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A preservação dos centros históricos enfrenta novos desafios no cenário contemporâneo, com a ascensão dos aluguéis de curto prazo, amplificados por plataformas como o Airbnb. Enquanto esses serviços oferecem aos visitantes uma experiência mais autêntica, o impacto nos imóveis históricos é motivo de crescente preocupação.

A principal questão reside na transformação dos lares históricos em acomodações turísticas, muitas vezes gerando aumento nos preços dos aluguéis e alterando a dinâmica social. A demanda por acomodações temporárias impulsiona a conversão de residências locais em opções de hospedagem, ameaçando a integridade arquitetônica e cultural dos centros históricos.

Imagem de Firenze

Grande oferta de aluguéis de curto prazo

Muitas cidades ao redor do mundo vêem no Airbnb e em serviços similares uma razão para explicar o fenômeno de esvaziamento populacional dos centros históricos, cada vez mais tomados por uma variação constante de pessoas, o que altera drasticamente as rotinas internas dos prédios. E o principal problema é que, com uma oferta irrestrita de imóveis para aluguéis breves, os proprietários conseguem um lucro maior e desejam cada vez menos fechar contratos de longa duração. Por consequência, os aluguéis de longa duração também ficam mais caros e as pessoas acabam se afastando em busca de regiões com valores mais acessíveis.

Ruas de Firenze cheias por conta de aluguéis de curto prazo

Para enfrentar esse desafio, algumas cidades estão implementando regulamentações mais rigorosas. Firenze (Florença), por exemplo, nada menos do que o berço do Renascimento, encontra-se no epicentro da batalha entre o turismo moderno e a preservação de seu patrimônio histórico. Recentemente, em junho de 2023, a prefeitura de Florença, através do prefeito Dario Nardella, anunciou que iria proibir a utilização de imóveis residências do centro histórico da cidade para aluguéis breves de serviços como o Airbnb, buscando proteger sua rica herança cultural e também o acesso a aluguéis de longa duração.

Dario Nardella
Dario Nardella, prefeito de Firenze

A missão é incentivar à recolocação de moradias fixas no centro histórico, que, com o passar do tempo, tem sofrido com um “êxodo” de moradores – uma saída que, agora, segundo o prefeito, poderá ser revertida com o fornecimento de incentivos fiscais para proprietários que queiram voltar atrás.

O prefeito Dario Nardella falou sobre a proibição:

“Questa iniziativa non è una panacea ma è un passo concreto […] proviamo a fare breccia in questa situazione di inerzia nel Paese. L’articolo 9 stabilisce che la Repubblica deve tutelare il patrimonio storico e artistico della Nazione. E i centri storici non lo sono? L’unica cosa che non vogliamo permetterci è stare a guardare. Non ci hanno votato per questo.”

E essa é uma medida que está em uníssono com um projeto nacional, em que o governo italiano prometeu implementar um pacote de ações de coibição de aluguéis breves.

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Duomo di Firenze

Tudo isso visa equilibrar as necessidades dos turistas com a preservação das comunidades locais, assegurando que os centros históricos continuem sendo locais habitáveis e autênticos.

Ao proteger seus edifícios centenários, Florença pretende preservar não apenas uma paisagem urbana única, mas também a qualidade de vida de seus residentes. Essa ação, apesar de controversa, destaca a importância de abordagens proativas para proteger o legado cultural enquanto enfrenta os desafios do turismo moderno.

Assim, cada vez mais, promover um turismo mais sustentável e consciente torna-se uma prioridade. Incentivar a diversificação de opções de hospedagem, como hotéis ou pousadas gerenciadas localmente, pode reduzir a pressão sobre os imóveis históricos. E a organização de parcerias entre governos locais, com projetos nacionais, é essencial para desenvolver políticas que conciliem o turismo com a preservação do patrimônio.

Essa preservação dos centros históricos requer uma abordagem equilibrada, considerando tanto as necessidades dos turistas quanto a proteção dos valores culturais e arquitetônicos. A busca por soluções inovadoras e sustentáveis é vital para garantir que essas áreas preciosas continuem a ser pontos de encontro seguros e acessíveis, beneficiando tanto os habitantes locais quanto os visitantes.

Florença pode mais uma vez, tal como no Renascimento, servir como exemplo eloquente de como as cidades históricas devem avançar em direção a um novo tempo, com um equilíbrio sustentável entre valores locais, turismo e preservação histórica.

Agora clique aqui e aproveite para acompanhar o Prof. Darius pelas ruas de Firenze, conhecendo os caminhos únicos que essa cidade oferece aos turistas e aos moradores:

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