No coração da região da Basilicata, no sul da Itália, repousa a pitoresca cidade de Pietrapertosa, um tesouro escondido entre as majestosas cordilheiras chamadas Dolomitas Lucanas, “Le Dolomiti lucane”. Com uma rica herança histórica e uma beleza natural que hipnotiza, esta cidade oferece uma experiência turística única, revelando-se um destino imperdível para quem busca explorar o sul autêntico da Itália, fugindo um pouco dos centros mais disputados pelos turistas.
As Dolomitas Lucanas e a vista panorâmica
O destaque incontestável de Pietrapertosa é a sua localização privilegiada nas Dolomitas Lucanas. Este cenário montanhoso deslumbrante, com suas formações rochosas imponentes e vales pitorescos, proporciona uma experiência visual inesquecível. Os visitantes podem explorar trilhas panorâmicas, respirando ar puro enquanto se maravilham com a grandiosidade das montanhas que cercam a cidade.
Castello Feudale:uma janela para o passado
Dominando o horizonte de Pietrapertosa, o Castello Feudale transporta os visitantes de volta à Idade Média. As muralhas antigas e as torres imponentes contam histórias de um passado distante, repleto de intrigas e conquistas. Ao explorar este castelo, os turistas têm a oportunidade de mergulhar na rica história local e desfrutar de vistas panorâmicas das Dolomitas Lucanas circundantes.
Voo do Anjo: uma aventura nas alturas
Para os aventureiros destemidos, Pietrapertosa oferece uma experiência única com o “Volo dell’Angelo” ou “Voo do Anjo”. Uma tirolesa que conecta Pietrapertosa a Castelmezzano, proporcionando uma emocionante jornada aérea sobre os vales e montanhas. Essa atração não apenas oferece uma dose de adrenalina, mas também permite que os visitantes apreciem as paisagens deslumbrantes de uma perspectiva única.
Centro Histórico e tradições locais
O charmoso centro histórico de Pietrapertosa é um labirinto de ruas de paralelepípedos, casas de pedra tradicionais e praças encantadoras. Aqui, os turistas podem vivenciar a autenticidade da vida local, explorando pequenas lojas, saboreando a culinária tradicional e participando de festivais folclóricos. As tradições locais, como eventos religiosos e festivais culturais, oferecem aos visitantes uma imersão genuína na vida da comunidade.
Arquitetura e agricultura tradicional
A arquitetura única de Pietrapertosa conta a história de séculos passados, com influências que remontam à Idade Média e à Renascença. Construções de pedra e becos estreitos adicionam um charme autêntico à cidade. Além disso, a região ao redor da cidade é conhecida por sua agricultura tradicional, especialmente a produção de azeite de oliva, adicionando um toque de autenticidade à experiência turística.
A cidade de Pietrapertosa faz parte do Parque Natural Gallipoli Cognato, uma área protegida que abrange uma diversidade de flora e fauna. Os amantes da natureza podem explorar trilhas para caminhadas que serpenteiam através de paisagens naturais deslumbrantes, proporcionando um contato próximo com a beleza selvagem e intocada, da floresta e dos animais em seu habitat.
Pietrapertosa é mais do que uma cidade, é a possibilidade de encontro com a paisagem das Dolomitas Lucanas, única em todo o mundo, é uma jornada encantadora pelo sul da Itália, onde as tradições se entrelaçam com a natureza e a história. Seja explorando as montanhas majestosas, voando nas alturas ou simplesmente absorvendo a atmosfera única do centro histórico, os visitantes de Pietrapertosa estão destinados a descobrir um tesouro autêntico no coração da Basilicata.
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A Villa Cimbrone é uma elegante residência histórica localizada nas colinas da Costa Amalfitana, na Itália. Este magnífico palácio remonta ao século XI, mas ganhou grande destaque durante o século XX, quando foi restaurado e transformado em um hotel e local de eventos.
