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Pães na Itália: arte e a tradição da fabricação

Pães na Itália: arte e a tradição da fabricação

A Itália, famosa por sua culinária incrivelmente diversificada e deliciosa, não é apenas o lar de massas e pizzas incríveis, mas também é um país onde a arte da fabricação de pães é elevada a um nível de maestria. A tradição de fazer pães na Itália remonta a séculos e continua a ser uma parte fundamental da cultura gastronômica italiana. Hoje vamos explorar um pouco da rica história, dos métodos tradicionais e veremos os tipos de pães que fazem da Itália um verdadeiro paraíso para os amantes de um bom pão.

Uma longa história de panificação

Como a maioria das características culturais italianas, a história da fabricação de pães na Itália remonta ao Império Romano, quando o pão era um alimento básico e fundamental na dieta diária. Naquela época, os padeiros já dominavam a arte de fazer pães de diferentes variedades e texturas. Com a queda do Império Romano e o surgimento do feudalismo na Idade Média, a arte da panificação continuou a se expandir territorialmente, tornando-se cada vez mais presente e importante para a variedade de culturas que cada regionalismo propiciou. Com o passar dos anos, naturalmente, as técnicas foram refinadas.

Durante o Renascimento, o território que um dia viria a ser a Itália unificada começou a ver uma explosão na criatividade culinária, e isso incluiu a panificação. Padeiros italianos experimentavam suas ideias com ingredientes locais, como azeite de oliva, ervas, queijos e azeitonas, para criar pães únicos que pudessem refletir suas regiões de origem. Essa tradição, inclusive, de explorar e respeitar ingredientes locais, ainda hoje está muito viva na fabricação de pães italianos. E é o que permite que turistas descubram sabores de receitas que foram criadas há séculos.

Pães na Itália: a variedade italiana

Como a Itália é um país de diversas regiões bastante conscientes e protetoras de suas identidades, cada uma delas conta com suas próprias tradições culinárias. Isso se reflete na grande variedade de pães italianos disponíveis. Vejamos alguns dos pães mais famosos da Itália:

Ciabatta

Originária da região da Toscana, a ciabatta é um pão caracterizado por sua casca crocante e interior macio e alveolado. É frequentemente usado para fazer sanduíches.

Também existe uma versão menor e mais arredondada da ciabatta, a ciabattina, perfeita para lanches individuais ou acompanhamentos.

Pães na Itália Ciabatta

Focaccia

Uma deliciosa massa plana, semelhante a uma pizza, que é frequentemente temperada com azeite de oliva, sal e ervas antes de ser assada. É um aperitivo popular na Itália.

Pães na Itália Focaccia

Pane Pugliese

Este é um pão rústico típico da região de Puglia, no sul da Itália. É conhecido por sua casca grossa e dura e seu interior macio e elástico.

Pane Pugliesi pão italiano

Grissini

Também conhecidos como “palitos de pão”, os grissini são finos bastões de pão que são frequentemente servidos como aperitivos.

Pão Italiano Grissini

Pane di Altamura

Proveniente da cidade de Altamura, na região da Puglia, é conhecido por seu sabor único e crosta espessa.

Pão italiano Pane di Altamura

Pão Siciliano

Originário da Sicília, este pão é geralmente feito com semolina e é denso e saboroso.

Pão italiano Siciliano

Métodos tradicionais de fabricação

A fabricação de pães na Itália é uma combinação de tradições antigas e técnicas modernas. Muitas padarias italianas ainda valorizam os métodos tradicionais de panificação, como o uso de fermentação natural e a chamada massa madre (massa mãe), que é um método antigo de fermentação que não requer o uso de fermento comercial. A fermentação natural dá aos pães um sabor e uma textura distintos, além de melhorar sua digestibilidade.

Massamadre do pão italiano

Outro aspecto importante da fabricação de pães italianos é a qualidade dos ingredientes. A farinha utilizada é frequentemente de alta qualidade e muitas vezes é moída localmente. O azeite de oliva extra virgem é um ingrediente comum que contribui para o sabor e a textura dos pães italianos.

O papel cultural do pão na Itália

O pão tem um papel cultural significativo na Itália, além de ser um alimento básico na mesa. Em muitas partes do país, o ato de compartilhar pão é um símbolo de hospitalidade e amizade. O pão também desempenha um papel importante em celebrações religiosas, como a Páscoa, quando o pão é abençoado e compartilhado entre os fiéis.

Além disso, muitos festivais e eventos regionais na Itália (como aqueles conhecidos como sagras, festas religiosas) estão relacionados à produção e ao consumo de pães locais. Os festivais de pães oferecem uma oportunidade para as comunidades locais celebrarem suas tradições e compartilharem suas especialidades culinárias.

