Aprender a falar italiano não depende apenas de aulas e exercícios que você faz quando está estudando. Algo que falamos bastante aqui na ITALICA é sobre a importância das estratégias de aprendizagem inseridas no cotidiano. A principal delas, que já mencionamos em uma das nossas lives, é a de imersão e exposição constante a conteúdos que estejam em italiano. Mas, antes mesmo que essas ações iniciem, o que pode ser descoberto, por você estudante do italiano, é a maneira como essa imersão se adequa melhor ao seu cotidiano, e para isso, um elemento é essencial para prosseguirmos: seu estilo de aprendizagem.
Stile di apprendimento
Já ouviram falar desse termo? Os estilos de aprendizagem indicam como cada estudante elabora e internaliza informações e novas habilidades. E isso pode variar de pessoa para pessoa, por isso é natural que existam diferentes abordagens ou percursos para aprender.
Saber quais são esses estilos nos ajuda a conduzir a nossa aprendizagem com mais eficiência, aproveitando melhor o tempo que temos disponível e potencializando nossos pontos fortes. E tenha em mente que o seu estilo também pode variar ao longo da sua vida, ou mesmo ao longo da semana! É possível que você se identifique com um estilo em geral, e mesmo assim haver dias em que você se enquadre melhor em um ou em outro dos estilos que vamos citar adiante. De qualquer maneira, é comum que algum estilo de aprendizagem prevaleça sobre os outros.
Vamos fazer um quiz rápido?
Faremos um teste básico, que vai envolver os seus outros sentidos além da visão, por isso gravamos primeiro um vídeo explorando as imagens e os sons que podem te indicar o seu estilo.
Vamos iniciar aqui e você poderá continuar o teste a partir do vídeo que publicamos no nosso canal no YouTube (link ao final do artigo). E depois de assistir, aproveite para acessar também o Questionari Per La Individuazione Dello Stile Di Apprendimento, que avaliará em detalhes as suas inclinações.
Para começar o nosso exercício do vídeo, vou dizer uma palavra. Pense sobre ela por algum tempo. Aqui vai:
Café — pense na palavra “café” e feche um pouco os olhos.
Alguma outra palavra veio à mente? Alguma imagem? Algum som?
No vídeo que publicamos, você poderá continuar o teste, enxergando e ouvindo os estímulos que indicam seu estilo de aprendizagem. É só clicar aqui para assistir!
Os estilos de aprendizagem
Dependendo de como você experimentou o breve exercício, será possível perceber suas tendências entre os três seguintes tipos, que vimos no vídeo:
Visivi
Pessoas que têm o estilo mais visual de aprendizagem, podem preferir observar, fazer anotações, criar tabelas e resumos, criar associações por meio de imagens, que juntem as palavras à realidade visível de cada contexto. Nesse caso, os conteúdos visuais das aulas, dos livros e de filmes (e até das legendas colocadas em italiano) podem ajudar a fixar os significados de cada novo conhecimento.
Uditivi
Este é o estilo auditivo, portanto canções, podcasts, aulas de conversação e a chance de escutar a própria voz podem potencializar o aprendizado.
Cinestesici
O estilo cinestésico une todos os sentidos que temos, ou seja, até mesmo o olfato, o tato e o paladar podem auxiliar no aprendizado. Esse estilo abrange todas as funções e pode beneficiar as pessoas que aprendam explorando, por exemplo, a culinária italiana e o contato com outras pessoas. Nesse caso, recomendamos atividades mais dinâmicas: fazer jogos reais e mentais, como a lista das compras em italiano, contar em italiano, como as repetições na academia ou qualquer outro número do dia a dia. Pode ser interessante também partilhar o que aprendeu em aula, numa espécie de repetição que auxilia a fixação do conhecimento; para isso, é possível ajudar colegas que estão aprendendo o idioma, ou mesmo tentar ensinar conteúdos de aula a um parente, adulto ou mesmo a uma criança.
Lembre-se: as pessoas não têm um único estilo de aprendizagem, ou seja, não aprendemos de uma só forma. Mas é provável que cada um de nós acabe usando mais um estilo do que os outros dois; são tendências naturais.
ATENÇÃO: isso tudo não significa que você precise usar só as técnicas ligadas ao “seu” estilo. Pelo contrário, é possível aproveitar melhor de todos os estilos se você souber quais são os seus pontos fortes! E assim será possível inclusive saber como se desafiar no contato com os outros estilos de aprendizagem.
É possível aprender um idioma se divertindo, assistindo a filmes e escutando músicas. Essa é uma verdade comprovada diariamente no aprendizado de uma criança. Não é apenas o conteúdo visto em sala de aula que alfabetiza e torna fluentes as crianças de todo o mundo, é também o conteúdo com o qual elas entram em contatoquando estão fora da escola. Por que não aplicaríamos esse mesmo procedimento no nosso processo de aprendizado de uma nova língua durante a vida adulta?
Treinando seu italiano
O primeiro passo para garantir que também você tenha essa experiência concreta de descoberta e aprendizado pode ser resumido numa expressão que já utilizei muitas vezes com os meus alunos: immersione ed esposizione costante!
Isso mesmo, não tem mistério quando se trata de treinar a escuta. Para melhorar a sua capacidade de encontrar mentalmente as palavras que precisa para descrever determinada coisa ou ideia, só mesmo através do que chamamos de imersão e exposição constante. A imersão nos garante o envolvimento necessário com a língua que estamos aprendendo. Qualquer idioma se torna, portanto, mais íntimo e acessível quando nos acostumamos a escutar as palavras de um conteúdo autêntico, isto é: conteúdo feito originalmente na língua que estamos estudando. Trata-se de um produto com as marcas culturais, com o ritmo natural da fala e com uma variedade de expressões muito maior do que aquela que encontraríamos apenas em exercícios ou em conversas de uma sala de aula.