Os jardins da Villa Cimbrone
O destaque absoluto da Villa Cimbrone é seu espetacular jardim, que é frequentemente considerado um dos mais belos da Itália. O “Terrazza dell’lnfinito” ou “Terraço do Infinito” é o ponto focal do jardim, oferecendo vistas deslumbrantes do Golfo de Salerno e da Costa Amalfitana. Este terraço elevado, com seus arcos românticos, está adornado com estátuas antigas e proporciona uma experiência única, como se estivesse suspenso entre o céu e o mar.
Os jardins de Villa Cimbrone são uma maravilha botânica, repletos de ciprestes, rosas, azaleias e inúmeras outras espécies de plantas. À medida que os visitantes percorrem os caminhos sinuosos, encontram encantadores recantos, fontes e esculturas, que criam um ambiente mágico que combina harmoniosamente com a beleza natural do entorno.
Arquitetura
Além dos jardins, a Villa Cimbrone abriga uma arquitetura impressionante, com elementos que datam de diferentes períodos históricos, incluindo detalhes medievais e renascentistas. O palácio em si é um testemunho da rica herança cultural da região. No século XV, durante o Renascimento, a vila passou por importantes modificações sob a posse da família Acconciagioco. O palácio foi expandido e renovado, quando incorporou elementos arquitetônicos renascentistas que ainda são visíveis hoje.
Ao longo dos anos, a Villa Cimbrone atraiu uma série de figuras notáveis, incluindo artistas, escritores e celebridades. Sua atmosfera romântica e vistas deslumbrantes tornaram-na um destino popular para eventos especiais, casamentos e festivais culturais.
É, sem dúvida, um lugar de beleza atemporal, onde o passado se encontra com o presente em uma fusão encantadora. Seja explorando seus jardins exuberantes, maravilhando-se com a arquitetura histórica ou simplesmente contemplando as vistas espetaculares, os visitantes experimentam uma imersão única na beleza e na história da Costa Amalfitana.
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Nas pitorescas colinas rochosas de Verona, Itália, ergue-se o Santuário della Madonna della Corona, um refúgio espiritual que desafia a gravidade e eleva a devoção a um novo patamar. Localizado em uma posição espetacular, encravado como uma joia nas falésias de Monte Baldo, este santuário é um feito arquitetônico histórico que combina perfeitamente com a paisagem dramática ao seu redor.
Origem do Santuário della Madonna della Corona
O Santuário della Madonna della Corona tem suas raízes no século XVI. A lenda conta que, em 1522, um afresco da Virgem Maria foi descoberto em uma gruta natural nas rochas. Este achado rapidamente se tornou um local de peregrinação, levando à construção inicial do santuário para abrigar a imagem sagrada. Ao longo dos séculos, o santuário passou por expansões e renovações, adquirindo sua forma atual.
Arquitetura suspensa
Uma das características mais impressionantes do Santuário della Madonna della Corona é a sua arquitetura extraordinária. Construído diretamente nas rochas verticais da montanha, o santuário parece quase suspenso no ar. Os arquitetos habilmente incorporaram o ambiente natural ao projeto, usando as próprias rochas como paredes e criando uma fusão harmoniosa entre a construção humana e a paisagem circundante.
O Caminho da Fé
A jornada até o santuário é uma experiência de fé e contemplação. Visitantes percorrem uma trilha íngreme, cercada por paisagens deslumbrantes, enquanto ascendem pela montanha em direção ao local sagrado. O caminho, chamado de “Viale delle Stazioni” ou “Caminho das Estações”, apresenta estações de oração ao longo do percurso, permitindo aos peregrinos refletir sobre a Via Crucis durante a subida.
Santuário e vista panorâmica
Ao alcançar o Santuaário della Madonna della Corona, os peregrinos são recompensados com uma vista panorâmica espetacular do Vale do Adige e dos Alpes. O interior do santuário é igualmente impressionante, com afrescos e obras de arte que contam a história da devoção à Virgem Maria e da construção do próprio santuário.
