A ópera italiana e sua inestimável influência na música internacional
A ópera é uma das formas mais expressivas e emocionantes de arte musical, e a Itália é amplamente reconhecida como um berço desse gênero tão reverenciado. A tradição operística italiana é uma jóia da cultura musical mundial, com uma história rica que remonta ao final do século XVI. Hoje vamos mergulhar nessa história, lembrar do clássico Turandot de Giacomo Puccini, e falar também de outros compositores. Tudo isso para descobrirmos as contribuições notáveis dos compositores que ajudaram a moldar a ópera italiana e a torná-la um fenômeno global.
O início mítico
A ópera como a conhecemos hoje nasceu na Itália no final do século XVI, em Florença, por influência de intelectuais e compositores que formavam um grupo chamado Camerata Fiorentina, uma associação de compositores, poetas, cientistas e teóricos musicais, liderados por Giovanni de’ Bardi, Conde de Vernio. A primeira reunião registrada da Camerata ocorreu em 14 de janeiro de 1573. Juntos, esses intelectuais discutiam literatura, ciências e artes, e buscavam pensar em como trazer à música elementos da cultura grega, de modo que pudessem criar um estilo de composições musicais que expressassem o que a linguagem da tragédia e da retórica gregas eram capazes de expressar: paixão e narrativas de potencial mítico.
Nascia, assim, um novo conceito de música com funções de arte dramática, recitativa e cantada, com estilos clássicos que possibilitaram o surgimento do melodrama ou da forma de um “recitar cantado”.
Um dos primeiros exemplos notáveis é “Dafne” (1597) de Jacopo Peri, inspirada justamente num mito grego, considerada a primeira ópera completamente musicada. Posteriormente, Claudio Monteverdi, com suas obras-primas “Orfeo” (1607) e “A Coroação de Poppaea” (1643), ajudou a estabelecer as bases da ópera moderna, introduzindo elementos dramáticos, emocionais e musicais que ainda são estudados e admirados hoje em dia.
Quando pensamos nos grandes compositores italianos, é importante termos em mente ao menos 5 gênios.
Giuseppe Verdi
Verdi é indiscutivelmente um dos compositores mais reverenciados da ópera italiana. Suas óperas, como “La Traviata”, “Rigoletto” e “Aida”, são frequentemente apresentadas em teatros de ópera de todo o mundo. A intensidade emocional e as melodias inesquecíveis de Verdi continuam a encantar audiências até os dias de hoje.
Gioachino Rossini
Conhecido por suas óperas cômicas e pela ópera épica “Guilherme Tell”, Rossini deixou um legado duradouro na ópera italiana. Suas aberturas, como a famosa abertura de “O Barbeiro de Sevilha”, são amplamente reconhecidas e apreciadas.
Gaetano Donizetti
Donizetti é lembrado por suas óperas bel canto, caracterizadas por árias virtuosas e vocais deslumbrantes. “Lucia di Lammermoor” e “L’elisir d’amore” são algumas de suas obras mais amadas.
Vincenzo Bellini
Bellini é celebrado por suas óperas românticas e líricas, como “Norma” e “I Puritani”. Sua música emotiva e as vozes humanas como instrumentos principais são características distintas de seu estilo.
Giacomo Puccini
Puccini é conhecido por suas óperas emocionais e melodias arrebatadoras. “La Bohème”, “Madama Butterfly” e “Tosca” estão entre suas obras mais famosas, e suas composições continuam a emocionar o público em todo o mundo.
No YouTube, suas composições estão entre as mais ouvidas de toda a plataforma, é o caso de “Nessun dorma” (uma das árias que compõem a ópera Turandot), que pode ser ouvida em versões instrumentalizadas ou então na versão cantada, como na história e magistral interpretação de Luciano Pavarotti!
A ópera italiana ao redor do mundo
A influência da ópera italiana tem alcance internacional, as composições desses gênios italianos que citamos acima são frequentemente realizadas em teatros de ópera de todo o mundo. E os compositores italianos também influenciaram outros estilos musicais, como os das trilhas sonoras de filmes. Ao ouvir as composições de Puccini, é fácil percebermos como sua ópera definiu muito do que viria a ser a linguagem sonora das produções cinematográficas do século XX.
Curiosidade: Puccini também foi uma influência marcante da genialidade das produções operísticas do grande maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos.
Para visitar: os teatros da ópera italiana
A Itália é o lar de teatros de ópera icônicos, como o Teatro alla Scala em Milão, o Teatro San Carlo em Nápoles e o Teatro La Fenice em Veneza. Esses locais históricos preservam a tradição operística italiana e continuam a ser palcos de produções espetaculares.
Se tiver a chance, programe suas viagens tendo em mente a oportunidade de assistir a espetáculos nesses espaços históricos.
O futuro da ópera italiana
A ópera italiana continua a evoluir, incorporando novos talentos e abordagens criativas. Jovens cantores e compositores italianos estão contribuindo para a renovação desse gênero clássico, mantendo a chama da ópera italiana acesa para as próximas gerações.
Não é exagero dizer que na essência da cultura musical mundial, a ópera italiana tem um dos papéis centrais, com uma história rica e uma influência global duradoura. Compositores como Verdi, Rossini, Donizetti, Bellini e Puccini deixaram um legado musical que continua a emocionar e inspirar pessoas em todo o mundo.
Você já teve a chance de escutar uma orquestra tocando ao vivo esses clássicos da genialidade italiana?
Se já teve ou se ainda gostaria de ter essa experiência, é hora de se aproximar do tema na companhia da Prof. Paola Baccin e do Prof. Darius, assistindo a uma live especial em que eles conversaram justamente sobre a história da ópera italiana e sobre aquela que pode ser considerada a mais famosa em todo o mundo, Nessun dorma!
Buona visione!