Um bom exemplo de uma sagra que festeja justamente um pão é a Festa Te la Uliata, que acontece perto de Lecce, na Puglia. “Uliata” é uma “puccia” (nome dado aos lanches característicos da região da Puglia). No caso da “uliata”, é um tipo de pão feito com azeitonas pretas de Salento!

Tradição do pão italiano

Pães na Itália: essência familiar

Logo que chegamos na Itália, é fácil notar como os pães italianos variam amplamente em forma, sabor e textura, refletindo a diversidade das regiões italianas. E mais do que apenas alimento, o pão desempenha um papel cultural importante na Itália, conectando pessoas através de gerações e celebrando a riqueza da culinária italiana. Afinal, a fabricação de pães na Itália é uma arte que combina tradições antigas, ingredientes de alta qualidade e uma paixão pelo sabor e pela textura. Por isso, quando se trata de pães italianos, podemos entender que eles são mais do que apenas uma parte da refeição – são uma das essências mais antigas da vida italiana e da partilha em família.

Tradição dos pães na Itália

Te convidamos agora para assistir a um vídeo especial que o Prof. Darius fez caminhando pelo bairro do Bixiga, em São Paulo, quando ele visitou uma panificadora para te apresentar um pouco mais sobre os tipos de pão que existem na Itália e, portanto, sobre a razão de não existir algo como “pão italiano”, que vemos tanto à venda aqui no Brasil.

Para assistir e entender tudo, é só clicar aqui!

Buona visione!

Dia Mundial dos Professores: celebramos a SQUADRA ITALICA!

Dia Mundial dos Professores: celebramos a SQUADRA ITALICA!

O Dia Mundial dos Professores, conhecido na Itália como “Giornata Nazionale dell’Insegnante”, é uma data comemorativa que ocorre anualmente em 5 de outubro. E é claro que aqui na ITALICA é um momento muito especial para todos nós professores da Squadra Italica. É quando podemos celebrar o papel fundamental que os nossos professores e todos os demais desempenham na sociedade. É hora de reconhecer a contribuição vital que professores e professoras de todas as disciplinas oferecem para a população e para o desenvolvimento das gerações futuras. Esta data é uma oportunidade para refletirmos sobre os desafios enfrentados na jornada da educação e também para homenagearmos o compromisso e a dedicação desses profissionais incansáveis!

A origem do Dia Mundial dos Professores

E como surgiu essa comemoração? O dia mundial de celebração dos professores tem suas raízes na Conferência Intercomunitária sobre a Educação, realizada em 1966, na qual a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a OIT (Organização Internacional do Trabalho) assinaram uma recomendação conjunta sobre o status dos professores. Essa recomendação delineou os direitos e as responsabilidades dos professores, reconhecendo sua importância para a sociedade.

A celebração deste dia começou efetivamente em 1994, quando então a UNESCO proclamou oficialmente a data. Desde então, o Dia Mundial dos Professores tem sido uma oportunidade para que as sociedades de todo o mundo destaquem a contribuição dos educadores e abordem questões relacionadas à educação.

A SQUADRA ITALICA

O nosso time, a Squadra ITALICA, é o nosso corpo docente, uma equipe extraordinária de mentores e de guias, doutores e doutoras em suas formações acadêmicas, com especializações que ajudam muito a construir os pilares que têm diferenciado a ITALICA de qualquer outro escola de idioma online. Aqui aproximamos os alunos de um aprendizado apurado, do tipo que só se encontra nas melhores salas de aula. Além disso, cada um dos nossos membros da Squadra mescla sabedoria com empatia, carisma com eficiência, e tudo isso com uma bagagem pessoal de vivências culturais que contribuem muito para a qualidade do ensino do italiano. Agradecemos aos nossos educadores da Squadra ITALICA pela dedicação e pela entrega compromissada, constante e verdadeira. Vocês são a base de tudo que fazemos aqui e orientam o nosso caminho: 

Andrea Scarponi

Squadra ITALICA Professor de italiano Andrea Scarponi

Professor

Nascido na cidade de Assisi, Umbria. É formado no Istituto Técnico Comercial de Perugia ” Enrico Fermi ” e na Facoldade de Economia do Turismo, em Firenze. Mora no Brasil desde 2008. Nos primeiros 7 anos, trabalhou no setor hoteleiro no Rio de Janeiro e mora, desde 2015, na ilha de Florianópolis.

Dra. Fernanda Stucchi

Squadra ITALICA Professora de italiano FernandaStucchi

Professora

Nascida em Itápolis. Em 2001, formou-se em Letras com habilitação em língua italiana pela Unesp de Araraquara. Em 2008, terminou o Mestrado/ Laurea Magistrale em Cinema, Televisão e Produção Multimídia pela Universidade de Bolonha. Depois de 7 anos na Itália, de volta ao Brasil, começa a dar aulas de italiano e prossegue com seus estudos. Concluiu, em 2018, o Mestrado pela FFLCH-USP em Língua, Literatura e Cultura Italianas. Vive em Ribeirão Preto  onde dá aulas de italiano e colabora com debates de filmes italianos no Cine Memória Itália.