Devoção e peregrinação contemporâneas
Até os dias atuais, o Santuário della Madonna della Corona mantém seu papel significativo como local de devoção mariana e destino de peregrinação. Peregrinos e visitantes vêm de todas as partes em busca de paz espiritual, refúgio e contemplação, fazendo desta obra arquitetônica nas alturas uma conexão viva entre o terreno e o divino.
O Santuário della Madonna della Corona é mais do que um marco religioso; é uma obra-prima que transcende o físico, oferecendo uma experiência espiritual única para todos que têm a coragem de subir até suas alturas e testemunhar a grandiosidade que o tempo e a devoção construíram nas rochas sagradas de Verona.
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O Horti Leonini é um famoso jardim localizado em San Quirico d’Orcia, uma encantadora vila na região da Toscana, na Itália. Este jardim histórico é uma jóia paisagística que remonta ao século XVII. É conhecido por seu design geométrico clássico e sua atmosfera serena, oferecendo aos visitantes uma experiência única entre as belezas naturais da Toscana. Mas há também um mistério envolvendo sua criação.
O Jardim Horti Leonini
O jardim foi encomendado por Diomede Leoni, um nobre local, no século XVII, mais precisamente em 1580, daí o nome “Horti Leonini”, que significa “Jardins de Leoni”. A concepção do jardim reflete os princípios do estilo renascentista italiano, com caminhos geométricos, canteiros de flores, sebes aparadas e elementos arquitetônicos que proporcionam um ambiente elegante e tranquilo.
A grandeza por trás da construção desse jardim levou a historiadora Isa Bella Bersali a escrever que há ali sinais que revelam a “mão de um arquiteto desconhecido e importante”. (Baldassare Peruzzi e le ville senesi nel cinquecento, 1977).
E o que tem contribuído para atrair ainda mais pessoas é o fato de que, através de cartas de Diomede, descobrimos algumas informações importantes. Leoni estava trabalhando como um “agente” em Roma na época do final da Renascença. Ele prestava serviços para um cardeal veneziano e para os Medici, e fez amizade com ninguém mais ninguém menos do que Michelangelo. E aqui é que começa o mistério. Não há nenhum registro de quem teria sido contratado para desenvolver o jardim. Algumas pessoas podem pensar que o próprio Diomede teria sido o responsável pelos desenhos, mas o equilíbrio de cada detalhe chama atenção de especialistas por ser algo geometricamente perfeito. Isso tem levado muitos pesquisadores e historiadores a levantarem a teoria de que o próprio Michelangelo pode ter desenhado o que hoje encontramos aqui!
O espaço todo é criado por duas paredes colocadas a 45 graus, uma da outra. E a forma triangular do jardim torna-se mais dramática devido ao nível do solo que está inclinado para cima a partir do ponto de entrada.
Portão principal na Piazza Centrale e vestíbulo de entrada
Ao chegar ao portão, a primeira coisa que se nota é a explosão de espaço criada pelas duas paredes do jardim colocadas a 45 graus uma da outra. A forma triangular do jardim torna-se mais dramática com o plano do solo inclinado para cima a partir deste ponto de entrada.
É possível ver a forma de um trapézio, moldado pelos muros do jardim e pelo pequeno muro baixo na frente. Embutidos no pavimento há uma série de triângulos, uma sugestão dos padrões geométricos repetidos na disposição das sebes e no desenho geral do jardim.
Placas
Inscrições em mármore são algumas das poucas decorações que Diomede colocou no jardim. No vestíbulo de entrada avista-se uma porta de madeira com uma placa acima localizada à direita.
Durante a caminhada é possível encontrar dez placas de mármore com inscrições em latim de versos de poetas romanos, que comunicam ao visitante os benefícios da vida no campo, longe da cidade. Uma delas é das Odes, de Horácio:
“Pare de admirar a fumaça, as riquezas e o barulho de Roma!”
