes? Gosta das músicas desses grandes talentos? No nosso curso L’italiano Musicale, você tem a chance de aprender italiano com sucessos de nomes como esses que citamos, entre outros clássicos.

São 230 vídeos, com 20 músicas gravadas exclusivamente para o curso, em apresentações especiais de cantores convidados. Além disso, você recebe 2 livros de exercícios e tem acesso a um espaço para tirar dúvidas. Detalhe: todos os níveis podem tirar grande proveito deste curso! Para acessar agora mesmo é só clicar aqui

Aproveite para fazer conosco uma viagem pelas músicas italianas dos anos 60, 70 e 80:

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Gelato italiano: 4 curiosidades que você desconhecia

Gelato italiano: 4 curiosidades que você desconhecia

Quando se trata de sobremesas, poucos lugares no mundo podem rivalizar com a Itália, e a gelateria é uma das razões pelas quais esse país é conhecido como o paraíso dos gourmets. A gelateria italiana é uma joia da culinária que brilha com sabores incríveis, história fascinante e uma paixão inigualável por proporcionar prazer através da comida. Ao redor do mundo, quando se pensa em sorvetes deliciosos e cremosos, a Itália é sempre uma referência. Vamos explorar a história e a magia por trás dessa tradição adorada por todos os amantes de sobremesas.

O início de tudo

As raízes desta tradição nos remontam aos romanos aristocráticos, que desfrutavam de uma versão primitiva de sorvete, feita com neve e mel. Em latim, seria conhecido também como “nivatae potiones” (bebidas nevadas). No entanto, o gelato, como o conhecemos hoje, evoluiu durante a Renascença italiana, quando um cozinheiro da corte da rainha Catarina de Médici teve a brilhante ideia de misturar gelo com frutas e açúcar. Esse marco culinário deu origem ao gelato italiano, uma sobremesa que logo conquistou o país e depois o mundo.

Uma das chaves para a magia do gelato italiano é a qualidade dos ingredientes. Os melhores gelatieri (mestres sorveteiros) insistem em usar apenas ingredientes de alta qualidade, como leite fresco, frutas locais da estação, açúcar puro e outros componentes naturais. Essa abordagem artesanal é crucial para criar sabores autênticos e deliciosos.

Um dos fatores mais fascinantes sobre a gelateria italiana é a infinita variedade de sabores disponíveis. Claro, você sempre pode desfrutar dos clássicos, como pistache, chocolate e baunilha, mas as gelaterias frequentemente oferecem criações ousadas e inovadoras. Imagine saborear um gelato de figo, lavanda, azeite de oliva ou até mesmo espinafre! Essa criatividade é uma parte essencial da cultura do gelato.

O preparo

O processo de fabricação do gelato é uma verdadeira obra de arte. Um dos segredos para sua textura suave e cremosa está na técnica conhecida como “churna” (a mistura, a agitação dos ingredientes), que incorpora menos ar do que a fabricação do sorvete comum. Isso resulta em uma sobremesa densa e rica que derrete na boca, proporcionando uma experiência sensorial única.

Gelato italiano

Curiosidade e dica de viagem: existe um sabor com esse nome, churna, em Bolonha, na sorveteria chamada Soleluna. É um gelato à base de fior di latte (um tipo de mozzarella), com notas de uma perfumada mistura de especiarias, como cúrcuma, açafrão e cardamomo, que conferem ao sorvete uma cor dourada.

Uma visita a uma gelateria italiana é muito mais do que um passeio para satisfazer seu desejo de doces. É uma imersão na cultura e tradição do país. Você encontrará gelaterias em todas as cidades e vilarejos da Itália, muitas delas administradas por famílias locais há gerações. Os gelatieri são verdadeiros artistas e alquimistas, criando apresentações incríveis de suas deliciosas invenções nas vitrines.

Gelato, sorvete ou sorbet?

Muitas pessoas acham que “sorbet” e “gelato” são apenas duas formas elegantes de se chamar um sorvete. Acontece que esses três nomes descrevem métodos de produção diferentes, com composições diferentes.

Gelato

O gelato é preparado na hora. Precisa ser produzido diariamente, para ser consumido sem demora. Sua base é feita de leite, água, açúcar e frutas. E a quantidade de cada ingrediente influencia na textura final. Por isso é necessária uma exatidão na receita e na execução.

Gelato da Itália

Sorbet

Já o sorbet é uma espécie de raspadinha, composto por água, açúcar e frutas.

Sorvete

O sorvete, por sua vez, pode ser feito com amido de milho ou gemas. E o tempo de consumo não é restrito, pode ser guardado e conservado na qualidade de sua composição inicial.

Gelato italiano: para além das fronteiras

A nobre italiana, Catarina de Médici, que se tornou rainha consorte da França de 1547 até 1559, como a esposa do rei Henrique II, é uma das responsáveis pela popularidade dos gelatos ao redor do mundo. Ela ficou tão fascinada com as misturas refrescantes, que fez o sorvete ficar conhecido entre aqueles que faziam parte do seu círculo social. Ela então fez essa receita viajar com ela quando se mudou para a França, na época do seu casamento com o rei francês Henrique II. E a execução das receitas estava garantida, pois conta-se que Catarina levou para além das fronteiras os melhores cozinheiros italianos.

Depois, a neta de Catarina popularizou o sorvete na Inglaterra, após se casar com o monarca Carlos I. Os ingleses, por sua vez, teriam levado o gelato para as Américas. 

A consolidação ocorreria depois de 1686, quando o sorvete começou a chegar a outras classes sociais, fora da realeza, quando o italiano Francesco Procópio, também chamado de “Pai do sorvete”, abriu o Café Le Procope, em Paris. 

Francesco Procopio o pai do sorvete

A popularidade do gelato italiano não conhece fronteiras. Em todo o mundo, as pessoas se deliciam com a maravilha cremosa que é o gelato. Gelaterias italianas também exportam suas habilidades, abrindo lojas em outros países e introduzindo os sabores autênticos do gelato italiano em todos os cantos do globo. Por isso, para tantos estrangeiros apaixonados pela gastronomia italiana, é possível embarcar nessa tradição italiana, e provar um verdadeiro gelato, sem precisar atravessar o mundo.

É claro, no entanto, que a experiência no solo natal, no Belpaese, é algo único. A gelateria italiana é muito mais do que uma simples sobremesa; é um contato com a história, com os espaços e com os locais históricos em que os sabores surgiram pela primeira vez. Poder visitar a Itália e provar o gelato em suas diversas receitas é uma celebração da qualidade, da criatividade culinária e da busca incessante pela perfeição no paladar. Quando você puder visitar a Itália, garantimos que provar um autêntico gelato italiano será uma das experiências mais memoráveis. Deixe-se levar pela magia do gelato italiano e descubra por que essa tradição é tão amada em todo o mundo.

Aproveite para assistir ao Prof. Darius ensinando a pedir um gelato na Itália. E também visitando San Gimignano, onde encontrou o maestro gelatiere, Sergio Dondoli, para provar aquele que é considerado o melhor gelato do mundo!

Buona visione!

Viagem para a Itália: Descubra San Gimignano, na Toscana, e o melhor Gelato do mundo

Como pedir Gelato e Pizza na Italia