Gabi Salvatto

Squadra ITALICA Professora de italiano Gabi Salvatto

Professora

Descendente de italianos, a Profa. Gabi Salvatto é Bacharel e Licenciada em Letras Português/Italiano pela Unesp. Mestre e Doutoranda em Língua, Literatura e Cultura Italianas da USP. Desenvolve pesquisa na área de didática da língua italiana, atuando principalmente com Língua de Herança, memória e identidade.

Dr. Vinicio Corrias

Squadra ITALICA Professora de italiano Vinicio Corrias

Professor

Italiano da Sardenha, veio para o Brasil em 2010. Graduado em Letras Modernas em Cagliari (Sardenha), cursou o Master em Didática e Promoção da Língua e Cultura Italianas em Veneza (2008). É Mestre (2015) e Doutor (2019) em Língua, Literatura e Cultura Italianas pela Universidade de São Paulo (2015).

Dra. Paola Baccin

Squadra ITALICA Professora de italiano Paola Baccin

Professora

Ítalo-brasileira, filha de italianos, a Profa. Paola Baccin cresceu entre o Brasil e a Itália, conhecendo bem as duas línguas e culturas. Mestre em Língua e Cultura Italiana, Doutora em Filologia em Língua Portuguesa, ambas pela USP, e livre-docente na Universidade Ca’ Foscaria de Venezia. Foi professora dos cursos de graduação e pós-graduação de Italiano na USP. Atualmente mora em Treviso, na Itália.

Dr. Darius Emrani

Squadra ITALICA Professor de italiano Darius Emnrani

Professor

Ítalo-brasileiro, nascido no estado de São Paulo, o Prof. Dr. Darius Emrani passou a infância na Itália, tendo sido alfabetizado nas duas línguas simultaneamente. Graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), é mestre e doutorando do programa de Língua, Literatura e Cultura Italianas da USP, onde desenvolve pesquisas relativas ao ensino online de idiomas, autoaprendizagem e formação de professores.

Diego Sonzogni

Squadra ITALICA Professor de italiano Diego Sonzogni

Professor

Natural de Brescia, na região da Lombardia, na Itália. É formado em Contabilidade no I.T.C . G.C. ABBA. Mora no interior de São Paulo, há seis anos, com sua esposa. É apaixonado por esportes, principalmente futebol, música, e como um bom italiano, por moda e boa comida.

Paola Ferrari

Squadra ITALICA Professora de italiano Paola Ferrari

Paola Ferrari è natural de Monza, região da Lombardia, na Itália.
Se formou em Engenharia no Brasil e depois de fazer vários cursos para o ensino da língua italiana para estrangeiros pelos Instituos Icon e Forma Mentis (Itália), além de atualizações pelo IsF (idiomas sem fronteiras) junto à Unesp e UFC, tem o prazer de compartilhar a cultura e a língua italiana com os alunos.

Thiago Lopes

Squadra ITALICA Professor de italiano Thiago Lopes

Nascido em São Paulo, se formou em Linguística na Unicamp em 2018. Em 2020 concluiu o mestrado em Língua, Literatura e Cultura italianas na USP sobre estudos de gênero em manuais didáticos de italiano como língua estrangeira e segunda língua. Atualmente vive em Perugia, na Itália.

Bianca Narducci

Squadra ITALICA Professor de italiano Bianca Narducci

Nascida em São Paulo, estuda Letras (Português e Italiano) na USP. Em 2022, fez um intercâmbio para Roma, aprofundando seus estudos em tradução. Ama conhecer novas músicas e aprender sobre diferentes costumes e culturas.

Chiara Menorello

Squadra ITALICA Professora de italiano Chiara Menorello

Graduada em Capacitação de adultos em Padova, na sua cidade, a Profa. Chiara Menorello cursou a Escola Dilit em Roma (2014) e o Master em Didática do italiano na Universidade para estrangeiros de Perugia (2017). Ensina italiano desde o 2014 e tem um laço especial com o Brasil, onde morou e trabalhou por anos.

Mirida Mabel

Squadra ITALICA Professora de italiano Mirida Mabel

Original da cidade de Pescara, na região Abruzzo, a profa. Mirida tem dupla titulação, sendo a primeira em Língua, Literatura e Cultura Modernas e a segunda em Diplomacia e Negócios Internacionais.