(“Omitir mirari beatae fumum et opes strepitumo romae” – Horácio, Odes, III, 29)
A conexão visual da Palazzetta
A Palazzetta é uma casa de apenas alguns metros de largura que proporcionou um refúgio à nobreza que ali tivesse que parar durante o longo percurso da estrada para Roma ou Florença.
O interior possui diversas placas destinadas a mostrar sua erudição aos que tiveram a sorte de ali permanecer.
Na base da escadaria da Palazzetta, é possível observar outra placa de mármore, estrategicamente localizada no final do caminho diagonal que liga ao portão leste. A inscrição dá as boas-vindas ao visitante, que se hospedaria ali após longas viagens:
“Viajantes cansados são bem-vindos em nosso lar.”
Esta pequena casa foi construída enquanto se buscava reparar as muralhas da cidade, que estavam ali danificadas pela guerra de Siena com Florença, na década de 1550. A última batalha de Siena foi travada nas proximidades de Montalcino. E os exércitos saquearam também San Quirico, deixando as muralhas protetoras da cidade em ruínas. Os exércitos florentinos venceram e posteriormente reivindicaram toda Siena e seus territórios, formando a moderna Toscana.
Ao longo dos anos, o Horti Leonini passou por várias fases de restauração e preservação, mantendo-se fiel ao seu projeto original, por isso os turistas podem encontrar nos dias de hoje muito do que foi visto e pensado há mais de 400 anos. Naturalmente, é um espaço apreciado tanto por turistas quanto por amantes de jardinagem e história, oferecendo um refúgio sereno e cultural no coração da Toscana.
A chance de ver de perto uma construção que pode ter sido pensada por Michelangelo tornou esse espaço localizado no Val d’Orcia uma parada muito especial para os turistas! Você gostaria de visitar?!
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Quase 900 anos se passaram desde o primeiro modelo da ponte que é um dos pontos mais visitados em Veneza! A Ponte de Rialto é uma das pontes mais famosas de todo o mundo. Ela atravessa o Grande Canal de Veneza na parte mais curta e liga os bairros de San Marco e San Polo. Sua atual estrutura foi construída ao longo de apenas 4 anos, entre os anos de 1588 e 1591, no local que abrigava pontes flutuantes mais antigas, e com a missão de se tornar um ponto de passagem central na parte cada vez mais congestionada da cidade de Veneza. Mas sua origem, em outro formato, data do século XII!
É impressionante pensar no número de barcas que passam por aqui diariamente. Segundo dados das autoridades locais, a cada 10 horas, passam por debaixo da Rialto mais de 1.600 barcas, 700 táxis aquáticos e 200 gôndolas!
A chance de vermos de perto uma construção que tem uma história tão repleta de estágios surpreendentes se torna ainda mais especial quando podemos saber os detalhes secretos guardados entre as pedras que sustentam a estrutura visível!
Desde o ano de 1181 existiu aqui uma ponte flutuante, chamada Ponte della Moneta (especula-se que nas redondezas eram cunhadas as moedas que circulavam em Veneza). Esse primeiro modelo da ponte era feito de madeira e foi construído por Nicolò Barattieri. Essa construção ajudou muito essa região, concentrando o comércio, com mercados maiores, assim como acontecia ao redor de outras pontes urbanas na Europa medieval. Os comerciantes viam o apelo da travessia permanente da água como uma atração especialmente vantajosa para estabelecerem suas lojas. E aqui não foi diferente: algumas lojas foram colocadas diretamente no convés, ao lado, e depois até mesmo ao longo da ponte, apoiadas por vigas de madeira acima da água, e perto das entradas das pontes.
À medida que o mercado de Rialto crescia, o tráfego de pedestres no lado leste da cidade aumentou tanto que a ponte flutuante ficou congestionada com viagens, e o tráfego aquático através do Grande Canal também foi muito afetado pela ponte flutuante, que acabava impedindo que navios de todos os tamanhos se deslocassem livremente pela via navegável central de toda a cidade de Veneza.