Conteúdos em Italiano
E hoje em dia você conta com muitas ferramentas que tornam esse processo mais prazeroso e pessoal, porque você pode se cercar de conteúdos diversos, de entrevistas de podcast a filmes e séries de produção original da Itália! Essa tarefa de imersão pode acontecer com naturalidade se você selecionar conteúdos que abordem os temas e os tipos de entretenimento que te agradam, que já fazem parte do seu mundo e das necessidades que você tem em outras áreas da sua vida. É possível, portanto, adquirir repertório para aprender os fundamentos da língua enquanto você se diverte!
Por isso, convido você a assistir a uma live que preparamos aqui na ITALICA sobre o tema. Abordamos filmes e séries produzidos na Itália e que estão disponíveis na Netflix. Trata-se então de conteúdos autênticos, com os quais você escutará a pronúncia e o ritmo do italiano dentro de contextos que te ajudarão a assimilar significados e recursos de comunicação sem esforço.
Dicas ITALICA de filmes em italiano
Dividimos essa live em duas partes.
Parte 1
Na primeira parte, tive a companhia de Gabi Salvatto, professora da Squadra ITALICA, que muitos de vocês já conhecem! Além da nossa lista de filmes e séries, também aprofundamos a conversa com detalhes sobre os gêneros cinematográficos e a história por trás do termo “Giallo”, vindo da palavra que significa “amarelo”, mas que também ficou marcada para definir o gênero de filmes de suspense e de tema policial.
Parte 2
Na parte 2, dou continuidade à curadoria da professora Gabi Salvatto. E attenzione: não trago a lista toda para cá pois não se trata apenas de saber quais séries estamos recomendando! Assistir à live é também uma chance de conhecer termos e o vocabulário da área cinematográfica. Te convido a me acompanhar na leitura que destaco nas imagens, notando as sonoridades e o vocabulário usado nas diferentes sinopses de cada um dos filmes e séries que mostro a vocês. É uma chance, desde já, de você ampliar seu conhecimento linguístico.
Lembre-se: o aprendizado sempre acontece da melhor maneira e no melhor ritmo quando garantimos que essa atividade de imersão seja feita com diversão e entretenimento!
Na Itália é assim: uma simples saída para caminhar e descobrimos muito o que pensar e aprender do idioma. Durante a nossa viagem pela região da Puglia, encontramos essa loja da foto abaixo, cheia de itens variados. Parece uma loja de antiguidades, um “antiquariato”. Quais palavras você usaria para descrever esses objetos? Cacarecos? Bugigangas?
Na dúvida de como devíamos chamar esse tipo de loja, descobrimos que os italianos utilizam a seguinte expressão: negozio di cianfrusaglie.
Mas que palavra é essa?! Cianfrusaglie!
Ma cos’è questa parola, ma che significato ha?
A origem das palavras no italiano, como em outras línguas, nos revela como é tudo uma questão de combinação e criatividade.
“Cianfrusaglie” significa “loja de bugigangas”, “quinquilharias”, ou seja, objetos de pouco valor. E a origem da palavra no italiano é curiosa!
É uma expressão que reproduz o barulho de uma ação! Estudiosos observam que ela talvez tenha começado como uma mistura dos sons de outras palavras, como “cianciare” (tagarelar) e “frugare”/”frusciare” (vasculhar/farfalhar).
Conclusão: “cianfrusaglie” é como “tagarelices”, representa o que não vale muito, uma “bagatella” (que também veio do italiano e do latim para descrever coisas de pouca importância!)
A evolução das palavras é uma mágica, né?
Quer continuar aprendendo desse jeito simples e cheio de associações culturais? Então saiba tudo sobre a próxima turma da ITALICA aqui.
E para conhecer mais da cultura italiana e ampliar seu vocabulário, siga-nos no Instagram e no YouTube!
Por: Paola Baccin Se você acompanha os artigos que estamos publicando, deve ter percebido que língua e cultura são inseparáveis. Aprender verbos, artigos, pronomes, sem inserir esses elementos linguísticos em una cornice culturale [moldura cultural] nos obriga a decorar e repetir sem compreender perfeitamente quando usá-los.
Hoje vamos apresentar três verbos: essere [ser e estar], chiamarsi [chamar-se] e venire [vir], mas vamos fazê-lo falando sobre comunicação intercultural.
A diferença entre o tratamento formal e informal (trattamento formale e informale) vai retornar várias vezes nos nossos artigos, porque a escolha inadequada de um ou de outro pode prejudicar a comunicação, uma vez que atinge o nosso interlocutor de maneira involuntária.
Imaginem que você, já não mais um adolescente, esteja andando pela rua e uma pessoa se dirija a você com um: fala aí, vei, onde fica o metrô? A comunicação existiu, provavelmente você entendeu a pergunta e sabe responder. O problema está no modo como você se sentiu ao ser abordado dessa forma.
Você lembra da primeira vez que um desconhecido lhe tratou por senhor ou senhora? Nesse caso, também, provavelmente percebemos que o tratamento era inadequado, já que ainda nos considerávamos jovens demais e não estávamos prontos para ouvir. A comunicação existiu, mas a nossa “impressão” sobre a pessoa com quem estávamos falando foi prejudicada.