Augusto Benevides

Squadra ITALICA Professor de italiano Augusto Benevides

Formado em Letras, possui uma vasta experiência de 30 anos na Itália, com foco em turismo e administração hoteleira, especialmente na região da Toscana. Detém o diploma PLIDA C2 em italiano e Glotodidática, ambos pela Sociedade Dante Alighieri di Siena.

Francesca Carotenuto

Squadra ITALICA Professora de italiano Francesca Carotenuto

Nascida em Trapani, na Sicília, a profa. Francesca è diplomada em Língua, Literatura e Cultura Modernas e em Diplomacia e Negócios Internacionais.

Com isso, te convidamos a ver esses rostos e de alguns de nossos alunos que, junto aos professores, compõem o que gostamos tanto de chamar de Famiglia ITALICA!

A importância dos professores de todo o mundo

Os professores desempenham um papel vital na formação das mentes e das vidas das gerações futuras. São os catalisadores do aprendizado, moldam o conhecimento e transmitem valores importantes. Os professores têm a capacidade de inspirar, motivar e abrir portas para oportunidades educacionais. É uma influência que se estende muito além da sala de aula, impactando as comunidades e a sociedade como um todo.

Sala de aula no Dia dos Professores

Professores são orientadores que ajudam os alunos a desenvolver habilidades cognitivas, sociais e emocionais. São profissionais que devem saber fornecer um ambiente seguro e de apoio onde os estudantes possam crescer, questionar, experimentar e prosperar. A dedicação dos professores é muitas vezes subestimada, mas sua influência é profunda e duradoura!

Os desafios

Apesar da importância do trabalho dos professores, eles enfrentam uma série de desafios singulares na profissão. Alguns dos principais são:

  • Baixos salários: em muitas partes do mundo, os professores enfrentam salários insuficientes que não correspondem ao valor do seu trabalho e à importância da educação.
  • Carga de trabalho elevada: os professores frequentemente enfrentam uma carga de trabalho pesada, com longas horas de trabalho, preparação de aulas e correção de trabalhos, além de enfrentar desafios de gerenciamento de sala de aula.
  • Falta de recursos: muitas escolas enfrentam uma falta crônica de recursos, incluindo materiais didáticos adequados, infraestrutura e tecnologia.
  • Desafios no ensino à distância: a pandemia de COVID-19 destacou a necessidade de adaptação ao ensino a distância, o que trouxe desafios adicionais para os professores e alunos.

As homenagens ao Dia Mundial dos Professores

Além de homenagear os professores, o Dia Mundial dos Professores também é uma oportunidade para enfatizar a importância da educação de qualidade. A educação desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico, social e cultural de uma nação. Ela capacita os indivíduos a alcançar seu pleno potencial, promove a igualdade e o entendimento intercultural e contribui para a construção de sociedades mais justas e inclusivas.

Investir na formação e no apoio aos professores é essencial para garantir a qualidade da educação. Isso inclui oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional, acesso a recursos adequados e a criação de um ambiente de trabalho que valorize e respeite os educadores.

O Dia Mundial dos Professores é, portanto, uma oportunidade para homenagear e agradecer aos professores por seu trabalho incansável e sua dedicação. As escolas e comunidades ao redor do mundo organizam cerimônias, eventos e atividades especiais para reconhecer os professores. Alunos e ex-alunos expressam sua gratidão por meio de cartões, presentes e mensagens de apreço. Assim também é na Itália. O reconhecimento público e o apoio à educação são componentes essenciais da celebração.

Se você tem a chance de homenagear seus professores, aproveite este momento!

A presto!

A história do cinema italiano e as mostras de cinema na Itália

A Itália é uma terra rica em cultura e tradição, e sua contribuição para o mundo do cinema é imensurável. Ao longo dos anos, o cinema italiano conquistou reconhecimento global, inspirou gerações de cineastas e desempenhou um papel fundamental na história da sétima arte. Hoje vamos explorar um pouco mais da fascinante história do cinema italiano e do impacto internacional das mostras de cinema da Itália.

O Nascimento do Cinema Italiano

A história do cinema italiano remonta ao início do século XX, quando os pioneiros irmãos Lumière exibiram seus filmes em Milão e Roma, em 1896. Essas exibições inaugurais deixaram uma impressão duradoura e rapidamente inspiraram cineastas italianos a entrar na indústria nascente. Os primeiros filmes italianos eram, naturalmente, mudos, como os curtas documentais de 1896: Sua Santità papa Leone XIII e Sua Maestà il Re Umberto e Sua Maestà la Regina Margherita a passeggio per il parco a Monza (“Umberto e Margherita de Saboia caminhando no parque”), ambos de Vittorio Calcina. E, logo depois, também filmes com atores, como a dramatização “La presa di Roma,” dirigido por Filoteo Alberini, em 1905, retratando a captura de Roma na unificação de 1870. Esse evento histórico, assim como outros fatos da história italiana, serviam de grande inspiração para as primeiras produções cinematográficas.