A primeira solução para esses problemas foi tentada em 1255 com a construção da primeira ponte permanente de madeira sobre o Grande Canal. Para permitir que os barcos atravessassem facilmente o canal, a ponte apresentava duas rampas inclinadas que se encontravam numa seção central móvel. Esta seção poderia ser elevada para permitir a passagem até de navios altos.
A ponte de madeira foi renomeada para Ponte de Rialto durante o século XIV, antes mesmo de passar por reformas que a transformassem na estrutura que conhecemos hoje. Mas, no século XV, ela já passou a ser uma parte integrante do mercado regional com a instalação de lojas diretamente na estrutura da ponte, assim como encontramos hoje – aliás, este é um detalhe que surpreende muitos turistas, que não imaginam que encontrarão lojas ao longo dos degraus da ponte. Essas lojas que vemos hoje foram dispostas em duas fileiras ao longo das laterais da ponte, com o deck central deixado para passagem a pé.
Embora as autoridades municipais tenham recolhido impostos para financiar e manter a ponte em seus modelos iniciais, a ponte de madeira de Rialto não conseguiu sobreviver intacta entre o momento em que foi construída e o momento em que foi substituída por uma ponte permanente de pedra. A ponte foi parcialmente queimada durante a revolta de 1310, então liderada por Bajamonte Tiepolo. Quase um século e meio depois, ela desabou na água durante a cerimônia de casamento de Marchessa di Ferrara, em 1444, o que causou a queda de todos os espectadores na água! E 80 anos depois, em 1524, ela desabou totalmente.
A construção final da Ponte Rialto
Foi antes de desabar por completo, que começaram a surgir as primeiras ideias sobre substituí-la por um modelo mais seguro e bem arquitetado. Em 1504, essas ideias já defendiam uma estrutura permanente de pedra que proporcionasse passagem a pé através do Grande Canal de quase 50 metros de largura, que tivesse então um deck largo o suficiente para abrigar uma fileira de lojas e, principalmente, que fornecesse espaço suficiente abaixo de sua estrutura para possibilitar a passagem de navios.
Não era nada fácil a missão dos construtores, dos designers e dos artistas da época, que foram contratados pelas autoridades de Veneza para simplesmente construírem o que já recebia o título de “ponte eterna”.
Após décadas de deliberações, as autoridades de Veneza finalmente se dividiram para financiar o desenvolvimento de uma ponte totalmente de pedra. Para isso, contataram todos os principais construtores de pontes e decoradores de estruturas da época, incluindo arquitetos como Jacopo Sansovino, Palladio, Vignola e até o famoso Michelangelo. O escolhido foi o arquiteto cujo nome não poderia ter combinado mais perfeitamente com sua missão: Antonio da Ponte. Ele desenhou uma ponte muito simples e elegante, que depois foi construída ao longo de quatro anos, entre 1588 e 1591.
O desenho da ponte homenageava a ponte de madeira original , utilizando rampas com inclinação semelhante em ambas as margens que conduziam à passagem do pórtico central. A ponte abrigou fileiras de lojas que existem até hoje, e três passagens – duas nas laterais da ponte e uma passarela central que é cercada por duas fileiras de lojas.
O arquiteto Antonio da Ponte teve muito cuidado em integrar a Ponte Rialto no ambiente circundante da cidade. Para isso optou por utilizar Pietra d’Istra (rocha calcária de cor branca brilhante) como principal material de construção, o que conferiu de forma muito eficaz um aspecto distinto à ponte – uma pedra branca que contrasta com as lojas de madeira pintadas de escuro. O deck foi pavimentado com pedras cinzentas que eram mais claras perto das bordas dos degraus, o que foi uma escolha intencional que ajudou os usuários da ponte a identificar a posição dos degraus com mais facilidade. O tabuleiro principal da ponte está inclinado num ângulo significativo (15°), o que impede que os pedestres vejam o outro lado da ponte de cada margem.