A nossa visão de mundo determina o que consideramos “normal” na comunicação. No Brasil, achamos “normal” pedir uma informação usando a frase: “Oi, desculpe, você pode me dizer…” ou então, “oi, dá licença, você sabe…”, se nos dirigimos a uma pessoa muito mais velha podemos escolhemos dizer algo como “bom dia, o senhor (a senhora) sabe…”.
Na Itália a escolha do tratamento é um pouco mais complexa. Os materiais didáticos, geralmente nos ensinam que há o “trattamento formale” e o “trattamento informale”, mas há também o que eu chamo de “media formalità”.
Il trattamento informale Para o trattamento informale usamos o pronome tu. Os verbos e os pronomes ficam na segunda pessoa e usamos o primeiro nome:
Verbo essere Tu sei italiano? [Você é italiano?] Sei, tu, Pedro? [É você, Pedro?] Sei già stato in Italia? [Você já esteve na Itália?]
Verbo chiamarsi Ti chiami Pedro de Oliveira? [Você se chama Pedro de Oliveira?] Hai chiamato tua moglie? [Você telefonou para a sua esposa?]
Verbo venire Vieni da Salvador di Bahia? [Você vem de Salvador da Bahia?] Sei venuto in macchina o in treno? [você veio de carro ou de trem?]
O trattamento informale é usado quando falamos com amigos, colegas, entre jovens, quando um adulto fala com uma criança ou com um adolescente. E, nesses casos, corresponde ao uso do “tu” ou do “você” em português.
Em italiano o trattamento informale é empregado quando falamos com parentes, não importa a idade. No Brasil, há famílias nas quais os jovens tratam o pai, o avô, os tios, a mãe, a avó, as tias por “o senhor, a senhora”. Na Itália, todos os familiares são considerados íntimos, portanto, o tratamento será sempre informal:
Outra diferença interessante é que, enquanto no Brasil, nas orações, usamos o pronome “vós”, na Itália emprega-se o tu, já que Deus é pai e Maria é mãe, usa-se o trattamento informal:
Padre nostro, che sei nei cieli… [Literalmente: Pai nosso, você que está no céu…] Ave Maria, piena di grazia, il Signore è con te … [Literalmente: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo…]
Até há alguns anos, era impensável que um commesso [vendedor de loja] ou um barista tratasse um cliente usando tu. Hoje, observa-se que, aos poucos, essa é a escolha para reduzir a distância e indicar que há “uma amizade, uma cumplicidade” com o cliente. Ao entrar em uma loja, ou um bar na Itália você pode ouvir diferentes formas de tratamento:
Em caso de dúvida, se você quer reduzir as distâncias, usando o trattamento informale, pode sugerir no momento da apresentação:
Possiamo darci del tu? Posso darti del tu? [Posso tratá-lo por você?]
Mas, atenção! Nunca use, nem sugira, o tratamento informal quando se dirigir a policiais, médicos, enfermeiros, professores, advogados, engenheiros, funcionários públicos, faxineiros, camareiras e outras pessoas que estejam em um papel profissional ou oficial. Nesses casos, ou na dúvida, use sempre o trattamento formale. Il trattamento formale Para o trattamento formale usamos o pronome Lei e nos dirigimos à pessoa com quem estamos falando, usando o sobrenome e, eventualmente, o título. Os verbos e os pronomes ficam na terceira pessoa. Muitos estudantes confundem o pronome pessoal lei e o pronome de tratamento Lei. O primeiro, lei, é usado apenas para falar de (sobre) pessoas do gênero feminino e corresponde a “ela”, em português. Para falar de ou sobre pessoas do gênero masculino usamos lui [ele]:
Lei è mia figlia Anna e lui è mio figlio, Pietro. [Ela é a minha filha Ana, e ele é o meu filho Pietro.] Mia nonna è italiana e mio nonno è spagnolo. Lei è di Belluno e lui è di Madrid. [Minha avó é italiana e o meu avô é espanhol. Ela é de Belluno e ele, de Madri.] O pronome de tratamento Lei não é usado para falar sobre alguém, mas para se dirigir a alguém, portanto, assim como o tu, é usado tanto para o masculino, quanto para o feminino. Em português, corresponde a “o senhor”, “ a senhora”: Verbo essere Lei è italiano? [O senhor é italiano?] Lei è italiana? [A senhora é italiana?] Lei è Pedro de Oliveira? [O senhor é o Pedro Oliveira?] È già stato in Italia? [O senhor (a senhora) já esteve na Itália?] Verbo chiamarsi Lei si chiama Pedro de Oliveira? [O senhor se chama Pedro de Oliveira?] Lei ha chiamato Sua moglie? [O senhor telefonou para a sua esposa?] Verbo venire Viene da Salvador di Bahia? [O senhor (a senhora) vem de Salvador da Bahia?] È venuto in macchina o in treno? [O senhor (a senhora) veio de carro ou de trem?] No Brasil, há alunos que tratam o professor de “você” e o professor sempre trata o aluno por “você”. Na Itália, em sala de aula, e na relação entre docentes e alunos, emprega-se sempre o tratamento formal. O aluno brasileiro de italiano, pensando em como funciona a língua portuguesa, costuma usar signor e signora como pronome de tratamento. Atenção: Lei já significa “o senhor” ou “a senhora”: Buongiorno, prego, si accomodi. [Bom dia, senhor(a), por favor, fique à vontade.] Em situações de alta formalidade pode-se adicionar signore(a) à frase. Buongiorno, signore(a), prego, si accomodi. [Bom dia, senhor(a), por favor, fique à vontade.] Isso equivale a adicionar o título da pessoa com quem estamos falando. No Brasil, à parte os títulos “professor” e “doutor”, não usamos as profissões quando nos dirigimos a uma pessoa. Em italiano, para mostrar respeito, pode-se fazê-lo: Buongiorno, avvocato, prego, si accomodi. [advogado] Buongiorno, architetto, prego, si accomodi. [arquiteto] Buongiorno, ragioniere, prego, si accomodi. [contador] Buongiorno, ingegnere, prego, si accomodi. [engenheiro] Buongiorno, onorevole, prego, si accomodi. [deputado ou senador] La media formalità Vimos que il tratamento informale (tu) é empregado para falar com pessoas amigas, íntimas, jovens e com a família. Il tratamento formale (Lei) é usado para demonstrar respeito, não apenas em relação à idade do interlocutor, mas ao seu cargo, por isso devemos lembrar de usar sempre o Lei em relações profissionais. Para se dirigir a uma pessoa com a qual não temos intimidade, à qual queremos demonstrar respeito, mas, em relação à qual queremos, ao mesmo tempo, diminuir a distância, podemos usar a media formalità. Usamos a terceira pessoa Lei, mas com o primeiro nome. È o caso de suocero e suocera [sogro(a)]. O genro (genero) ou a nora (nuora) podem optar pela media formalità, ou seja usar o primeiro nome e os verbos na terceira pessoa.