Filme italiano La presa di Roma
La presa di Roma (1905)

O verdadeiro impulso para o cinema italiano veio com a criação de estúdios de produção e a popularização de gêneros como o “Cinema Mudo Cabaré” e o “Cinema Divino.” Filmes como “Cabiria” (1914), dirigido por Giovanni Pastrone, conquistaram plateias tanto na Itália quanto no exterior. A influência do cinema italiano cresceu ainda mais com o desenvolvimento da comédia italiana, representada por artistas como Toto e Alberto Sordi.

Toto o príncipe da risada do cinema italiano
Totò, o príncipe da risada

O Neorrealismo Italiano

No final da Segunda Guerra Mundial, o cinema italiano passou por uma revolução com o surgimento do movimento do neorrealismo. Cineastas como Roberto Rossellini, Vittorio De Sica e Cesare Zavattini começaram a produzir filmes que retratavam a vida cotidiana das pessoas com grande autenticidade. O clássico “Ladrões de Bicicletas” (Ladri di biciclette) de De Sica, lançado em 1948, é frequentemente considerado um dos melhores exemplos do movimento. Esses filmes capturaram a luta das pessoas comuns e os desafios enfrentados pela Itália no pós-guerra.

Cinema italiano ladri di biciclette
Ladri di biciclette

Assista ao trailer de Ladri di biciclette clicando aqui.

Cinema italiano filme ladri di biciclette
Ladri di biciclette (1948)

A Era Dourada do Cinema Italiano

A década de 1960 viu o surgimento da “Era Dourada” do cinema italiano, quando diretores como Federico Fellini, Michelangelo Antonioni e Luchino Visconti produziram obras-primas que definiriam o cinema mundial. Fellini cativou o público com filmes como “A Doce Vida” (La Dolce Vita) e “Oito e Meio” (8½), que exploraram a psicologia e a decadência da sociedade.

Cinema italiano la dolce vitta
La dolce vita

Antonioni, por sua vez, dirigiu filmes enigmáticos e introspectivos como “Blow-Up – Depois Daquele Beijo” (Blow-Up) e “A Aventura” (L’Avventura), que desafiaram as convenções narrativas tradicionais. Visconti, conhecido por sua abordagem opulenta e meticulosa, trouxe à vida obras-primas como “O Leopardo” (Il Gattopardo), baseado no romance de mesmo nome, escrito pelo italiano Giuseppe Tomasi di Lampedusa.

Filme italiano Otto e mezzo
Otto e mezzo (1963)

Mostras de Cinema na Itália

Durante todo esse período de ouro, as mostras de cinema na Itália desempenharam um papel vital na promoção do cinema nacional e internacional. A mais prestigiada delas é o Festival Internacional de Cinema de Veneza, fundado em 1932. Veneza se tornou o local onde cineastas de todo o mundo apresentaram suas criações mais recentes. O festival é famoso por seu prêmio principal, o Leão de Ouro, que reconhece a excelência cinematográfica.

Outra mostra significativa é o Festival de Cinema de Cannes. E embora esteja localizado na França, muitos cineastas italianos, incluindo Federico Fellini e Roberto Benigni, receberam prêmios importantes em Cannes. A Itália também tem mostras de cinema dedicadas a gêneros específicos, como o Festival de Cinema de Giallo, que homenageia o cinema de suspense italiano (Giallo, neste caso, é referência ao gênero literário e cinematográfico italiano de suspense e de romance policial, devido ao fato de que o amarelo, giallo, era a cor das capas de uma série de revistas e livros policiais na Itália, publicados a partir de 1929).

Os anos 70 e além

A década de 1970 viu a ascensão de diretores como Bernardo Bertolucci, cujo filme “O Último Tango em Paris” causou grande impacto global. Depois dessa fase, o cinema italiano continuou a evoluir, tendo como influência importante os movimentos políticos, sociais e culturais da época.

Nos anos 80 e 90, explorou uma ampla gama de gêneros e estilos, como as comédias de sucesso de Roberto Benigni, sendo a de maior destaque internacional “A Vida é Bela” (La Vita è Bella), que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999.

Filme italiano A vida é bela
La Vita è Bella
Filme italiano La vitta è bella
La Vita è Bella (1997)

O Cinema Italiano Hoje

Hoje, o cinema italiano mantém uma presença forte e vibrante na cena cinematográfica global. Cineastas contemporâneos como Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza”) e Matteo Garrone (“Gomorra”) continuam a impressionar o público internacional com seu trabalho.