Além do convés fortemente inclinado e das fileiras de lojas que tornam a parte superior do navio bastante distinta, uma das características visuais que definem a Ponte Rialto é o seu arco baixo que atravessa o Grande Canal, com largura de 28,8m e altura de 6,4m.
A repercussão na época
Durante o período de construção, a ponte recebeu comentários negativos de algumas vozes contemporâneas, principalmente do arquiteto concorrente Vincenzo Scamozzi, que declarou que a ponte não duraria muito porque não estava sendo feita no estilo do desenho romano tradicional (com múltiplos e semi-arcos circulares).
Outro arquiteto que havia participado da competição de criação de planos para a construção da ponte foi Andrea Palladio, que havia desenhado uma ideia cujo design se baseava inteiramente na estética romana. E podemos hoje ver como teriam sido essas realizações inspiradas em uma tradição estritamente romana:
Os arquitetos modernos elogiam o esforço de construção que o arquiteto original Antonio da Ponte investiu na Ponte Rialto, especialmente a sua complexa superestrutura, o desenho geral simples com um arco e os adornos visuais que ainda hoje contam com um aspecto tão magnífico quanto contavam no final do século XVI. Depois de séculos, a ponte permanece em excelente estado, com apenas uma ligeira descoloração devido a danos causados pela água e algumas manchas na parte inferior do arco.
Ponte Rialto como atração turística
O famoso mercado de peixe de Veneza, localizado no bairro de San Polo, existe há 700 anos, e a parte mais popular dele, uma ponte branca e brilhante de Rialto, resistiu todo esse tempo e conseguiu permanecer preservada em condições quase imaculadas.
Como um dos principais marcos da cidade repleta de edifícios e locais históricos, quase todos os passeios a pé por Veneza nos levam inevitavelmente aos degraus desta antiga ponte. Perto da Ponte Rialto estão localizados alguns dos locais mais célebres da “Cidade Flutuante ” da Itália – Ponte dos Suspiros, Palácio Ducal e a Basílica de São Marcos.
Por ser ativamente utilizada como mercado comercial, o acesso à ponte está aberto ao público durante todo o ano. Os turistas podem visitá-lo por conta própria ou como parte de diversos passeios turísticos.
Se você quiser visitar a Ponte Rialto pessoalmente, poderá encontrá-la entre os bairros de San Marco e San Polo, e pode ser facilmente alcançada pelas linhas 1 e 2 do ônibus aquático Vaporetto através da parada Rialto. Numerosas ruas próximas à ponte também apresentam sinalização fácil de localizar, que aponta para a localização da ponte. Se você estiver viajando em pequenos barcos de transporte de passageiros no Grande Canal, saiba que um pequeno cais foi construído perto da Ponte Rialto.
Durante os meses de primavera, verão e outono, e especialmente durante o auge da temporada turística, a ponte e seus arredores abrigam uma grande variedade de vendedores ambulantes, músicos de rua e lojas turísticas. A parte mais movimentada da ponte costuma ser sua passagem central, repleta de lojas que vendem vidrarias, joias e outros artesanatos locais de Murano (mas também não deixe de aproveitar que Murano está tão pertinho e também se programe para ir ver tudo de perto na célebre ilha de Murano!).
Coloque também em sua programação a chance de ver a ponte durante o pôr-do-sol (com sua base curva iluminada pela luz alaranjada do sol) e depois durante noite, quando o comércio está fechado, pois é quando a ponte permanece iluminada pelos holofotes próximos, que a mantêm em seu estado branco brilhante até o amanhecer, reluzindo sobre a superfície cintilante das águas em movimento.
Ponte Rialto na Cultura Popular
Por ter sido uma parte notável de uma das mais belas cidades da Itália durante tantos séculos, a Ponte Rialto conseguiu se tornar um dos ícones mais facilmente identificáveis de Veneza. Hoje é comemorado não apenas como uma importante atração turística, mas também como uma importante peça do patrimônio renascentista e uma bela obra de arte arquitetônica. A aparência da ponte está representada em inúmeras pinturas, recordações turísticas e obras históricas.