Suocero: Ciao, Francesco, come stai? Genero: Salve, Bruno, bene, grazie. Lei piuttosto, come sta? Le sono passati i giramenti di testa? [Sogro: Oi Francesco, como vai? Genro: Oi Bruno, bem, obrigado. Mas e o senhor? Melhorou da tontura?]
I saluti
Na língua falada, para cumprimentar, usamos as seguintes fórmulas que vão do registro mais formal ao mais informal. Aqui, cabe distinguir as fórmulas para cumprimentar quando se encontra alguém ou para se despedir. Quando encontramos alguém podemos dizer buongiorno ou buonasera. A divisão entre giorno e sera não é precisa. O primeiro é usado durante o dia todo, enquanto há luz, por isso, depende também da estação do ano. No verão podemos dizer buongiorno até as cinco da tarde, enquanto no inverno, quando os dias são mais curtos, às 4 horas já se pode dizer buonasera. Não se usa buonanotte para cumprimentar quando se encontra alguém, pois é uma fórmula de despedida. Existe também o buon pomeriggio, que pode ser usado após o meio-dia. É muito menos frequente do que buongiorno. Além dessas duas expressões, na media formalità podemos empregar também salve e no registro informale, ciao ou salve que correspondem ao nosso “oi” ou “olá”.
Para se despedir, o leque de expressões é muito maior. No tratamento formal e na média formalidade emprega-se: arrivederla ou arrivederci que corresponde ao português “até logo”. Além dessas duas, você pode escolher muitas outras formas para se despedir que podem ser usadas em todos os registros: buona giornata, buon pomeriggio, buona serata, buonanotte. Se encontramos pessoas que estão realizando uma atividade, como amigos em um restaurante ou na fila do teatro, podemos nos despedir dizendo: buon prosseguimento. No âmbito da media formalidade e da informalidade podemos dizer, também: a presto, alla prossima. Para despedidas informais temos ainda: ciao, ci vediamo, ci sentiamo. Lembre-se de não usar ciao para se despedir de profissionais, funcionários e todas as pessoas com as quais deve-se usar o tratamento formal.
Scusa ou scusi?
Essa é uma dúvida que se apresenta sempre e que, no momento da comunicação, deve ser resolvida rapidamente. Scusa – trattamento informale Scusi – trattamento formale
Verbo essere
O verbo essere corresponde aos verbos “ser” e “estar” em italiano, veja nos exemplos abaixo: João: Sono brasiliano e tu di dove sei? Vera: Anch’io sono brasiliana, di Brasilia e sono qui in Italia per motivi di lavoro. João: Sono contento di averti conosciuta, perché sono qui da un mese e non ho fatto ancora molte amicizie. Vera: Sei in Italia per la prima volta? João: Eu sou brasileiro e você de onde é? Vera: Eu também sou brasileira, de Brasília e estou aqui na Itália a trabalho. João: Estou feliz por tê-la conhecido, estou aqui há um mês e ainda não fiz muitas amizades. Vera: Você está na Itália pela primeira vez? Presente Io sono Francesco. [Eu sou o Francesco.] Io sono in Italia per lavoro. [Eu estou una Itália a trabalho.] Tu sei bella. [Você é bonita.] Tu sei contenta? [Você está contente?] Lui è brasiliano. [Ele é brasileiro] Lui è in Brasile. [Ele está no Brasil.] Noi siamo autisti. [Nós somos motoristas.] Noi siamo stanchi di lavorare. [Estamos cansados de trabalhar.] Voi siete amici? [Vocês são amigos?] Voi siete a casa? [Vocês estão em casa?] Loro sono marito e moglie. [Eles são marido e mulher.] Loro sono ammalati. [Eles estão doentes.] No passado os verbos essere [ser, estar] e stare [ficar] têm a mesma forma e, em alguns exemplos, podem corresponder ao verbo “ir” em português, sobretudo a frase “você já foi à Itália?” corresponde a “sei mai (già) stato in Italia?”: Passato
Verbo essere Verbo stare
Io sono stato in Italia l’anno scorso. Io sono stato a casa, non sono uscito. [Eu estive (fui) à Itália o ano passado.] [Eu fiquei em casa, não saí.] Tu sei mai stata in Sicilia? [Você ja esteve (foi) à Sicilia?] Tu sei stata bene a casa loro? [Você ficou bem na casa deles?]