As mostras de cinema na Itália também estão mais vivas do que nunca. Além de Veneza, o Festival de Cinema de Roma e o Festival de Cinema de Turim são eventos importantes que celebram o cinema em suas diversas formas.Por isso é que, com grande honra, inauguramos a nossa 1ª Mostra ITALICA de Cinema Italiano, de 05 a 08 de outubro de 2023, em que disponibilizamos 4 filmes inéditos em exibição gratuita: “La città invisibile”, “Mi chiamava Valerio”, “Fuori dal coro” e “La finestra di Alice”. Para se inscrever e descobrir como está sendo o nosso evento, é só clicar aqui! Venha assistir com a gente!

  • Convite Mostra ITALICA de Cinema Italiano
  • La cita invisible Mostra ITALICA de Cinema Italiano
  • Mi Chiamava Valerio Mostra-ITALICA de Cinema Italiano
  • Fuori Dal Coro Mostra ITALICA de Cinema Italiano
  • La Finestra Di Alice Mostra-ITALICA de Cinema Italiano

É uma história de paixão, criatividade e inovação. Desde seus primeiros dias até o presente, o cinema italiano cativou audiências em todo o mundo com sua beleza, autenticidade e profundidade. As mostras de cinema na Itália desempenham um papel vital na promoção do cinema nacional e internacional, proporcionando um espaço onde as obras-primas do cinema são celebradas e reconhecidas. Por todas essas razões, o cinema italiano continua a ser uma parte fundamental da cultura cinematográfica global e continuará a inspirar cineastas e amantes do cinema por gerações futuras.

A presto!

Aqueduto romano: um legado milenar de eficiência

Aqueduto romano: um legado milenar de eficiência

A Itália é famosa por suas fontes artísticas, com esculturas monumentais, jorrando água há séculos, 24 horas por dia. Tudo isso graças a um complexo de aquedutos que cobre a Itália do Lácio à Toscana, da Campânia à Úmbria. Mas você sabia que essas fontane só existem porque, muito antes delas, durante o Império Romano, outras obras monumentais precisaram ser pensadas e criadas muito lentamente?

Aqueduto dos pegões na Itália

Origem dos aquedutos

Há mais de dois mil anos, técnicos do Império descobriram fontes naturais de água pura a pouco mais de 20 quilômetros de Roma. Estabelecia-se assim a possibilidade de um serviço romano que pouparia distâncias e levaria água potável ao povo, até suas casas e até bebedouros públicos. Mas como fazer esse transporte?

Os chamados aquedutos foram construídos como vias, às vezes subterrâneas, às vezes em caminhos “aéreos”, fazendo a água correr em calhas no topo de arcadas, que desviavam o fluxo da água das fontes naturais ao longo de quilômetros e quilômetros, até chegar às cidades, nas casas dos cidadãos e nas ruas.

Espetáculo das águas

Já nos tempos do Império Romano, após a construção de fontes que serviam para matar a sede dos transeuntes, o que se decidiu é que esses aquedutos seriam desviados também para grandes praças, onde se construiria uma fonte que servisse de “espetáculo”, la fontana “mostra.

Aqueduto Fontana di Trevi Dolce Vitta na italia
Marcello Mastroianni e Sylvia Rank nas águas da Fontana di Trevi durante as gravações de “La Dolce Vita”, de 1960.

Hoje é impossível pensar em Roma e não se lembrar desses tipos de fontes artísticas monumentais, com água cristalina jorrando incessantemente, como a Fontana di Trevi (que já apareceu em filmes, como em La Dolce Vita), ou a Fontana dei Quattro Fiumi localizada na Piazza Navona, a Fontana del Gianicolo, a Fontana del Tritone, entre outras.

Nasoni: os bebedouros do século XIX

Como vimos, além das conhecidas fontes artísticas do centro histórico da capital, que existem há séculos e são pontos turísticos disputados todos os dias, também existiam, há milênios, outras pequenas fontes. Após a queda do Império, o sistema de bebedouros foi repensado e recriado. Os mais comuns de Roma, hoje em dia, não são muito conhecidos por turistas que planejam visitar apenas as grandes fontes dos pontos turísticos.

Estamos falando dos chamados nasoni. Esse foi o nome dado pelos romanos às fontes públicas de menor porte construídas a partir de 1870, feitas em ferro fundido ou travertino. Significa literalmente “nariz grande“. Se quisermos: “narigões”. É uma maneira carinhosa de se referir ao formato cilíndrico, dotado de uma bica. Essas fontes estão instaladas em diversas praças e ruas da cidade.

Bebedouro Fontana Delle Tre Cannelle na Via Della Cordonata em Roma
Uma das mais famosas nasoni, a Fontana Delle Tre Cannelle, localizada na Via Della Cordonata

A água potável que é fornecida nesses nasoni é a mesma da distribuição às casas romanas há mais de 100 anos. Hoje em dia, só em Roma, existem aproximadamente 2,500 nasoni, garantindo que ninguém passe sede nas ruas da metrópole. Tudo resulta de um precioso patrimônio histórico e social da Itália, conhecido ao redor do mundo, que leva água potável até os subúrbios da cidade. 