Muitos filmes rodados em Veneza, é claro, não deixam de registrar esta ponte. Entre os sucessos mais notáveis deste século, podemos citar o filme “Casino Royale”, da série James Bond, lançado em 2006, e “Homem-Aranha: Longe de Casa”, de 2019.
E aí, você gostaria de visitar a Ponte de Rialto?!
Agora aproveite para viajar conosco e veja o Prof. Darius descobrindo como funciona o “metrô” de Veneza!
E volte no tempo com a Profa. Paola Baccin e o Prof. Darius para conhecer mais sobre o período da Peste em Veneza:
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Se você já viajou à Itália ou não. Agora é possível realizar um sonho que você talvez nem imaginasse que poderia ter: viajar no tempo e conhecer a Roma Antiga. Mais precisamente, a Roma do século IV. É porque um arqueólogo teve a ideia de criar uma reconstrução digital 3D. Ela é chamada “Rome Reborn: Flight over Ancient Rome” (Roma Renascida: Sobrevoe a Roma Antiga), e o nome do arqueólogo é Bernard Frischer, da Escola Luddy de Informática, Computação e Engenharia, da Universidade de Indiana (EUA).
Aqui na ITALICA estamos sempre buscando na História as heranças culturais de inestimado valor para a Itália, por isso sempre exploramos, além da língua, a cultura e os fatos históricos. Inevitável, portanto, que o Império Romano esteja tão presente em variados artigos que já publicamos, e que você pode descobrir aqui no portal. Hoje trazemos algo especialmente valioso, que pode servir para complementar seus estudos, atiçando sua imaginação, e até mesmo envolvendo seus planos sobre o que mais gostaria de conhecer pessoalmente nas milhares de localidades de ruínas do Império Romano, hoje acessíveis para a maioria dos turistas!
O projeto do renascimento da Roma Antiga
Foi há 50 anos, em 1974, que a ideia desse projeto surgiu. Naquele tempo, nem seria possível imaginar a realização por meio de uma construção inteiramente digital nos moldes como entendemos hoje, com o uso da computação avançada, que leva o projeto à casa de qualquer pessoa do mundo.
E como é que surgiu essa ideia exatamente? Bem, o arqueólogo Frischer, como muitos turistas que amam conhecer a Itália, visitou o Museu da Civilização Romana e viu um modelo físico da Roma Antiga, que você pode ver na imagem abaixo:
O trabalho foi desenvolvido ao longo de décadas por uma equipe com muita experiência, composta por arqueólogos, engenheiros e historiadores. Eles utilizaram uma série de registros históricos das estruturas, das distâncias, das ruas e tudo mais que compunha a Capital do Império Romano no início do século 4. E o modelo interativo é atualizado a cada nova descoberta arqueológica sobre a vida na cidade. Com tudo isso, é possível navegar no projeto 3D como se você estivesse controlando um drone nos céus do passado, vendo de perto as recriações de uma cidade ainda viva. É possível explorar as ruas que levam aos principais pontos da Roma Antiga, como o Coliseu, o Panteão e o Fórum Romano. São 39 marcos da cidade que podem ser selecionados em doze épocas diferentes, de 420 d.c. até os dias atuais.
E você pode mergulhar na realização desse projeto agora mesmo, sabendo tudo no site flyoverzone.com!
E para ver uma demonstração em vídeo no YouTube, clique aqui!
Rome Reborn: Flight over Ancient Rome versão 4.0 foi lançado mês passado e está disponível para download em Yorescape.com. Embora o programa completo não seja gratuito, é possível explorar o site e conhecer mais do conteúdo que foi criado. Aproveite!
Para ler mais sobre aquedutos romanos, clique aqui e acesse nosso artigo no portal!
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