Verbo chiamarsi
O verbo chiamarsi corresponde ao verbo “chamar-se” e na sua forma não reflexiva corresponde também a “telefonar”. Todos os verbos reflexivos pedem o auxiliar essere nos tempos compostos como o passato.
Presente Passato Mi chiamo Mi sono chiamato(a) Ti chiami Ti sei chiamato(a) Si chiama Si è chiamato(a) Ci chiamiamo Ci siamo chiamati(e) Vi chiamate Vi siete chiamati(e) Si chiamano Si sono chiamati(e)
Verbo venire
O verbo venire corresponde ao verbo “vir” pede o auxiliar essere nos tempos compostos como o passato e deve ser considerado sempre em relação ao verbo andare. Em outro artigo trataremos especificamente do emprego desses dois verbos que, em muitos casos, não corresponde ao português. Presente/ Passato
Vengo spesso in Italia. Sono venuto(a) due volte in Italia.
Vieni con me al supermercato? Sei venuto(a) anche tu al supermercato?
Viene anche lei a Roma? È venuto(a) a Roma in treno.
Veniamo domani. Siamo venuti(e) ieri.
Venite dalla nonna? Siete venuti(e) dalla nonna insieme?
Vengono stamattina. Sono venuti(e) ieri mattina.
Texto: Paola Baccin Desenhos: Airam Ribeiro Sobre a autora: Paola Baccin é docente nos cursos de graduação e pós-graduação em língua e literatura italiana da Universidade de São Paulo.
No artigo “casa dolce casa” falamos sobre como alugar uma casa na Itália. Hoje falaremos sobre as características da casa italiana. Quais as surpresas que um brasileiro pode encontrar em uma casa italiana e o que causa estranheza aos italianos que visitam as casas brasileiras. Por fim veremos dois verbos e suas conjugações completas: abitare, vivere.
Todos os aspectos da vida humana são tocados e alterados pela cultura: personalidade, linguagem, modos de pensar, de expressar sentimentos, de se mover, de solucionar problemas; a maneira de construir e de planejar cidades e sistemas de transportes, o sistema econômico e político e as soluções habitacionais. A cultura é determinada pelos valores considerados importantes ou fundamentais para uma sociedade como espaço e tempo; conceito de público e privado; importância da hierarquia; demonstração de status; manifestação de respeito; conceito de família; valor maior ou menor dado à honestidade e a esperteza como valor ou como delito, entre tanto outros.
A linguagem reflete todos esses aspectos. Desse modo, a simples tradução palavra – palavra, não é suficiente para compreender o significado que um determinado termo tem em uma cultura.
A palavra “casa” em português, corresponde a casa em italiano, essa aparente simplicidade na tradução poderia levar os falantes das duas línguas a considerar que existe uma equivalência perfeita:
O dicionário brasileiro Caldas Aulete define:
Casa 1. Construção, ger. com um ou poucos andares, com forma e tamanho diversos, destinada a habitação; (…)
2. Local onde se vive; LAR
O dicionário italiano Treccani define:
Casa1. Costruzione eretta dall’uomo per propria abitazione; più propriam., il complesso di ambienti, costruiti in muratura, legno, pannelli prefabbricati o altro materiale, e riuniti in un organismo architettonico rispondente alle esigenze particolari dei suoi abitatori (è, come abitazione, termine generico, che sostituisce talora termini più particolari, come palazzo, palazzina, villa, villino, ecc.)
Em italiano, não existe a palavra lar. Casa significa tanto a construção, quanto a habitação, tanto que a frase “lar doce lar”, em italiano equivale a “casa dolce casa”.
Realizei uma pesquisa com mais de 500 entrevistados entre brasileiros e italianos sobre esse tema e gostaria de compartilhar aqui e nos próximos artigos, alguns dos resultados obtidos.
Há um provérbio italiano que resume o sentimento que geralmente se tem sobre a própria casa: casa mia, casa mia, per piccina che tu sia tu mi sembri una badia [casa minha, casa minha, mesmo pequena, para mim você parece uma abadia].
Esse sentimento pode ser estendido para o próprio bairro, a própria cidade, o próprio país. No âmbito da percepção, não há certo ou errado, o apreço ou a rejeição são sentimentos que acabam surgindo em uma situação de contato intercultural.
Alguns participantes declaram terem consciência de que cada país encontra soluções específicas para a sua realidade:
La domanda è assurda, perchè nel mondo ci sono situazioni diversissime. ( )
É uma pergunta absurda, porque no mundo há situações muito diferentes.
Come potrei descrivere la tipica casa brasiliana? Ma esiste, poi, una tipica casa brasiliana? Perché se dico tipica la devo in qualche modo distinguere da una tipica casa, mettiamo, italiana, francese, americana, giapponese… ce ne saranno alcune più ‘tipiche’ di altre? E la tipica casa di San Paolo, sarà più o meno tipica della tipica casa di Rio, o di Salvador, o dell’interno dello stato? Mà! Comunque, cerco di ritrovare il mio sguardo di venti anni fa, fresca fresca di arrivo a San Paolo, per ricordarmi quello che più mi colpì nelle case brasiliane.( )
Como poderia descrever a típica casa brasileira? Mas existe uma típica casa brasileira? Porque se digo típica devo, de alguma forma, distingui-la de uma típica casa, digamos, italiana, francesa, americana, japonesa… haverá algumas mais “típicas” do que outras? E a típica casa de São Paulo, será mais ou menos típica do que a típica casa do Rio, ou de Salvador, ou do interior do Estado? Não sei! Em todo o caso, procuro reencontrar o meu olhar de vinte anos atrás, bem fresquinha, recém-chegada em São Paulo, para lembrar daquilo que mais me impressionou nas casas brasileiras.