Adiantamos uma dica importante: a maneira mais fácil de se beber água destas fontes é simplesmente tapar a abertura principal por onde corre a água. Dessa maneira, você fará com que o fluxo desvie o trajeto e saia pelo pequeno orifício de cima do cano, funcionando então como um bebedouro.

Nasone italiano como beber água
O melhor jeito de reconduzir a água de um nasoni, tampando sua saída principal com a mão.

Isso tudo não significa que as águas de milhares de nasoni viajam ainda hoje pelos mesmissimos aquedutos do tempo do Império Romano. Afinal, houve um período em que as águas pararam de jorrar e os aquedutos secaram!

Aqueduto na Itália

Aquedutos – Ruínas secas

Em 98 d.C., de acordo com Sextus Julius Frontinus (que era cônsul e curador aquarum da época, encarregado de cuidar do serviço de distribuição de água), Roma contava com dezenas de fontes monumentais e centenas de bacias públicas. Foi, portanto, depois da queda do Império Romano do Ocidente que essas fontes pararam de funcionar. Os aquedutos foram destruídos, tornaram-se ruínas observáveis até os dias hoje, e por isso as centenas de fontes espalhadas pela cidade secaram. Por muito tempo, durante a Idade Média, os romanos só puderam se abastecer da água de poços poluídos, que recebiam os esgotos da cidade.

Aqueduto em Tivolli na Itália
Ruínas de um trecho destruído da Acqua Marcia, em Tívoli

Mais de mil anos precisaram se passar até que, por decisão do Papa Nicolau V, foi iniciada a reconstrução do Acqua Vergine, um dos aquedutos mais antigos que abasteciam a cidade de Roma na era do Império. Com essa decisão, o Papa também reviveu o costume romano de se marcar o ponto de chegada de um aqueduto com uma “mostra”, como vimos: uma fonte monumental para servir de espetáculo.

Assim surgia a ideia de construir, bem no ponto final da Acqua Vergine, uma monumental fonte, que fosse um espetáculo digno da história. Arquitetos foram encarregados de criarem projetos até que fosse selecionado um que estivesse à altura. Após muitas competições entre arquitetos e artistas do Renascimento, Nicola Salvi, e depois Giuseppe Pannini, realizaram o projeto que ao final, em 1762, ergueu Netuno e seu séquito nas águas da Fontana di Trevi.

Cem anos depois, surgiam também os projetos das construções dos milhares de nasoni que hoje, junto às magníficas fontes monumentais, ajudam a reviver a idade de ouro dos romanos, realizando os sonhos do Império.

Aqueduto Villa Adriana na Itália
Ruínas da Villa Adriana, por onde passavam quatro dos aquedutos que abasteciam Roma: Anvio Vetus, Anio Novus, Acqua Claudia e Acqua Marcia.

Quais nasoni visitar?

Nem todos os nasoni seguem o projeto base, utilizado na maioria dos casos, no formato cilíndrico e uma só bica. Como vimos, alguns podem ter três bicas, como na Fontana delle Tre Cannelle. Outros nasoni são ainda mais diferenciados, com uma estética única que justifica que os turistas criem planos para visitarem algumas áreas secretas da cidade a fim de conhecê-los.

Entre os nasoni mais conhecidos, estão os seguintes, das respectivas imagens abaixo: a pequena fonte embutida na parede da Via della Fontanella di Borghese; a Fontana da área do Circo Massimo, com vista para as ruínas e o vale que uma vez compuseram a maior arena de entretenimento do Império; e aquela que já vimos anteriormente, a Fontana delle Tre Cannelle, com bicas em forma de dragão, localizada na via della Cordonata, perto da via Nazionale.

Mas é claro que você poderá descobrir outras centenas de nasoni especiais, afinal são mais de 2 mil em Roma. E para auxiliar os turistas, foi inclusive criado um app, chamado Fountains in Italy, que contém um mapa com as direções, as descrições e as fotos de cada uma dessas fontes especialmente italianas! Também é possível utilizar o site da operadora de distribuição de água, Acea, para rastrear no mapa os mais de 6500 nasoni instalados por toda a Itália.

Nasone Circo Massimo bebedores na Itália
Nasone na área do Circo Massimo, com ruínas ao fundo
Bebedouro na Via della Fontanella di Borghese na Itália
Nasone na Via della Fontanella di Borghese

Quer aprender italiano e saber mais sobre a cultura e as características históricas únicas do Bel Paese? Inscreva-se na nossa lista de espera, no nosso newsletter e acompanhe as redes da ITALICA no Instagram e no YouTube, onde fazemos lives especiais semanalmente!