As declarações são sempre frutos da percepção subjetiva, no entanto, algumas “impressões” se repetem, demonstrando que se trata de um aspecto compartilhado da cultura. Provavelmente, ao ler os depoimentos, você vai se reconhecer e perceber que, apesar da individualidade, há elementos em comum que permitem que se fale de “casa italiana” e “casa brasileira”.
Vejamos o que italianos responderam quando perguntados sobre a característica das casas italianas e brasileiras:
L’italiano dentro casa manifesta al mondo esterno i propri sentimenti intimi: parla, litiga, ride, piange e cucina e il vicino che passa per strada lo sa, come canta anche Francesco Guccini in Lettera: “All’una in punto si sente il suono acciottolante che fanno i piatti, le tivù sono un rombo di tuono per l’indifferenza scostante dei gatti”. ( )
O italiano dentro de casa manifesta ao mundo exterior os seus próprios sentimentos íntimos: fala, briga, ri, chora e cozinha e, como já cantava Francesco Guccini, na canção Lettera, o vizinho que passa pela rua, sabe que: ‘à uma em ponto, se ouve o barulho dos pratos, as tevês são como uma trovoada para a indiferença esquiva dos gatos’.
In una casa brasiliana ci si può perdere, anche se è piccola, perché è divisa in meandri, corridoi angusti, muri, muretti, rientri che la casa italiana non conosce. ( )
Em uma casa brasileira, mesmo pequena, pode-se perder, porque é dividida em meandros, corredores estreitos, muros, murinhos, reentrâncias que a casa italiana não conhece.
In Brasile: ci sono un sacco di bagni e sono minuscoli, i frigoriferi sono immensi, le cucine e i bagni sono piastrellati fino al tetto, non c’è il riscaldamento, le finestre delle case hanno le inferriate, la stanza più importante è la sala dove non manca mai il divano e la tele, a volte si ha l’impressione che la casa sia più un dormitorio che un posto in cui trascorrere piacevolmente del tempo, le case contengono pochi soprammobili e più oggetti d’utilità.( )
No Brasil: há um monte de banheiros, que são minúsculos; a geladeiras são imensas; as cozinhas e os banheiros são azulejados até o teto; não tem aquecimento; as janelas das casas têm grades; o cômodo mais importante é a sala, onde tem sempre um sofá e a TV. Às vezes se tem a impressão de que a casa seja mais um dormitório do que um lugar para passar agradavelmente o tempo, as casas têm poucos enfeites e mais objetos utilitários.
Ao escolher a palavra casa, independentemente de seu contexto, tocam-se valores culturais fundamentais relativos ao espaço, ao tempo, à diferença entre público e privado, a questões relacionadas ao status e à composição familiar, a disposição e o valor dos objetos, o cuidado com os odores (cozinha e banheiro), a adaptação ao clima, entre outros.
Nos próximos artigos valaremos sobre alguns ambientes que merecem um destaque especial e sobre a limpeza das casas. Hoje, faremos um breve panorama de algumas características.
A maioria das casas italianas tem apenas uma porta de entrada que dá para um hall (em italiano, no feminino: la hall), enquanto as casas brasileiras têm duas entradas: a porta da sala e a porta da cozinha. No Brasil, as duas portas são comuns mesmo em apartamentos, algumas com acessos separados para elevadores sociais e de serviço. Na Itália, sobretudo nos apartamento, essa distinção não existe.
O hall de entrada é importante para deixar casacos, cachecóis, sapatos molhados antes de se entrar na sala, já que durante uma grande parte do ano (primavera, outono e inverno) é preciso realizar essa operação antes de sair de casa e quando se retorna.
A casa italiana é dividida em uma zona giorno que compreende a sala, a cozinha e o banheiro, e uma zona notte que compreende os quartos, ou seja, a divisão da casa é em duas partes, uma parte social e uma parte íntima.
No Brasil, a casa é dividida em área social, área de serviço e área íntima. Essa inclusão de uma parte “de serviço” que não é aberta às visitas e que, em alguns casos, é destinada apenas aos empregados, surpreende o italiano, que, mesmo pertencente à classe média alta, não tem “empregados”. Veja um dos depoimentos sobre essa divisão:
Parlando di appartamenti, la diversità che un italiano nota subito nella pianta [della casa brasiliana] è l’eterna presenza del “quarto da empregada”. Come italiana non abituata alla domestica, io lo detesto: non so cosa farmene. ( )
E por falar em apartamentos, a diferença que um italiano nota já na planta, é a eterna presença do “quarto da empregada”. Como italiana não acostumada a ter uma empregada, eu o detesto: não sei o que fazer com ele.
Hoje, na Itália, muitas famílias criam “la camera della badante”, o quarto para a cuidadora de idosos. A presença de um elevador de “serviço” e uma “porta de serviço”, porém, não é comum na Itália.
A área de serviço é um espaço fundamental na casa brasileira, praticamente inexistente nas casas italianas. Muitos brasileiros não conseguem compreender onde lavar e estender a roupa, já que não há um tanque, e a máquina de lavar fica na cozinha ou no banheiro.
Bagno e “banheiro” também seriam duas palavras que aparentemente poderiam ser equivalentes perfeitos. No entanto, é exatamente essa “falsa equivalência” que pode causar no turista brasileiro um desconforto ou até mesmo uma rejeição da cultura italiana.
O banheiro tem funções e “status” diferentes nas duas culturas. Para o brasileiro é um espaço íntimo, não compartilhado, confirmado pela existência de suítes (um banheiro em cada quarto), lavabo para os hóspedes e pelo banheiro da empregada. As janelas do banheiro geralmente são pequenas, no alto para oferecer a máxima privacidade.
Na Itália, o banheiro é um espaço compartilhado para a higiene, ou seja, em locais públicos encontramos muito frequentemente banheiros unissex. A família e os hospedes usam o mesmo banheiro. Até há alguns anos, havia hotéis com banheiro compartilhado por mais de um quarto: havia camere con e senza banho.
Muitos banheiros ainda têm a vasca da bagno [banheira] e para tomar banho é preciso ficar em pé dentro da banheira e lavar-se com a ducha, e o bidê faz parte da higiene íntima diária das famílias italianas. No banheiro pode haver janelas grandes, que permitem ver e ser visto, a privacidade é obtida pelas cortinas.
A maioria das casas, sobretudo os apartamentos, não têm lavanderia, a máquina de lavar fica no banheiro, roupas delicadas são lavadas à mão em uma bacia. Para a limpeza do chão, a água suja é jogada no vaso sanitário e enche-se o balde com água limpa na torneira da pia ou da banheira.
Nos dias quentes as roupas podem ser estendidas no terraço (terrazzi e balconi) ou pendurada para fora da janela. Nos dias frios, pode ser estendida dentro de casa, mas muitas famílias optam por comprar uma secadora.
VERBOS
Deixamos a conjugação de dois verbos relativos à casa: “morar e viver”. O primeiro é regular, pede o auxiliar avere, o segundo tem a forma do particípio irregular “vissuto” e aceita tanto o auxiliar essere quanto o auxiliar avere:
Sono brasiliano, ma vivo (abito) da tanti anni in Italia.
[Sou brasileiro, mas vivo (moro) na Itália há muitos anos.]
Ho abitato (sono vissuto) in Italia per due anni.
[Morei (vivi) na Itália por dois anos.]
Ho vissuto una bell’esperienza.
[vivi uma bela experiência.]
A Accademia della Crusca explica que tradicionalmente o verbo vivere no sentindo de morar deveria ser conjugado com o verbo essere, se o verbo viver tem um complemento (vivi uma bela vida), então deveríamos usar o auxiliar avere. Hoje, aceita-se o auxiliar avere em ambos os casos.
Não, esse não é um artigo de autoajuda, mas uma reflexão sobre a diferença entre o uso do presente em italiano e em português. ?
Quando um aluno me pergunta, “prof. come si dice in italiano ‘eu costumo comer arroz e feijão’?” a resposta que me vem, automaticamente é “ho l’abitudine di mangiare riso e fagioli”.
Quando não refletimos, temos a tendência de traduzir de maneira bastante literal de uma língua para outra. Muitas vezes achamos que, por serem línguas parecidas, é possível a total equivalência entre as duas línguas, sobretudo quando consideramos os verbos nos tempos mais simples e frequentes como o presente, por exemplo. Porém, depois de uma breve análise, percebemos que, tanto em português, quanto em italiano, há mais de uma maneira de expressar a mesma mensagem:
Cabe perguntar, então, qual seria a forma mais frequente em cada língua. Talvez, pudéssemos supor que em português usamos mais “costumo fazer alguma coisa”, enquanto em italiano usa-se mais o verbo no presente. Faço essas afirmações com muito cuidado, porque não foi realizada uma pesquisa linguística sobre a frequência de um ou de outro nas duas línguas, mas como falantes nativos, temos essa “linguística interna” que, mesmo sem comprovação científica, nos faz escolher uma forma em detrimento de outra.
Acreditar que existe uma equivalência total ocorre, principalmente, quando as construções em italiano não nos causam estranheza. Vejam os exemplos abaixo. Em italiano podemos usar o presente em todas essas frases. Em português, no entanto, usamos vários tempos verbais para expressar essas ações.
– Ciao, Carlo. Che fai di solito durante la giornata?
– La mattina studio e il pomeriggio dormo.
– E adesso che fai?
– Studio.
– E domani che fai?
– Domani mattina lavoro e il pomeriggio vado in palestra.
Ações frequentes
Em português usamos o presente para indicar ações que fazemos normalmente: eu estudo italiano na Itálica; eu como macarrão com frango; eu durmo cedo. Podemos também completar o sentido das frases empregando expressões que indiquem a frequência que realizamos essas ações ou usar a expressão “costumo + verbo” (eu costumo comer macarrão com frango eu costumo dormir cedo.
Em italiano também se usa o presente nesses casos, portanto, o emprego se equivale nas duas línguas:
Eu estudo italiano há 2 anos.
Studio l’italiano da due anni.
Aos domingos eu estudo sempre italiano. Aos domingos eu costumo estudar italiano.
La domenica studio sempre l’italiano.
Às vezes como macarrão com frango às quintas-feiras.
A volte mangio pasta con pollo il giovedì.
Eu como macarrão com frango desde criança. Eu costumo comer macarrão com frango desde criança.
Mangio pasta e pollo da quando ero bambino.
Os italianos nunca comem macarrão com frango no mesmo prato. Os italianos não costumam comer macarrão com frango no mesmo prato.
Gli italiani non mangiano mai pasta e pollo nello stesso piatto.
Geralmente durmo cedo. Eu costumo dormir cedo.
Di solito vado a letto presto.