A presto!

Entre os três estilos de aprendizagem, qual é o seu?

Entre os três estilos de aprendizagem, qual é o seu?

Aprender a falar italiano não depende apenas de aulas e exercícios que você faz quando está estudando. Algo que falamos bastante aqui na ITALICA é sobre a importância das estratégias de aprendizagem inseridas no cotidiano. A principal delas, que já mencionamos em uma das nossas lives, é a de imersão e exposição constante a conteúdos que estejam em italiano. Mas, antes mesmo que essas ações iniciem, o que pode ser descoberto, por você estudante do italiano, é a maneira como essa imersão se adequa melhor ao seu cotidiano, e para isso, um elemento é essencial para prosseguirmos: seu estilo de aprendizagem.

Stile di apprendimento

Já ouviram falar desse termo?  Os estilos de aprendizagem indicam como cada estudante elabora e internaliza informações e novas habilidades. E isso pode variar de pessoa para pessoa, por isso é natural que existam diferentes abordagens ou percursos para aprender.

Saber quais são esses estilos nos ajuda a conduzir a nossa aprendizagem com mais eficiência, aproveitando melhor o tempo que temos disponível e potencializando nossos pontos fortes. E tenha em mente que o seu estilo também pode variar ao longo da sua vida, ou mesmo ao longo da semana! É possível que você se identifique com um estilo em geral, e mesmo assim haver dias em que você se enquadre melhor em um ou em outro dos estilos que vamos citar adiante. De qualquer maneira, é comum que algum estilo de aprendizagem prevaleça sobre os outros.

Vamos fazer um quiz rápido?

Faremos um teste básico, que vai envolver os seus outros sentidos além da visão, por isso gravamos primeiro um vídeo explorando as imagens e os sons que podem te indicar o seu estilo.

3 estilos de aprendizagem

Vamos iniciar aqui e você poderá continuar o teste a partir do vídeo que publicamos no nosso canal no YouTube (link ao final do artigo). E depois de assistir, aproveite para acessar também o Questionari Per La Individuazione Dello Stile Di Apprendimento, que avaliará em detalhes as suas inclinações.

Para começar o nosso exercício do vídeo, vou dizer uma palavra. Pense sobre ela por algum tempo. Aqui vai:

Café — pense na palavra “café” e feche um pouco os olhos.

Alguma outra palavra veio à mente? Alguma imagem? Algum som?

No vídeo que publicamos, você poderá continuar o teste, enxergando e ouvindo os estímulos que indicam seu estilo de aprendizagem. É só clicar aqui para assistir! 

Os estilos de aprendizagem

Dependendo de como você experimentou o breve exercício, será possível perceber suas tendências entre os três seguintes tipos, que vimos no vídeo:

Visivi

Pessoas que têm o estilo mais visual de aprendizagem, podem preferir observar, fazer anotações, criar tabelas e resumos, criar associações por meio de imagens, que juntem as palavras à realidade visível de cada contexto. Nesse caso, os conteúdos visuais das aulas, dos livros e de filmes (e até das legendas colocadas em italiano) podem ajudar a fixar os significados de cada novo conhecimento.

Uditivi

Este é o estilo auditivo, portanto canções, podcasts, aulas de conversação e a chance de escutar a própria voz podem potencializar o aprendizado.

Cinestesici

O estilo cinestésico une todos os sentidos que temos, ou seja, até mesmo o olfato, o tato e o paladar podem auxiliar no aprendizado. Esse estilo abrange todas as funções e pode beneficiar as pessoas que aprendam explorando, por exemplo, a culinária italiana e o contato com outras pessoas. Nesse caso, recomendamos atividades mais dinâmicas: fazer jogos reais e mentais, como a lista das compras em italiano, contar em italiano, como as repetições na academia ou qualquer outro número do dia a dia. Pode ser interessante também partilhar o que aprendeu em aula, numa espécie de repetição que auxilia a fixação do conhecimento; para isso, é possível ajudar colegas que estão aprendendo o idioma, ou mesmo tentar ensinar conteúdos de aula a um parente, adulto ou mesmo a uma criança.

Lembre-se: as pessoas não têm um único estilo de aprendizagem, ou seja, não aprendemos de uma só forma. Mas é provável que cada um de nós acabe usando mais um estilo do que os outros dois; são tendências naturais.

ATENÇÃO: isso tudo não significa que você precise usar só as técnicas ligadas ao “seu” estilo. Pelo contrário, é possível aproveitar melhor de todos os estilos se você souber quais são os seus pontos fortes! E assim será possível inclusive saber como se desafiar no contato com os outros estilos de aprendizagem.

Buona visione!

A presto!