Ações no presente
Em italiano o presente também é usado para relatar o que se está fazendo no momento em que se fala. E aqui temos uma diferença entre as duas línguas, porque em português usamos o verbo estar + gerúndio:
Dois amigos se encontram por acaso no hospital:
Antonio:
Oi. O que você está fazendo aqui?
Ciao. Che fai qui?
Filippo:
Estou visitando o meu pai que está internado.
Sono venuto a trovare mio padre che è ricoverato.
E você, o que está fazendo aqui?
E tu cosa fai qui?
Antonio:
Estou fazendo alguns exames.
Faccio (sono venuto a fare delle anali) delle analisi.
Em italiano também podemos usar o verbo stare + gerundio, mas essa construção é empregada, sobretudo, quando se quer enfatizar que as ações, de fato, estão ocorrendo naquele instante e, mesmo nesses contextos, pode ser substituída pelo presente.
Luigi liga para o Mario:
Mario:
Pronto.
Alô.
Luigi:
Pronto. Ciao, Mario, sono Luigi.Che fai?
Alô. Oi, Mario, sou o Luigi. O que você está fazendo?
Che stai facendo?
Mario:
Niente, guardo la partita in televisione, mentre mia moglie studia per l’esame.
Nada de mais, estou assistindo televisão, enquanto minha mulher está estudando para a prova.
Sto guardando la partita in televisione, mentre mia moglie sta studiando.
Quando quiser expressar uma ação que está acontecendo no momento em que se fala, opte pelo presente:
Estou no trem e estou aproveitando para fazer os exercícios de italiano.
Sono in treno e approfitto per fare i compiti di italiano.
Ações no futuro
Em italiano os verbos no presente podem indicar, também, ações futuras, no lugar dos verbos no futuro.
Veja o exemplo a seguir:
Pierino e Valentina estão brincando no quintal e a mãe os chama:
Mamma:
Pierino, vieni, la cena è pronta.
Pierino, vem, o jantar está pronto.
Pierino:
Arrivo subito.
Estou indo.
Valentina:
Metto via i giocattolie poi vengo.
Vou guardar os brinquedos e já vou.
A frase arrivo subito pode indicar que Pierino já está a caminho (presente) ou que daqui a pouco chegará (futuro), mas Valentina ainda vai começar a guardar os brinquedos, portanto o verbo metto via, apesar de estar no presente, indica uma ação futura.
Você deve ter notado que não podemos traduzir ao pé da letra “estou indo” do português para o italiano (sto andando). Arrivo, por sua vez, pode significar “estou chegando” ou “estou indo”:
Allegra e sua amiga Giada marcaram de se encontrar, Allegra não é muito pontual e mais uma vez não chegou no horário. Giada liga para ela:
Giada: È da un’ora che ti aspetto. Dove sei?
Allegra: Scusa, ancora due minuti e arrivo.
Em português para designar o futuro podemos usar o presente (chego amanhã); o verbo estar + gerúndio (estou chegando amanhã); ou o verbo ir + infinitivo (vou chegar amanhã), além do futuro (chegarei amanhã), naturalmente.
Verbos no presente ou futuro
Verbo no presente
Estar + gerundio
Ir + infinitivo
Fra due anni vado (andrò) in Italia.
Daqui a dois anos vou para a Itália.
Daqui a dois anos estou indo para a Itália.
Daqui a dois anos vou viajar para a Itália.
Prendo (prenderò) le vacanze.
Amanhã eu saio de férias.
Estou saindo de férias amanhã.
Vou sair de férias amanhã.
Observe que em português nem sempre podemos escolher entre todas essas construções.
Verbos no presente ou futuro
Verbo no presente
Estar + gerundio
Ir + infinitivo
Domenica vado al mare.
Vou à praia domingo.
Estou indo para a praia no domingo.
–
Che fai (farai) di bello domani?
–
–
O que você vai fazer amanhã?
Domani mattina lavoroe il pomeriggio resto a casa e studio.
Amanhã de manhã eu trabalho
–
Amanhã de manhã eu vou trabalhar.
–
–
e à tarde vou ficar em casa e estudar.
Em italiano também é possível usar a construção andare + a + infinitivo. Ao escolher essa construção para designar o futuro é preciso observar algumas coisas:
Primeiramente, o verbo andare é seguido da preposição a:
Vai a farti la doccia,
Andiamo a lavorare.
Andate a preparare la colazione.
Em segundo lugar, essa construção indica que a pessoa que está falando vai executar essa ação imediatamente, ou seja, o conceito de adesso [agora] está implícito.
Adesso vado a mangiare, non posso rispondere al telefono.
Em português usaríamos o verbo ir no gerúndio (estou indo) ou no presente (vou):
Agora, estou indo (vou) almoçar, não posso responder ao telefone.
Per farla breve:
Em italiano há muito mais casos de emprego dos verbos no presente do que em português, que dá preferência a formas compostas o verbo.
Em italiano o presente designa ações frequentes, relata o que estamos fazendo enquanto estamos falando e pode ser usado para falar sobre planos futuros.
Veja o exemplo a baixo e os equivalentes em português:
Di solito gli italiani fanno una colazione veloce.
Anche Federico di solito mangia poco la mattina.
Ma oggi Federico è a Salvador di Bahia in ferie e fa la colazione con calma.
Domani va a Fortaleza e assaggerà anche la tapioca a colazione.
Geralmente os italianos costumam tomar um café da manhã rápido.
Federico também costuma comer pouco de manhã.
Mas hoje, Federico está de férias em Salvador, na Bahia e está tomando café da manhã com calma.
Amanhã vai a Fortaleza e vai provar também a tapioca no café da manhã.